Panorama
 
 
 

JOGOS DOS POVOS INDÍGENAS

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Novembro de 2007

Campanha contra a aids chega aos Jogos dos Povos Indígenas

1 de Dezembro de 2007 - Isabela Vieira - Enviada especial - Valter Campanato/ABr - Recife (PE) - Índio Ijaruá, da etnia Karajá, em entrevista na nona edição dos Jogos dos Povos Indígenas.

Recife - Aids: Ako Návakaxa Itovoku Xoínaina Xiane, diz o cartaz na língua Terena. Em português: A Aids não Escolhe Idade. Previna-se.

Vários cartazes alertando para o uso dao preservativo em diversas línguas, foram espalhados pelo alojamento dos Jogos dos Povos Indígenas. Hoje (1º), Dia Mundial de Luta contra a Aids, agentes de saúde reforçam a abordagem.

A assistente social Alexandra Japiassu, da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), diz que a idéia é aproveitar que os índios estão reunidos para levar até eles informação.

Durante o evento, que começou há uma semana, mais de duas mil camisinhas masculinas e femininas foram distribuídas. Além disso, os participantes podem ter acesso ao mapa da incidência da doença em todos os estados, por meio de um programa de computador disponível no posto médico.

O índio Ijaruá, da etnia Karajá, recebeu alguns preservativos. Ele disse que vai utilizá-las, principalmente, quando for manter relações sexuais fora da aldeia.

A assistente social avalia como um desafio incentivar a população indígena a usar camisinha. Segundo ela, o trabalho consiste em alertar para os riscos das relações fora das aldeias. “Como as aldeias não estão mais isoladas e muitas ficam próximas à cidades, pedimos para que usem camisinha e evitem a contaminação entre si”, disse.

De acordo com a Funasa, até 2006, 191 indígenas foram diagnosticados com aids. Os pacientes com aids e outras doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) são identificados em visitas regulares às aldeias, onde é feita coleta de sangue. Para o tratamento, a Funasa disponibiliza transporte para os postos de saúde e medicação.

Ainda segundo Alexandra Japiassu, a dificuldade não está no fornecimento de remédios mas nos tratamentos de DSTs que exigem a suspensão da atividade sexual. “Observamos que quando o paciente é mulher, nem todos os maridos respeitam esse prazo e acabam ou atrasando o tratamento ou recontaminando a esposa”, explicou.

Para evitar que a aids e as DSTs se espalhem na população indígena, a assistente social disse que a Funasa em Pernambuco tem incentivado a capacitação de agentes de saúde indígena e professores. Além disso, tem elaborado cartilhas feitas pelos próprios índios em sua língua nativa e não apenas em português.

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Jogos indígenas representam oportunidade para tribos resgatarem raízes

29 de Novembro de 2007 - Isabela Vieira - Enviada especial - Valter Campanato/ABr - Olinda (PE) - Apresentação de dança da etnia Pataxó, na nona edição dos Jogos dos Povos Indígenas
Olinda (PE) - Além da competição esportiva, os Jogos dos Povos Indígenas, cuja edição atual está sendo realizada em Olinda (PE), representa uma oportunidade de resgate das raízes culturais. A avaliação é do dirigente do Comitê Intertribal – Memória e Ciência Indígena, Marcos Terena.

“Não se trata apenas de competições de índio contra índio. Por reunir várias etnias [44 nesta edição], os Jogos são uma possibilidade de os povos observarem como os outros mantêm a cultura tradicional e buscarem fazer o mesmo”, explica Terena. “Muitos voltam para as aldeias com vontade de recuperar festas, cantos e os próprios esportes.”

Entre os índios que perderam costumes e tradições, está o povo Pataxó. Eles vivem em 25 aldeias na Bahia, em Minas Gerais e no Espírito Santo. Com a ajuda de antropólogos e lingüistas, encontros entre as aldeias buscam resgatar a tradição.

“Nas festas das aldeias vão os velhos, os professores, pesquisadores da pintura, de músicas antigas e dos rituais”, diz o jovem líder Raoni Pataxó. “Tentamos recuperar o que foi perdido há muito tempo”, disse Raoni, ao citar como exemplo o idioma Patxohãe, que tem influência línguas de outros povos como os Maxacali.

Segundo ele, seu povo perdeu a identidade com a colonização – quando foram dizimados por doenças e proibidos de falar a língua nativa e de praticar rituais. O processo, segundo ele, mantém-se nos dias atuais por causa de mortes decorrentes de conflitos pela posse da terra, que não é demarcada. “Isso tudo representa uma perda muito grande”, avalia Raoni.

Na antropologia, a recuperação da cultura, processo pelo qual passa o povo Pataxó, é chamada de ressurgimento. Nesta fase, eles buscam definir a identidade, com base em elementos históricos próprios e da imagem do índio na sociedade e em outras culturas indígenas.

“Com a miscigenação e toda a violência que sofreram, os índios do Nordeste precisam dialogar com as outras sociedades indígenas para serem aceitos dentro do cenário nacional”, explica o antropólogo Thiago Garcia, da Coordenação de Educação Escolar Indígena do Ministério da Educação, que acompanha iniciativas como a dos Pataxó.

O intercâmbio com outras culturas indígenas, no entanto, às vezes pode provocar incômodos. Alguns povos indígenas consideram que alguns rituais são “apropriações” de outras culturas. “O Xingu mostrava a cultura bonita para os parentes e imitavam nossa pintura”, diz o velho Jakalo, líder do povo Kuikuro. “Hoje eles estão voltando a ter a cultura deles. Então fica tudo bem.”

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Arco e flecha é uma das dez modalidades dos Jogos dos Povos Indígenas

26 de Novembro de 2007 - Isabela Vieira - Enviada especial - Valter Campanato/ABr - Olinda (PE) O menino Olavo, sete anos, da etnia Bororo Boe, participa da competição de arco e flecha, durante a 9ª edição dos Jogos dos Povos Indígenas
Olinda (PE) - Os atletas reforçam a pintura do corpo. Alguns tiram as saias de palha e os ornamentos – colares ou cocares. Depois, escolham suas flechas. A trinta metros, está o alvo: um painel de três metros com desenho de um peixe tucunaré. Ontem (25), ao final da tarde, começou a competição de arco e flecha, na arena montada na praia do Bairro Novo, em Olinda (PE).

Uma das dez modalidades da nona edição dos Jogos dos Povos Indígenas, o arco e flecha tem o objetivo de somar mais pontos. Cada parte do peixe tem um valor diferente. Uma flecha no olho vale 40 pontos, na cabeça 13, na barriga seis e nas barbatanas três. Cada atleta tem direito a três tiros. Na eliminatória, dos 48 arqueiros, 12 seguem na disputa.

Diferentemente da competição olímpica, em que os arcos e flechas são comprados pelos atletas e custam entre R$ 500 e R$ 2 mil, nos jogos indígenas o utensílio é confeccionado pelos próprios participantes.

Uapodonepá,19 anos, do povo Umutina (MT), disse que o seu boiká (arco) é feito de tucum e o ixó (flecha), de taquara. “Tudo [sai] das árvores”.

Classificado para a próxima fase da prova, marcada para a tarde de hoje (26), Uapodonepá comemora. “O arco e flecha representa um símbolo importante para nós. Aprendi a usar com quatro anos”.

Ao falar de suas tradições, revela porque está todo pintado de preto. “Na caça com arco e flecha, pintamos o corpo com jenipapo para os animais não sentirem o nosso cheiro e se espantarem.”

Lado a lado, outros dois atletas se destacam. Não pela pontuação, mas pela idade. O mais novo, Olavo Boipôra tem 7 anos. O mais velho, Antonio Rondon, do povo Baikari, 60 anos. Apesar de nenhum dos dois ter se classificado para a fase seguinte, representam uma tradição cultural transmitida de pai para filho, com peculiaridades nos diversos povos.

O curumim do povo Bororo-Boe (MT) não fala português. O tio, Paulo Bororo, traduz as expressões do menino. E diz que ele está feliz. “Isso significa que a tradição não vai se perder”. O bororo conta que, além de ser utilizado na caça e na pesca, o arco e a flecha têm um significado espiritual. “São feitos para os guerreiros matarem uma onça quando morre um bororo.”

O velho bakairi (MT) também não fala muito bem a língua dos brancos. Conversando bem devagar, diz que em sua aldeia, antes da caça, os índios pingam nos olhos uma preparação de ervas feita com as folhas da árvore de amescla, “para dar força e coragem”. O mesmo líquido é passado com uma espécie de pente nas mãos e braços.

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Modalidade dos Jogos dos Povos Indígenas une esporte e referências espirituais

26 de Novembro de 2007 - Isabela Vieira - Enviada especial - Valter Campanato/ABr - Olinda (PE) - Índios de várias etnias assistem competição de arco e flecha durante a 9ª edição dos Jogos dos Povos Indígenas
Olinda (PE) - “Algo parecido com o vôlei”. Assim define o esporte Xikunahity o guerreiro Zokezomaiake, da etnia Paresi Haliti, localizada no oeste de Mato Grosso.

O esporte é praticado somente por homens. Dois times de quatro atletas se posicionam em filas paralelas. Os jogadores devem cabecear a bola – de látex – para o adversário, de modo que ela não caia. Quando um deles não a alcança, a equipe oponente marca pontos.

O Xikunahity foi apresentado pelos paresi ontem (25) ao público que assistia às competições de arco e flecha dos Jogos dos Povos Indígenas em Olinda (PE).

Segundo Zokezomaiake, que fez a arbitragem, além de divertir, o esporte tem referência espiritual. “Nossos avós contam que o Wazare, o ser superior que gerou os paresi, depois de distribuir o povo na nossa região, reuniu os irmãos para celebrar com um jogo de cabeça”. Ele conta que, de acordo com a lenda, a entidade ensinou também que a cabeça serve para comandar o corpo e ser usada em sua capacidade física.

Longe da arena dos jogos, o esporte é praticado nas cerimônias de batizados, cura e na primeira colheita. “Nessas festas o povo aproveita. O jogo começa cedo e não tem hora para acabar”, ressalta Zokezomaiake.

Depois da apresentação Xikunahity, os índios Karitiana de Rondônia, encerraram o primeiro dia de competição com um ritual religioso. Cantaram uma música para afastar os maus espíritos, a inveja, a pobreza e maldade. “O inimigo vai se afastando com essa música”, afirma o pagé Pyongâ. “A música é sagrada e existe há muito tempo. Nosso Deus nos deu e a gente não pode esquecer.”

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Participantes dos Jogos dos Povos Indígenas debatem participação política

26 de Novembro de 2007 - Isabela Vieira - Enviada especial - Valter Campanato/ABr - Olinda (PE) - O advogado indígena Wilson Matos, do Instituto Warã, coordena os debates sobre Pernambuco, Identidade Cultural e as Primeiras Nações, durante a nona edição dos Jogos dos Povos Indígenas
Olinda (PE) - Para garantir seus direitos, os indígenas precisam eleger os próprios representantes políticos. “O papel político passa pela representatividade”, defendeu hoje (26) a advogada Tatiana Ujacow do Comitê Intertribal – Ciência e Memória Indígena, durante palestra sobre os direitos para os índios, em evento paralelo aos Jogos dos Povos Indígenas, que começaram no sábado (24) em Olinda (PE).

Como vereadores, deputados e senadores, os índios podem tentar valer os seus direitos e proteção de terras, língua e outros costumes. “À medida que ele [o índio] contribui para um projeto de lei, o documento terá o que ele reivindica”, argumenta. Para a advogada, os índios hoje não querem mais que apenas entidades religiosas ou organizações não-governamentais falem por eles.

Sem representatividade política, Tatiana teme que os indígenas continuem sendo alvo de preconceito e discriminação. “A população não-índia ainda não aprendeu a respeitar a realidade e os costumes dos índios”, avalia.

Tatiana Ujacow também defende o reforço do ensino sobre os índios nas escolas de direito. “Um advogado, promotor ou juiz, são pessoas que vão influir na vida das pessoas. Sem essa educação, observaremos sentenças estapafúrdias”, critica a advogada.

Presidente da Comissão Especial de Assuntos Indígenas da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Mato Grosso do Sul e membro do Instituto Warã, o advogado Wilson Matos da Silva afirma ter sido vítima de preconceito nos tribunais. Ele lembra que, ao participar de um julgamento em Amambaí (MS), chegou a ser expulso do fórum. “O juiz entendeu que eu era apenas um índio”, recorda.

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Participantes dos Jogos indígenas levam corrida de toras para arena montada em Olinda

28 de Novembro de 2007 - Isabela Vieira - Enviada especial - Valter Campanato/ABr - Olinda (PE) - Competição de revezamento de tora, uma das modalidades da nona edição dos Jogos dos Povos Indígenas, que vai até sábado em Recife e Olinda
Olinda (PE) - Jãmparti é o nome indígena dado para a corrida de toras pelo povo Gavião Kikatêje, do Pará. Ontem (27) eles apresentaram a modalidade nos Jogos dos Povos Indígenas. No Jãmparti, os atletas revezam toras de buriti de até 100 quilos.

Enquanto corriam na arena dos jogos com as toras, um líderes cantava uma música em “homenagem” à corrida. “É uma imitação do canto da Arara e do Gavião. Assim fazemos lá”, disse o guerreiro Aikapãtati, em referência à aldeia que fica na Terra Indígena Mãe Maria.

Segundo a tradição dos Gavião Kikatêje, ao contrário da apresentação na arena dos jogos - onde o Jãmparti foi apresentado à noite -, a corrida é realizada ao amanhecer. “Quase todos os dias saímos às 4 horas ou 6 horas da manhã e voltamos lá pelas oito [da manhã]”, conta.

A modalidade é uma tradição na aldeia. E os atletas são treinados desde pequenos. “Temos um professor mais velho que passa as técnicas”. De acordo com Aikapãtati, o preparo físico necessário para carregar as toras não depende de “malhação”. O segredo está na alimentação. “Comemos banana, batata, inhame e pirarucu”. Ele não esqueceu o detalhe: “O peixe [é] sem sal”.

Aikapãtati revela também que, segundo a tradição, o guerreiro que irá cortar e preparar as toras fica proibido de manter relações sexuais por um dia. “Quem corta a tora não pode fazer ‘aquela coisa’. Você sabe qual é, não é?”, perguntou o índio à repórter. “Enquanto isso, “pode sorrir, brincar, correr e todo o resto”, ele acrescentou.

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Jogos indígenas têm dia de provas de força física

27 de Novembro de 2007 - Isabela Vieira - Repórter da Agência Brasil - Valter Campanato/ABr - Olinda (PE) - O índio Raoni, da etnia Pataxó, participa da nona edição dos Jogos Indígenas.

Olinda (PE) - No segundo dia de competição dos Jogos dos Povos Indígenas, as provas são de força física. Ontem, na arena da praia do Bairro Novo foram realizadas as provas de arremesso de lança e cabo de guerra.

Antes das disputas todos os atletas receberam um sachê de mel. Segundo a organização, o alimento serve para “dar mais energia”.

No arremesso, vence quem jogar a vara mais longe. As lanças utilizadas são feitas de madeira e enfeitadas com penas de gavião, de acordo com a tradição dos índios terena, que também são favoritos da prova.

No cabo de guerra, uma corda de mais de 30 metros de cumprimento e duas polegadas será disputada por 10 atletas em cada ponta. São favoritos os Bakairi (Mato Grosso).

Da Bahia, o índio pataxó Raoni disse que a lança já foi uma tradição de caça em sua aldeia, mas atualmente é usada para o esporte. “Tentamos agora chamar os nossos velhos e nossos jovens para ensinar sobre essa tradição que é um esporte para nós”.

Apesar de a lança ser fornecida pela comissão organizadora dos jogos, Raoni revela como faz a sua, com material retirado de uma palmeira chamada de upati. "Deixamos a planta amadurecer e retiramos um pedaço, do qual é feita a lança. É um trabalho manual”.

A etnia Pankararu também não tem mais o costume de usar a lança. O atleta Waldervam diz que seu povo aprendeu sobre o esporte “observando os outros”. Antes de entrar na arena, ele se reuniu com outros índios Pankararu para apreciar campio, um espécie de cachimbo. “O fumo deixa a gente mais acordado”, destaca o jovem.

A prova do cabo de guerra começou à noite e teve a participação de 20 etnias na modalidade masculina e de 15 na prova feminina, 15. Esse foi o primeiro esporte na arena do qual participaram mulheres. As comemorações em cada vitória iam desde os abraços até gritos de guerra de algumas etnias.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras (www.radiobras.gov.br)

 
 
 
 

 

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