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PARA AMBIENTALISTA, EMENDAS DETURPARAM PROPOSTA QUE MUDA CÓDIGO FLORESTAL

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Novembro de 2007

25 de Novembro de 2007 - Alex Rodrigues - Repórter da Agência Brasil - Brasília - Para o diretor de Relações Institucionais da Fundação SOS Mata Atlântica, Mário Mantovani, era "positivo" o projeto de lei originalmente apresentado pelo senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA) para alterar o Código Florestal, mas as 19 emendas parlamentares acrescentadas ao longo dos dois anos deturparam sua finalidade.

"O projeto era fantástico, com uma proposta de que apenas parte das áreas já alteradas pudesse ser reflorestada com palmáceas e oleaginosas. O que aconteceu é que o setor da motosserra descaracterizou a idéia original", afirma Mantovani, em entrevista à Agência Brasil. "Como está hoje, o projeto interessa àquela visão obtusa e retrógrada dos mesmos grupos que sempre se beneficiaram. Acho que vamos ter muito retrocesso se essa história avançar."

Entre as emendas, há desde propostas para reduzir de 80% para 50% os limites mínimos das reservas legais da Amazônia Legal, até sugestões de que estados e municípios concedam incentivos fiscais para as empresas que priorizarem o uso de áreas degradadas para o desenvolvimento de programas de neutralização de emissões.

Os deputados também aproveitaram para defender que os órgãos ambientais estaduais mantenham sistemas de cadastramento geo-referenciado dos imóveis rurais a fim de monitorar o cumprimento das normas estabelecidas; e que o Poder Público federal e estadual possa suspender a autorização para novos desmatamentos nos municípios ou bacias hidrográficas considerados críticos ou que possuam áreas prioritárias para a conservação, entre outras medidas.

Uma emenda aditiva propõe que o Poder Executivo tenha de, no prazo de um ano, elaborar e implementar um plano de regularização fundiária dos imóveis rurais da Amazônia Legal.

Das 19 emendas, 17 vieram da Comissão da Agricultura. Embora tenha reconhecido na última quarta-feira que a comissão está muito mais "identificada" com o setor agropecuário do que, por exemplo, a Comissão de Meio Ambiente, o deputado Homero Pereira (PR-MT), relator do projeto na Comissão da Agricultura, diz que a essência do projeto foi mantida. "A linha dorsal foi preservada, tanto pelas emendas quanto pelo substitutivo que iremos apresentar".

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Deputados dizem que buscarão consenso para mudança no Código Florestal

25 de Novembro de 2007 - Alex Rodrigues - Repórter da Agência Brasil - Brasília - Os deputados Homero Pereira (PR-MT) e Jorge Khoury (DEM-BA), relatores do projeto de lei que propõe mudanças no Código Florestal Brasileiro, reconhecem que o texto não é perfeito, mas afirmam que a maior dificuldade para sua aprovação é achar um meio-termo entre os interesses dos produtores rurais e dos ambientalistas, pois dizem que as alterações resultarão em avanços.

"É difícil achar que vamos conseguir fazer um relatório agradando a todos. Isso é impossível, pois sempre haverá os dois extremos, que não vão se sentir contemplados. Mas o foco é exatamente esse", diz Pereira, relator do projeto na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara. O deputado adiou para quarta-feira (28) a apresentação de seu parecer sobre as alterações na legislação.

Já Khoury defende o projeto como a melhor opção apresentada. "Eu não digo que o projeto está ótimo, mas, até hoje, não vimos nenhuma proposta que permitisse a recomposição das áreas abertas", comenta, em entrevista à Agência Brasil. O deputado foi relator do projeto na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, onde o texto foi analisado antes de seguir para a Comissão de Agricultura.

Os deputados alegam que, ao oferecer aos proprietários rurais da Amazônia Legal uma alternativa econômica para recuperarem suas reservas legais, o projeto trará avanços práticos para o meio ambiente.

"Chego à conclusão de que é muito melhor termos avanços parciais, mas consistentes", diz Khoury. "Se alguém apresentar uma proposta que permita ao proprietário de terras na Amazônia Legal desenvolver uma atividade econômica em 20% de seu imóvel e ter a condição de preservar 80%, ótimo. Só que, até hoje, ninguém apresentou. Ficamos discutindo que o Código Florestal exige que se preserve 80% [a chamada reserva legal], mas quando você vai ao local, está tudo destruído. Pior do que está, impossível. Melhor recompormos as áreas abertas do que deixá-las como estão. Por isso eu acredito que o projeto é bom."

Homero Pereira defende o projeto com o mesmo argumento. "Qualquer coisa que você fizer para tentar recompor [as reservas legais] é melhor do que o que vem ocorrendo hoje. As pessoas que lutam pela conservação tem de entender isso. Iremos recompor [áreas degradadas] com palmáceas que permitam que, além do ganho ambiental, haja um ganho econômico, diferente do que ocorre hoje. Essa é uma linha de pensamento que quem é racional tem de entender", explica o parlamentar.

Já o diretor de Relações Institucionais da Fundação SOS Mata Atlântica, Mário Mantovani, opina que o projeto dificilmente atingirá o consenso almejado por seus dois relatores na Câmara.

"Do jeito que está, o projeto não vai ter consenso. E não porque os ambientalistas sejam intransigentes, mas porque o setor mais atrasado do ruralismo tomou conta do projeto na base da velha chantagem de que o meio ambiente atrapalha [a atividade econômica]", disse Mantovani.

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Acordo prevê plantio de árvores para compensar emissões de carbono da Câmara

21 de Novembro de 2007 - Agência Brasil - Brasília - O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), e o diretor de Relações Institucionais da organização-não governamental SOS Pró-Mata Atlântica, Mário César Mantovani, assinam acordo de cooperação para o plantio de 12 mil árvores em São Paulo.

O objetivo é buscar a neutralização das emissões de carbono produzidas pelas atividades da Câmara. Participam deputados e senadores da Frente Parlamentar Ambientalista.

A meta para o plantio foi estabelecida por diagnóstico feito pela ONG a partir dos indicadores de consumo de energia, uso de combustíveis fósseis, produção de resíduos orgânicos e viagens de deputados em 2005 e 2006.

A SOS Pró-Mata Atlântica também será responsável por plantar e manter as mudas de árvores nativas no bioma Mata Atlântica. A iniciativa faz parte do Programa de Neutralização de Carbono, que consiste em plantar uma quantidade de árvores equivalente ao total ou parte das emissões de carbono responsáveis pelo efeito estufa.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras (www.radiobras.gov.br)

 
 
 
 

 

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