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ESPECIALISTAS DIVERGEM SOBRE A NECESSIDADE DE METAS PARA A REDUÇÃO DE GASES DO EFEITO ESTUFA

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Novembro de 2007

21 de Novembro de 2007 - Irene Lôbo - Repórter da Agência Brasil - Brasília - Enquanto líderes mundiais se preparam para debater em dezembro, na ilha de Bali, na Indonésia (Conferência da Partes da Convenção do Clima – COP-13), uma estratégia mundial para enfrentar as mudanças climáticas, o Brasil discute se deve ou não se comprometer a diminuir a emissão de gases do efeito estufa com metas internacionais ou com acordos internos. Hoje (21), uma audiência pública na Comissão Mista Especial de Mudanças Climáticas no Senado Federal discutiu o assunto.

Segundo dados da organização não-governamental Greenpeace, pelo menos 20% das emissões globais de gases do efeito estufa são resultado da destruição de florestas tropicais. No Brasil, cerca de 75% das emissões brasileiras são decorrentes dos desmatamentos, principalmente os ocorridos na Amazônia, e de mudanças no uso do solo.

A técnica em mudanças climáticas da organização não-governamental WWF-Brasil, Karen Suassuna, defende que o Brasil demonstre algum tipo de compromisso em relação às emissões. Para ela, sem o estabelecimento de metas, não é possível analisar o progresso brasileiro na redução das emissões.

“A proposta de metas internas não aconteceu. O que nós temos é um plano de combate, mas esperamos que alguma coisa um pouco mais elaborada seja apresentada dessa vez em Bali”, afirmou.

Suassuna também chamou a atenção para a necessidade que o Brasil adote uma posição única de Estado, que envolva também os Ministérios da Agricultura e Pecuária, além da Ciência e Tecnologia e Meio Ambiente. “A pecuária é um dos impulsionantes do desmatamento. Não tratar a pecuária, e portanto não trazer os atores responsáveis por esse setor para a mesa de negociação, deixa o Brasil numa posição fragilizada”.

Para o ambientalista Luis Piva, responsável pela área de clima e energia do Greenpeace, o Brasil deve discutir metas nacionais e levar essa discussão para a conferência de Bali. Ele acredita que no futuro o Brasil deverá adotar compromissos internacionais.

“Eu acho que vai chegar um momento em que essa discussão terá que ser colocada na mesa para os mais de 100 países que são signatários da convenção e do protocolo [Protocolo de Kyoto] debaterem. Eu acho que isso é extremamente necessário”, defendeu.

Piva citou dados da entidade internacinal World Research Institut (WRI), que afirmam que o Brasil é o quarto maior emissor de gases do efeito estufa na atualidade, ficando atrás apenas da China, Estados Unidos e Indonésia. Segundo ele, três quartos do problema são decorrentes de desmatamentos e queimadas, sobretudo da Floresta Amazônica, que já possui 17% de sua cobertura vegetal desmatada.

“Esse desmatamento até tem sido reduzido mas continua num ritmo muito agressivo, sobretudo quando analisamos as autorizações ilegais para desmatar áreas em função da expansão da fronteira agrícola, da soja, do gado e do comércio de madeira”, diz.

No mês passado, nove organizações não-governamentais (ONGs) apresentaram no Congresso Nacional o Pacto Nacional pela Valorização da Floresta e pelo Fim do Desmatamento na Amazônia, que propõe a adoção de metas de redução anual de emissões de gases do efeito estufa até que se chegue ao desmatamento zero em 2015, continuando a ser permitido apenas o que consta na legislação: até 20% para a Amazônia, 30% para a Mata Atlântica e 50% para o Cerrado.

Para a secretária de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do Ministério do Meio Ambiente, Thelma Krug, o Brasil não é obrigado a ter obrigações internacionais em relação à emissão de gases, mas já produz esforços nesse sentido, como a adoção do plano de prevenção e combate ao desmatamento em 2004.

“A primeira coisa é você entender se essas metas, caso fossem estabelecidas, seriam exequíveis, atingidas. Agora eu não acredito, honestamente, que o estabelecimento de uma meta faria o Brasil agir de maneira diferente daquela que já está agindo hoje”, afirma.

A próxima Conferência das Partes da Convenção do Clima (COP-13) acontece de 3 a 14 de dezembro em Bali, na Indonésia.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras (www.radiobras.gov.br)

 
 
 
 

 

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