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CONHEÇA AS PRINCIPAIS CORRENTES DE ALIMENTOS SEM AGROTÓXICOS

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Novembro de 2007

24 de Novembro de 2007 - Paulo Montoia - Repórter da Agência Brasil - São Paulo - Saiba como começou cada uma das principais correntes que defendem a produção de produtos orgânicos:

Orgânica - Corrente dominante na Grã-Bretanha e nos Estados Unidos, formulada na Inglaterra por Albert Howard, sobre os métodos naturais de agricultura e criações utilizados na Índia, a partir de 1905. Procura preservar tudo no meio ambiente, inclusive os insetos.Trabalha com cultivos integrados, adubos compostados, estercos animais e compostos minerais. Ela utiliza rotineiramente caldos vegetais para combater pragas, mas permite o uso de remédios e outras substâncias químicas, para combater tanto pragas quanto doenças, sob acompanhamento, quando necessário para salvar as plantas e os animais. Possui associações certificadoras em alguns estados do país, com ou sem reconhecimento de certificadoras internacionais, como as de São Paulo (AAO), do Rio de Janeiro (Abio), de Santa Catarina (Aorgânica) e do Paraná (Aaopa).

Biodinâmica - Formulada a partir de 1924 na Alemanha pelo austríaco Rudolf Steiner, criador da Antroposofia. Define como tese que a terra é um organismo vivo que possui forças imateriais. A Biodinâmica utiliza nos cultivos compostos líqüidos feitos com ervas, esterco e sílica e preconiza que estes equilibram solos, plantas e animais entre si. Possui um selo internacional de certificação própria, da Demeter. No Brasil, sua certificadora é o Instituto Biodinâmico, com sede em Botucatu, SP.

Bio-orgânica ou Biológica – Escola que surgiu na Suíça, na década de 1950, pelo agricultor Hans Müller (austríaco) e por sua mulher, Maria Müller. É forte na Alemanha e na Suíça e sua base inicial é a proposta de agricultura biodinâmica alemã, complementada posteriormente pelos estudos e avanços em microbiologia do solo.

Natural – Foi formulada pelo filósofo Mokiti Okada, fundador da Igreja Messiânica Mundial na decada de 1930, no Japão. Ela considera o solo um organismo vivo e a água um elemento essencial do ciclo da natureza. Essa corrente recicla os recursos naturais, produz seus próprios adubos e proíbe o uso de qualquer tipo de esterco. No Brasil, é impulsionada pela Fundação Mokiti Okada, certificadora fundada em 1971, e pela Korin Agricultura Natural Ltda., maior produtora de “frangos verdes”, ou seja, criados de forma mais saudável.

Permacultura – Corrente que defende culturas permanentes, autosustentáveis e integradas ao meio ambiente, criada na Austrália nos anos de 1970 pelo biólogo Bill Mollison. Propõe que o agricultor produza todos os materiais de que necessita, dos insumos da terra à energia. O Brasil é um dos maiores campos de aplicação de permacultura no mundo, com experimentos e entidades nos diferentes ecossistemas, com institutos de Permacultura ou de Permacultura e Ecovilas no Cerrado (Ecocentro-Ipec), Mata Atlãntica (Ipema), Rio Grande do Sul (Ipers), Amazônia (Ipapermacultura).

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Saiba o que defendem os movimentos a favor dos produtos orgânicos

24 de Novembro de 2007 - Paulo Montoia - Repórter da Agência Brasil - São Paulo - O rótulo de produto orgânico está associado mais diretamente à produção de alimentos vegetais e animais, in natura ou processados, sem o uso de produtos químicos como adubos, herbicidas, pesticidas, conservantes, aromatizantes e corantes artificiais. Em criações de aves e animais, isso também inclui o uso de hormônios sintéticos e, como rotina, de antibióticos preventivos.

Entre os objetivos apontados pelos movimentos orgânicos estão a produção de alimentos mais saudáveis para quem os consome, além da preservação do meio ambiente e a garantia da sustentatibilidade dos processos, da saúde e dos direitos das pessoas que os produzem, embalam, transportam e vendem, além da saúde do consumidor.

Os movimentos orgânicos nasceram principalmente na Europa no início do século passado como reação aos métodos utilizados na agricultura, que foram intensificados principalmente para ampliar a produção de alimentos durante as duas grandes guerras. Segundo os movimentos, esses métodos afetavam o solo e o meio ambiente. Nos anos 80, as correntes ganharam força com a ascenção dos movimentos ambientalistas, dos partidos verdes e de crises de contaminação de alimentos na Europa.

A partir da década de 11000, uma das principais bandeiras de luta mundiais dos movimentos orgânicos foi contra a disseminação de plantios transgênicos, pois, segundo os defensores, o polén de transgênicos que os possuem se hibridizam com as matrizes naturais, o que compromete o futuro dessas matrizes (mudas e sementes) e compromete ou destrói as plantações dos agricultores orgânicos.

Fazem parte das propostas orgânicas priorizar o consumo de alimentos produzidos localmente e respeitar as épocas próprias de plantio e colheita dos alimentos, o que contribui para diminuir o desperdício e o transporte desnecessário de alimentos, in natura ou congelados, por navios e aviões, que agravam o consumo de energia e a emissão de gases do efeito estufa.

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Setor de orgânicos cobra rapidez do governo na regulamentação de lei federal

24 de Novembro de 2007 - Paulo Montoia e Bruno Bocchini - Repórteres da Agência Brasil - São Paulo - O setor de produtos orgânicos está cobrando do governo federal rapidez no processo de regulamentação da Lei 10.831, sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 23 de dezembro de 2003. A lei em questão disciplinará a produção, a certificação, a fiscalização e a comercialização de produtos orgânicos no país.

O anúncio de que a lei poderá ser assinada “em breve” foi feito em São Paulo no dia 16 de outubro, pelo ministro da Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca, Altemir Gregolin, durante a abertura da feira Biofach América Latina, que promove a produção de orgânicos. Mas o mesmo anúncio foi feito nas duas feiras anteriores, pelos ministros da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Luís Carlos Guedes Pinto, em 2006, e Roberto Rodrigues, em 2005.

De acordo com o presidente da Câmara Setorial da Agricultura Orgânica e diretor da Associação de Certificação Instituto Biodinâmico (IBD), José Pedro Santiago, o texto do decreto de regulamentação e as instruções normativas referentes à lei estão prontos desde dezembro de 2005 e aguardam a aprovação do governo para entrar em vigor.

"O mercado orgânico está sofrendo com essa demora”, avalia Santiago. Segundo ele, o texto do decreto que regulamenta a lei é resultado de uma discussão "ampla e democrática" realizada por todos os representantes dos movimentos, associações e empresas do setor e órgãos do governo ligados à agricultura orgânica através da câmara setorial. Santiago qualifica a demora na tramitação desse decreto como “absurda”.

Para Araci Kamiyama, coordenadora-executiva da Associação de Agricultura Orgânica de São Paulo, a legislação proposta é de fato representativa do setor. “Foi até esse o depoimento de pessoas ligadas ao ministério que falavam ‘nossa, eu nunca vi um assunto ter tanta discussão antes mesmo de ele ser regulamentado’”. Mas Kamiyama diz que “hoje, não é porque não tem essa regulamentação que não exista nenhum tipo de lei, de normas”. Ela lembra que já existiam instruções normativas antes e que as exportações não pararam porque os países compradores tinham definidas as certificações que eles aceitam dos produtos daqui.

A responsável pelo Serviço de Normas Técnicas e coordenadora substituta de Agroecologia do Ministério da Agricultura, Tereza Cristina de Oliveira Saminez, afirma que já foi fechado um acordo entre todos os ministérios envolvidos no processo de regulamentação e que nenhum deles está fazendo novas reivindicações.

O texto referente ao decreto já foi assinado pelo ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, e enviado aos Ministérios da Saúde, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, do Desenvolvimento Agrário e do Meio Ambiente, para colher assinaturas eletrônicas dos ministros. Até este momento, o texto ainda continua em trâmite nesses ministérios. Após essas aprovações, o decreto será encaminhado à Casa Civil.

Segundo a assessoria de imprensa da Casa Civil, após receber o projeto com todas as assinaturas, será realizada ainda uma checagem final de constitucionalidade das medidas e a apreciação do mérito, antes da apresentação ao presidente da república. Após a aprovação do decreto, segundo Saminez, a regulamentação ainda será detalhada por instruções normativas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que tratam dos insumos que podem ser utilizados, e do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro), sobre os mecanismos para garantia da qualidade orgânica. Essas normas vão à consulta pública. Concluído o processo, todo o setor terá de se adequar à lei e às normas num prazo máximo de dois anos.

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Regulamentação de produtos orgânicos pode ampliar vendas, defende especialista

24 de Novembro de 2007 - Paulo Montoia - Repórter da Agência Brasil - São Paulo - As empresas, cooperativas e certificadoras de produção orgânica que atuam no Brasil esperam que a definição da rotulagem dos produtos ajude a orientar o consumidor na hora da compra e que isso contribua para aumentar as vendas, como ocorreu na Europa, nos anos de 11000.

Em entrevista à Agência Brasil, o diretor da certificadora Instituto Biodinâmico, também presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtora de Agricultura Orgânica, José Pedro Santiago, disse que é “fato conhecido que logo em seguida à adoção de legislações nacionais, as vendas de orgânicos deram um salto nos respectivos países”.

Segundo dados da Câmara de Comércio Exterior (Camex), as exportações brasileiras de orgânicos chegaram a US$ 5,5 milhões de agosto de 2006 a janeiro de 2007. Segundo a Associação de Comércio Orgânico (OTA, sigla em inglês), no mesmo ano, os Estados Unidos faturaram US$ 17 bilhões, e a Europa, US$ 15 bilhões. De acordo com o Instituto de Pesquisa de Agricultura Orgânica (FIBL, sigla em alemão), em 2004 o consumo anual per capita de produtos orgânicos em euros foi estimado em € 97 para os suíços, € 35 para os norte-americanos e apenas 1 € para os brasileiros, por exemplo.

O principal relatório do setor, O Mundo da Agricultura Orgânica 2007 (The World of Organic Agriculture 2007), feito pela Federação Internacional dos Movimentos de Agricultura Orgânica (Ifoam, sigla em inglês) registra que o “Brasil é provavelmente um exemplo isolado de apoio para a agricultura orgânica em nível nacional, com uma junção de esforços dos ministérios do Desenvolvimento Social, Agricultura e Meio Ambiente, com compreensão das vantagens ecológicas e sociais da produção orgânica”. O relatório destaca o desenvolvimento do plano de apoio técnico e financeiro à agricultura familiar, caracterizada pela produção de produtos orgânicos.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras (www.radiobras.gov.br)

 
 
 
 

 

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