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PNUD: MUDANÇAS CLIMÁTICAS EXIGEM AÇÕES CONCRETAS DE PAÍSES RICOS E POBRES

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Novembro de 2007

27 de Novembro de 2007 - Centenas de balões sobem aos céus de Brasília com cinzas da floresta amazônica em protesto contra o desmatamento e em defesa do clima.
São Paulo, Brasil — Relatório da ONU enfoca questão das mudanças climáticas e pede maior solidariedade dos países industrializados com as nações em desenvolvimento.

É hora dos líderes mundiais saírem da retórica e colocarem a mão na massa para frear o aquecimento global. Quem faz o alerta agora é o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), que lançou nesta terça-feira o seu Relatório de Desenvolvimento Humano (RDH) 2007/2008, que traz um forte enfoque na questão das mudanças climáticas.

O RDH recomenda uma série de medidas a serem tomadas pelos países mais industrializados do mundo para evitar o colapso do clima e o aprofundamento da divisão entre ricos e pobres: cortar as emissões em pelo menos 80% até 2050; investir anualmente um adicional de pelo menos U$ 86 bilhões em esforços de adaptação, a fim de proteger os mais pobres do mundo, apoiando a produção de biocombustíveis sem prejudicar os direitos dos pequenos agricultores ou populações indígenas; e apoiar os esforços para reduzir o desmatamento de florestas em países como o Brasil.

"O ponto positivo e mais importante do relatório do PNUD é que ele faz um chamado aos líderes mundiais para que saiam da retórica e ponham a mão na massa, com ações concretas que levem à solução do desafio das mudanças climáticas", afirma Marcelo Furtado, diretor de campanhas do Greenpeace Brasil. "Caso contrário, o preço não será apenas econômico, mas também de vidas humanas, particularmente entre os mais pobres."

O relatório foi divulgado pela ONU simultaneamente em Nova York e Brasília e analisa a situação de 177 países.

Marcelo observa que o relatório do PNUD cobra ação imediata dos países desenvolvidos mas também dos países em desenvolvimento como o Brasil. "O relatório destaca a importância do combate ao desmatamento, que tem influência direta no aquecimento global."

Mas o diretor do Greenpeace observa alguns problemas no RDH divulgado pelo PNUD. O primeiro, e mais sério, é a promoção da tecnologia do 'carvão limpo' como estratégia de redução de emissão de combustíveis fósseis. "O carvão é um dos maiores vilões do aquecimento global e o 'carvão limpo' é apenas uma maquiagem verde, promovida por aqueles que não querem mudar sua matriz energética para fontes verdadeiramente renováveis e limpas", diz Furtado.

"O segundo problema do relatório está relacionado à promoção da captura e armazenamento de carbono como tecnologia para resolver o problema das mudanças climáticas. Essa tecnologia não está comprovada nem disponível. Além disso, no momento em que estiver disponível, o mundo já deverá ter feito seu dever de casa, reduzindo emissões."

Segundo Marcelo Furtado, acreditar em tecnologias salvadoras que permitam a continuidade de nossa dependência nos combustíveis fósseis é justamente a posição que os EUA vêm advogando nos últimos anos para justificar sua ausência no Protocolo de Kyoto.

"Com isso, eles não assumem metas de redução de emissões e não demonstram vontade política alguma para mudar os seus padrões de vida, que consomem excessivamente os recursos naturais do planeta, condenando boa parte da população pobre do planeta a jamais ter uma oportunidade de desenvolvimento", afirma Furtado.

Outro ponto negativo do relatório, diz Marcelo Furtado, é que a falta de uma análise mais crítica à iniciativa brasileira dos biocombustíveis, em particular o etanol.

"Isso é preocupante porque, mesmo sendo a biomassa uma das muitas estratégias necessárias para se combater o aquecimento global, neste momento carece de regulação e, portanto, não tem uma comprovada salvaguarda sócio-ambiental, podendo ser uma ameaça às florestas do planeta, provocar um desequilíbrio na oferta de alimentos e não garantir boas condições de trabalho de quem vive no campo."

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Bali não é apenas mais uma reunião

30 de Novembro de 2007 - O tempo não pára! Os governantes têm que levar a reunião de Bali a sério e propor medidas concretas contra a destruição do planeta.
São Paulo, Brasil — Estamos prontos para cobrar na Indonésia mais ações e menos papo dos governantes na Convenção do Clima organizada pela ONU.

Bali não pode ser apenas mais um encontro para se discutir o aquecimento global e os efeitos das mudanças climáticas no mundo. O assunto virou uma emergência global e assim precisa ser tratado. Governos precisam assegurar um plano de metas para cortar efetivamente as emissões de gases do efeito estufa. Os grandes desafios hoje são a limpeza de nossa matriz energética e o fim do desmatamento das florestas do planeta.

Mas palavras apenas não resolverão muita coisa. O problema que enfrentamos é urgente e põe em risco a vida de milhões de pessoas em todo o mundo, além de inúmeras espécies animais e vegetais. Os governos precisam se mexer e a hora para sinalizarem isso é agora, em Bali. As indústrias poluidoras e grandes madeireiras há tempos estão se mobilizando e têm bons e bem pagos lobistas para deixarem tudo como está.

Nos esforços recentes no Brasil, Austrália, China, França, Alemanha, Índia, Indonésia, Irlanda, Itália, Polônia, Estados Unidos, Inglaterra e Espanha, além de cyber-ações, estão pressionando esses governos a adotarem soluções para as mudanças climáticas antes da reunião da ONU em Bali.

Então, quem é quem nesse grande tabuleiro de interesses?

Os países europeus estão de um lado, tendo concordado com cortes iniciais em suas emissões de gases do efeito estufa. Mas seus insistentes investimentos em carvão e energia nuclear significa que temos muito o que fazer ainda por lá.

A destruição de florestas causa cerca de 1/5 das emissões mundiais de gases do efeito estufa. Não à toa convocamos os governos do Brasil e da Indonésia a atacarem essa fonte importante do aquecimento global. Destacamos como a China está tomando medidas importantes e pode ser em breve a líder mundial em geração de energia por fontes eólicas. E mostramos também como a Índia pode usar sua energia de forma mais eficiente.

Mas há governos que ainda não se tocaram. A Austrália mudou de posição com a queda do primeiro-ministro John Howard e a ascenção de um novo gabinete, que já se comprometeu a participar efetivamente das negociações em Bali e também do Protocolo de Kyoto. Mas os americanos, apesar de estarem cada vez mais isolados, continuam rejeitando as metas estipuladas pelo acordo internacional e apostando na frágil argumentação de que os países devem promover esforços voluntários.

Em Bali, os governantes têm que parar com os jogos políticos e focar em um único objetivo: agir o quanto antes pela sobrevivência de nosso planeta.

 
 

Fonte: Greenpeace-Brasil (www.greenpeace.org.br)
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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