O projeto paranaense que
estimula a recuperação florestal
e a inserção de pequenos produtores
no mercado de créditos de carbono -
desenvolvido pelo projeto Paraná Biodiversidade,
da Secretaria do Meio Ambiente e Recursos
Hídricos – será premiado nesta
quarta-feira (07) no Rio de Janeiro pela
Câmara de Comércio e Indústria
Brasil-Alemanha.
Para o secretário
do Meio Ambiente e Recursos Hídricos,
Rasca Rodrigues o projeto ter sido escolhido
para receber o Prêmio Von Martius de
Sustentabilidade, demonstra que há
mercado e apoio no país para implementar
modelos de recuperação ambiental
conciliando inclusão social e viabilidade
econômica em pequenas propriedades.
“É mais uma alternativa para a recuperação
de florestas no Estado”, acrescentou o secretário
Rasca.
Todos os trabalhos premiados
serão divulgados em português
e alemão na revista Brasil-Alemanha,
publicação oficial da Câmara
de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha.
Um dos critérios mais importantes avalia
a contribuição da iniciativa
pelo seu significado coletivo e resultados,
independentemente do porte, local de realização
e recursos investidos.
PROJETO PREMIADO - O Noroeste
do Estado foi a região escolhida para
receber a primeira experiência do projeto,
que começou no final do ano passado.
Mais de 180 pequenos produtores (propriedades
de até 30 hectares) de seis municípios
- Querência do Norte, Santa Cruz de
Monte Castelo, Porto Rico, Loanda, São
Pedro do Paraná, Santa Isabel do Ivaí
- estão participando, incluindo produtores
de três assentamentos localizados em
Querência do Norte.
Nestas propriedades, as
áreas de Reserva Legal (20% de cada
propriedade) são aproveitadas para
o plantio de com espécies de árvores
nativas intercaladas com árvores de
eucalipto. Cada hectare recebe 1,2 mil pés
de eucalipto e 400 de espécies nativas.
O eucalipto pode ser desbastado
para venda da madeira e a fotossíntese
do crescimento da floresta gera créditos
de carbono, que também podem ser comercializados
por meio do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo
(MDL). “A idéia é reduzir o
número de árvores de eucaliptos,
até chegar em uma floresta só
formada por espécies nativas”, destacou
o secretário. No total, a área
destes produtores já cadastrados chega
a mais de 300 hectares de futuras florestas
– que até então eram ocupadas
principalmente por pastagens e atividades
agrícolas.
Os plantios já começaram
em mais da metade destas propriedades. O próximo
passo é a realização
de cursos de capacitação pra
agricultores visando a formação
de cooperativas para venda dos créditos
de carbono. “A cooperativa será responsável
pela comercialização dos créditos
e contará com apoio organizacional
do governo do Estado, que fará a ‘ponte’
entre produtores e interessados na compra
de carbono”, explicou a coordenadora de Mudanças
Climáticas da Secretaria do Meio Ambiente,
Manyu Chang.
O programa Paraná
Biodiversidade contribui com os custos de
implantação do projeto (cerca
de R$ 1,5 mil por hectare) – para subsidiar
a compra de insumos como cercas, sementes,
adubos e formicidas, para o reflorestamento.
“No total, já foram investidos R$ 250
mil nos plantios e aproximadamente R$ 200
mil com a equipe técnica responsável
pela elaboração da proposta,
extensão rural e capacitação
dos produtores”, informou o gerente do Paraná
Biodiversidade, Erich Schaitza. “Já
os produtores entraram com a mão-de-obra
e com o compromisso de manter por 20 anos
essas florestas em formação
– produzindo carbono”, completou.
Segundo Erich Schaitza,
o modelo é inovador, pois concilia
conservação ambiental, formando
bancos de conservação genética
de espécies ameaçadas, garantindo
a sobrevivência das populações
locais dessas espécies.
“Garante ainda a produção
econômica e a inclusão social,
gerando renda com a floresta e créditos
de carbono, atendendo o Protocolo de Kyoto
e finalmente valoriza a ciência, utilizando
conceitos avançados de genética
de população, de modelagem florestal
e de sensoriamento remoto em sua estrutura”.
SELEÇÃO –
Mais de uma centena de projetos foram inscritos
e avaliados por uma comissão julgadora
constituída por empresários,
lideranças sociais, especialistas em
cultura e sociedade e jornalistas especializados
nas áreas social, cultural e ambiental.
+ Mais
Cadastro para voluntários
em parques estaduais pode ser feito o ano
todo
O Instituto Ambiental do
Paraná (IAP) informa que, além
das 50 vagas abertas em feriados e fins de
semana, os cadastros para o Programa de Voluntariado
nas Unidades de Conservação
(VOU) podem ser feitos durante o ano todo.
A inscrição no programa que
promove trabalhos de conservação
nos parques estaduais como o Marumbi, Vila
Velha e Campinhos pode ser feita no endereço
eletrônico do IAP www.iap.pr.gov.br,
no link “Unidades de Conservação”.
O chefe do Departamento
de Unidades de Conservação (DUC)
do IAP, Marcos Pinto, lembra aos cadastrados
que é muito importante se manter informado
sobre o cronograma de atividades. “Os voluntários
devem entrar em contato com o IAP para saber
a disponibilidade de vagas para as datas e
parques em que desejam desenvolver as atividades.
A iniciativa deve partir do próprio
voluntário inscrito no programa”, ressaltou
Marcos. Somente nos últimos dois anos,
mais de 700 pessoas já participaram
das atividades – cumprindo quase 27 mil horas
de trabalho voluntário.
PERFIL - Os interessados
devem ter mais de 18 anos e para ingressar
no programa devem procurar o escritório
do IAP mais próximo de sua residência.
Vale lembrar que não existe a necessidade
do participante estar cursando o ensino superior.
Os voluntários irão
auxiliar os visitantes e realizar projetos
e pesquisas em educação ambiental,
além de colaborar na manutenção
de trilhas e instalações físicas.
“Eles também prestam apoio às
populações locais de entorno
das unidades, identificam e controlam incêndios
e incidentes, fazem parte de grupos de resgate
e auxiliam na recuperação das
áreas degradadas”, explicou o chefe
do DUC.
Segundo ele, a participação
permite às pessoas um maior envolvimento
ambiental. “Nos parques os voluntários
recebem capacitações em que
aprendem o correto manejo com as Unidades
de Conservação. Isso sem dúvida
colabora para a defesa ambiental do estado”,
declarou Marcos, acrescentando ainda que os
participantes recebem todo o apoio do governo,
como alimentação e pousada durante
os dias de atuação nos parques.
CADASTRO - O primeiro passo
para se tornar um voluntário no Programa
é fazer o cadastro por meio do endereço
eletrônico ou procurar o escritório
regional do IAP mais próximo a Unidade
de Conservação escolhida. Desta
forma, é possível verificar
os editais que demonstram as vagas, atividades
e parques disponíveis ao voluntariado.
Em Curitiba, o cadastro
pode ser feito e entregue no Departamento
de Unidades de Conservação (DUC)
que fica na sede do IAP, localizado na Rua
Engenheiro Rebouças, 1206 – Rebouças.
Dúvidas e mais informações
também podem ser obtidas pelo telefone
(41) 3213-3700.