Recursos Hídricos
- 05/11/2007 - Disponibilizar informações
georeferenciadas dos pontos de coleta de água
de poços e igarapés da cidade
de Manaus (AM). Esse
foi o principal objetivo do trabalho "Geoprocessamento
como ferramenta para a distribuição
espacial de dados hidroquímicos de
águas superficiais e subterrâneas
da cidade de Manaus", do estudante André
Silva Rodrigues Tomaz.
A pesquisa foi orientada
pelo cientista Márcio Luiz da Silva,
da Coordenação de Pesquisas
do Clima e Recursos Hídricos (CPCRH)
e do Laboratório de Sistemas de Informações
Geográficas (SIGLAB), do Instituto
Nacional de Pesquisas do Amazonas (Inpa/MCT).
Informações
de toda a malha de drenagem da cidade foram
digitalizadas e organizadas em um banco de
dados hidroquímicos, o qual foi possível
por meio de um programa de geoprocessamento.
"O banco de dados é muito importante
para o estudo da qualidade das águas
de uma cidade como Manaus", ressaltou
Tomaz.
Ele disse que os resultados
apresentados ainda são preliminares,
mas já podem beneficiar instituições
de ensino e pesquisa, órgãos
que desenvolvem programas de conservação
e manejo dos recursos hídricos, assim
como órgãos estaduais e municipais,
entidades organizadas e a sociedade civil.
"Esses resultados são parciais.
Ainda faltam alguns resultados de dados hidroquímicos
das águas dos igarapés. Pretendemos
concluir a pesquisa em junho de 2008 e o banco
de dados será periodicamente acrescido
de novas informações",
explicou.
O estudo inicial teve a
duração de um ano e os resultados
da pesquisa foram apresentados no 3º
Congresso Internacional de Estudantes Universitários
da Região Amazônica (III CIEURA),
em Iquitos (Peru). Segundo Tomaz, essa experiência
foi muito proveitosa. "Este é
um evento que visa à integração
política, científica e cultural
dos países Amazônicos e, como
brasileiro, obtive conhecimentos em relação
aos problemas encontrados nos países
vizinhos e pude relacioná-los com os
encontrados aqui no País e, mais precisamente,
no Amazonas".
O tema do congresso foi
"Ciência, Ideologia e Política
na Amazônia". Durante o evento,
foi discutido as problemáticas existentes
na Pan-Amazônia, bem como a integração
dos acadêmicos das universidades amazônicas,
no sentido da integração regional
e na formação de um movimento
popular estudantil internacional de fronteira
que procure o intercâmbio de conhecimentos,
experiências de pesquisas, estruturação
de programas de graduação e
pós-graduação entre os
países da região amazônica.
Tomaz faz o 6º período
(Bacharelado) do curso de Geografia da Universidade
Federal do Amazonas (Ufam). O estudo foi realizado
no âmbito do projeto Projeto "Monitoramento
Climático Hidrológico da Reserva
Florestal Adolpho Ducke - Manaus", por
meio do Programa Institucional de Bolsas de
Iniciação Científica
(Pibic), com financiamento concedido pela
Fundação de Amparo à
Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam).
+ Mais
Conferência discute
impacto e adaptação às
mudanças climáticas
Meio Ambiente - 06/11/2007
- Nesta terça-feira (6), segundo dia
da 3ª Conferência Regional sobre
Mudanças Globais: América do
Sul, o tema central dos debates será
"Impactos, Vulnerabilidade e Adaptação".
Os trabalhos no período da manhã
estão sob a coordenação
do pesquisador Reynaldo Victória (Cena/USP).
Estão previstas quatro
palestras, com início às 10h,
e à tarde, a partir das 14h, duas mesas-redondas
sobre os temas "Ecossistemas Agrícolas
e Naturais", sob a coordenação
de Márcio de Miranda Santos e, a segunda,
"Aspectos Urbanos", sob a responsabilidade
de Marcelo Khaled Poppe. Os dois pesquisadores
são do Centro de Gestão e Estudos
Estratégicos (CGEE/MCT).
O evento é promovido
pelo Instituto de Estudos Avançados
(USP) e Academia Brasileira de Ciências
(ABC) e está sendo realizado no Hotel
Bourbon (ex-Hotel Blue Tree Ibirapuera). Palestras
e debates irão se estender até
a próxima quinta-feira (8).
As apresentações
desta terça-feira têm como referência
os cenários de mudanças climáticas
apontados pelo último relatório
do Painel Intergovernamental em Mudança
do Clima (IPCC), em decorrência do aquecimento
global.
Com a forte possibilidade
de aumento de temperatura, mudanças
no padrão de intensidade e volume das
chuvas em algumas regiões do planeta,
pretende-se refletir e discutir os possíveis
impactos em diversas áreas da vida
econômica e social dos países
sul-americanos, e assinalar a necessidade
de políticas públicas que indiquem
ações adaptativas, mitigadoras
e preventivas.
Na primeira palestra do
dia, às 10h, o pesquisador do Insituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCT),
Carlos Afonso Nobre e também presidente
do IGBP ((International Geosphere-Biosphere
Programme), afirma que estudos de modelagem
das interações clima-vegetação
apontam que o aquecimento global e o desflorestamento
em larga escala das florestas tropicais podem
induzir a substituição de biomas
na América do Sul.
As porções
mais atingidas seriam as florestas do leste,
sudeste e sul da Amazônia, a vegetação
seca do nordeste brasileiro e a Mata Atlântica.
De acordo com o pesquisador,
um aquecimento global acima de 3ºC na
Amazônia pode induzir um processo de
savanização sobre a parte leste
da região. As regiões áridas
e semi-áridas do nordeste tendem a
se tornar mais secas com o aquecimento global
e a Mata Atlântica se projetaria para
as regiões sul do país, estendendo-se
até o Uruguai.
Assessoria de Imprensa do INPE