Panorama
 
 
 

INDÍGENAS OCUPAM SEDE DA FUNASA NO AMAZONAS PARA PROTESTAR CONTRA PORTARIA

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Novembro de 2007

13 de Novembro de 2007 - Amanda Mota - Repórter da Agência Brasil - Manaus - Cerca de 150 indígenas de diversas etnias do Amazonas ocuparam, no fim da tarde desta terça-feira (13), a sede da Fundação Nacional da Saúde (Funasa) em Manaus. Eles prometem sair de lá somente quando o governo federal revogar uma portaria que regulamenta a prestação dos serviços de atenção à saúde dos povos indígenas no país, passando para os municípios as responsabilidades que hoje são da Funasa.

O coordenador da organização não-governamental União dos Povos Indígenas Mura, Apurinã e Sateré-Mawé (Upimas), Wuarlen Mura, as prefeituras do Amazonas e do Pará não têm competência para assumir as ações de saúde indígena. Segundo Mura, os indígenas também protestam contra as denúncias de desvio de dinheiro público na Funasa do Amazonas que levaram ao afastamento do coordenador regional, Francisco Ayres.

Para os ocupantes, a transferência dos serviços de saúde indígena para os municípios poderá resultar no aumento da corrupção. "Se na Funasa, onde os recursos são centralizados antes de chegar aos índios, já existem desvios de dinheiro público, imagine se esse dinheiro for distribuído entre as centenas de prefeituras”, questionou Wuarlen.

Os indígenas reivindicam participação direta para a indicação dos coordenadores da Funasa. “Até agora continuamos com os problemas de insatisfação nos atendimentos e altos índices de mortalidade. Só vamos sair daqui com a revogação da portaria. Queremos que o Ministério da Saúde assuma o sistema de saúde indígena”, afirma o representante da Upimas.

Na hora da ocupação, houve tumulto. Uma servidora da Assessoria de Comunicação do órgão federal teve parte das roupas rasgadas e a filmadora tomada pelos índios. A funcionária prestou queixa na sede da Polícia Federal em Manaus. De acordo com Wuarlen, a filmadora só foi "retirada" da servidora para evitar que as imagens fossem usadas para impedir a continuidade do movimento. "Fizemos isso porque eles depois usariam as imagens para dizer que o movimento está desorganizado e fazendo bagunça”, explicou.

A coordenadora da Funasa, Margareth Eulálio, disse ter recebido uma ligação anônima sobre a ação pouco antes de os índios chegarem. Wuarlen afirmou que a manifestação também se repetiu em Belém, onde os indígenas protestam contra os mesmos motivos. Mesmo assim, ele negou que a ação tenha sido articulada.

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Índios que ocupam sede da Funasa no AM podem estar sob influência alheia, diz Temporão

16 de Novembro de 2007 - Morillo Carvalho - Repórter da Agência Brasil - Roosewelt Pinheiro/Abr - Brasília - O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, dá entrevista ao programa Canal Saúde, da NBR, para falar sobre a 13ª Conferência Nacional de Saúde
Brasília - O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, afirmou hoje (16) que os indígenas que ocupam a sede da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) em Manaus podem estar sendo influenciados por interesses alheios.

Desde a tarde da última terça-feira (13), cerca de 150 indígenas de diversas etnias da Amazônia ocupam o prédio. Eles protestam contra uma portaria do Ministério da Saúde que transferiu a responsabilidade das ações de saúde indígena da Funasa para as prefeituras.

Em entrevista à Agência Brasil, após participar do programa Canal Saúde, da NBR, Temporão afirmou que a manifestação pode esconder “esquemas estabelecidos na região”, sem, no entanto, dar detalhes sobre esses interesses. Para o ministro, como a portaria foi debatida com líderes indígenas, há a possibilidade de que outros grupos estejam por trás da mobilização.

“Estou até um pouco surpreso porque a portaria foi discutida amplamente com todas as lideranças indígenas”, argumentou. O ministro defendeu a portaria e afirmou que ela não prejudicará os programas de atenção aos índios. “A portaria aperfeiçoa e qualifica o atendimento, coíbe o desvio de recursos e a fraude”, salientou.

Apesar de os manifestantes terem anunciado que só deixarão a sede da Funasa após a revogação da portaria, o ministro afirmou que enviará uma comissão para ouvir as reivindicações. “Pedi à Funasa e à Secretaria de Atenção à Saúde do ministério que vejam, com mais detalhe, o que está havendo lá e que ouçam as lideranças”, declarou.

A ocupação também se repetiu na sede da Funasa em Belém (PA). No entanto, os indígenas já desocuparam pacificamente o prédio após receberem garantia de que se reunirão com o ministro da Saúde na próxima semana. A ocupação, no entanto, prossegue na sede do órgão em Manaus.

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Com danças e cantos, índios reivindicam mais acesso ao Sistema Único de Saúde

17 de Novembro de 2007 - Danilo Macedo - Repórter da Agência Brasil - Elza Fiuza/ABr - Brasília - Índios de várias etnias participam da 13ª Conferência Nacional de Saúde - Brasília - A comunidade indígena teve destaque hoje (17) na 13ª Conferência Nacional de Saúde. Durante um debate sobre a participação da sociedade nas políticas públicas de saúde, cerca de 50 índios de várias tribos do país entraram no galpão onde era realizada a mesa-redonda e reivindicaram acesso a exames e a atendimentos médicos do Sistema Único de Saúde (SUS).

O grupo chegou cantando e dançando, o que fez com que os debatedores interrompessem sua exposição. Os indígenas formaram um círculo em frente à mesa principal e ajoelharam-se de mãos dadas. Por cerca de 15 minutos, alguns deles cantaram músicas e reproduziram rituais das tribos.

Funcionário do Distrito Sanitário Especial Indígena da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) de Mato Grosso, Edmilson Terena explicou que a população indígena quer ser efetivamente incluída nas políticas do SUS, não relegada a segundo plano. Ele explica que, apesar de o atendimento básico ser feito por uma equipe de saúde dentro das aldeias, os índios têm dificuldade ao buscarem auxílio médico nas cidades.

"O grande problema é quando o indígena precisa sair da aldeia e ir para o município, onde encontra problemas com a marcação de consultas, exames e até com viaturas sucateadas para o deslocamento", reclamou Terena.

Apesar das críticas, Terena acredita que a conferência trouxe ganhos importantes para os índios. Segundo ele, na última edição do encontro, há quatro anos, houve pouca participação indígena. "Nessa conferência, o povo indígena está bem representado, conseguindo aprovar várias propostas que dizem respeito à melhoria da nossa qualidade de vida", avaliou.

Os índios obtiveram apoio dos participantes do painel. Representante do Movimento Nacional de Luta contra a Aids e ex-Conselheiro Nacional de Saúde, Mário César Scheffer afirmou, na mesa-redonda, que o SUS não tem exercido uma democracia participativa, mas sim, uma "democracia burocrática", em que se dá mais valor aos procedimentos técnicos do que ao modelo de atendimento. Ele chamou atenção para o "tratamento desumano" a que alguns pacientes são submetidos. "É preciso voltar a falar com os usuários", observou.

Para Humberto Jacques, procurador-regional da República e especialista na área de saúde e direito sanitário, o debate em torno da prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) representa uma grande oportunidade para rediscutir a saúde.

Inicialmente destinada a financiar a saúde, a CPMF entrou em vigor no início de 1997. No entanto, ela hoje também é destinada a outras finalidades, como o superávit primário – economia de recursos para pagar os juros da dívida pública. Isso, destacou o procurador, aumenta a polêmica em torno da utilização do tributo.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras (www.radiobras.gov.br)

 
 
 
 

 

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