05 de novembro - Jovens
indígenas de 20 etnias do Mato Grosso
vão lançar no II Seminário
de Adolescentes Indígenas em Situação
de Risco Social o Horto Florestal de Sementes
Nativas da Região Centro Oeste - "Juventude
Indígena Realizando Sonhos", com
o objetivo de promover a articulação
dos Povos Indígenas da região
Centro Oeste, para a proteção
do patrimônio cultural e debater a questão
da propriedade intelectual, visando a proteção
dos conhecimentos tradicionais, associados
ou não à biodiversidade. O encontro
será realizado no período de
4 a 11 de novembro na Aldeia Umutina em Barra
do Bugres (MT).
Para os jovens indígenas
de Umutina, o Horto de Sementes vai propiciar
o acesso aos recursos adaptados aos diferentes
agroecossistemas como forma de melhorar as
condições de vida, bem como
possibilitar o aprendizado no gerenciamento
de projetos e manutenção de
espécies de alimentos tradicionais.
A implantação do Horto também
refletirá na educação
com a implantação do Ensino
Médio Integrado Profissionalizante
na área de agricultura, com um laboratório
de estudos e pesquisas que servirá
ainda, para pesquisa dos acadêmicos
indígenas da Universidade do Estado
de Mato Grosso.
O Horto de Sementes também
vai produzir mudas de espécies nativas
e exóticas para projetos de recuperação
das áreas degradadas da região
e reimplantação da mata ciliar
dos rios que atravessam as Terras Indígenas.
O Horto terá ainda a função
alternativa de complementação
alimentar e geração de emprego
e renda para as famílias da comunidade.
No próximo encontro
em 2008 serão distribuídas as
mudas nativas aos Povos Indígenas da
Região Centro Oeste, para que recuperem
suas áreas degradadas e revitalizem
a alimentação tradicional.
A Prefeitura Municipal de
Barra do Bugres é parceira dos indígenas
e durante o encontro vai assinar um Termo
de Cooperação Técnica
e Financeira com as organizações
indígenas OTOPARÈ, Escola Indígena
Julá Pare, UNIPKPB, ASCUM, CEI-MT e
a Funai de Cuiabá
Roraima realiza o I Seminário
de Educação Escolar Indígena
05 de novembro - Professores, estudantes e
lideranças indígenas de Roraima
estão reunidos desde o dia 29, no Palácio
da Cultura em Boa Vista, no I Seminário
Estadual sobre Educação Escolar
Indígena para definir a criação
de um sistema de educação próprio.
Atualmente existem 217 escolas
indígenas estaduais e 15 municipais
espalhadas por terras indígenas em
todo o Estado. Mas ainda faltam recursos para
melhorar a estrutura dessas escolas, contratar
e qualificar professores para atender a demanda
de alunos. No Encontro que encerra dia 31
os participantes vão aprofundar a discussão
para que as verbas da educação
indígena possam chegar sem burocracias,
nas mãos de quem lida diretamente com
a questão e sobretudo, definir responsabilidades.
Para a coordenadora da Organização
dos Professores Indígenas de Roraima
–OPIR- Pierlângela Nascimento Cunha
Wapixana hoje os principais entraves da educação
indígena no Estado são a falta
de professores e pessoal para trabalhar na
parte administrativa das escolas e a falta
de um contrato fixo de trabalho, pois os atuais
contratos são temporários. Ambos
os problemas poderiam ser resolvidos através
de um concurso público, segundo ela.
Outro ponto negativo é
a falta de investimento da formação
de professores indígenas. Pierlângela
concordou, no entanto, que alguns avanços
já foram conquistados, como o curso
de Licenciatura Intercultural com formação
específica para professores indígenas,
que é realizado na Universidade Federal
de Roraima (UFRR), com apoio da Fundação
Nacional do Índio. O curso conta com
a participação de 220 alunos
e anualmente realizam um vestibular oferecendo
60 vagas para quatro anos de formação.
Apesar de ter uma
legislação específica
para educação indígena,
uma Lei Federal que vale em todo o país,
em Roraima essa legislação ainda
não foi efetivamente utilizada. “Ainda
falta a criação do Conselho
Estadual de Educação Escolar
Indígena, por onde toda a regulamentação
das questões de educação
indígena passaria”, desabafou a coordenadora
da OPIR.