28/11/2007 - Pomar Urbano,
este é o nome pelo qual o projeto de
recuperação ambiental e paisagística
ao longo do rio Pinheiros passa
a ser conhecido. A mudança (tirando
o “Projeto” do nome) foi proposta por considerar
que, no seu oitavo ano, a experiência
já está consolidada, incluindo
as quase 400 mil plantas que florescem às
margens do rio que atravessa uma das mais
movimentadas vias expressas de São
Paulo.
O anúncio foi feito
durante a apresentação dos novos
parceiros do programa, em evento realizado
nesta terça-feira (27/11), na sede
de uma das sete empresas que passam a patrocinar
o Pomar, o escritório de advocacia
Pinheiro Neto. Os novos parceiros se somam
a outras 16 empresas que já vinham
apoiando a iniciativa da Secretaria de Estado
do Meio Ambiente (SMA), lançada em
parceria com o Jornal da Tarde ainda no governo
de Mário Covas e conhecida mundialmente,
como referência de recuperação
da paisagem urbana.
Com as novas adesões,
o Pomar Urbano passa a contar agora com as
parcerias das empresas Braskem, Tok&Stok,
Mapfre Seguros, Bioplan, Pazetto, Rádio
Eldorado e o escritório Pinheiro Neto-Advogados,
além da EMAE, Johnson&Johnson,
TV Globo, Natura, Bunge, Eletropaulo, Cosipa,
CETESB, Credicard, Suzano Papel e Celulose,
Cavo, CTEEP, Mantecorp, DT Engenharia, CPTM
e Jornal da Tarde, que já participavam
do programa.
“A alma precisa do verde”
foi o ponto de inspiração para
o responsável pela “repaginação
do projeto”, como classificou Carlos Pazetto,
idealizador do conceito que resultou no novo
“layout” das placas e na logomarca do Pomar
Urbano.
Entre antigos e novos participantes
do programa, o entusiasmo demonstrado foi
o mesmo. Ao falar das expectativas para a
continuidade do programa e indicar avanços
que podem ser obtidos, o anfitrião
do evento, Alexandre Bertoldi, revelou a intenção
de ampliar a participação das
empresas, através da constituição
de uma OSCIP – Organização da
Sociedade Civil de Interesse Público.
Como advogado de um dos maiores escritórios
de direito do País, ele acredita na
viabilidade da proposta que, segundo o secretário
do Meio Ambiente, Xico Graziano, já
era a idéia inicial do projeto.
A proposta de manter o programa
sem recursos públicos também
foi lembrada por Fernão Lara Mesquita,
do Grupo Estado, autor da concepção
original do Pomar, como fórmula para
garantir a continuidade do projeto em outras
administrações, desburocratizando
a utilização dos recursos, que
ficam a cargo dos próprios parceiros
e são aplicados diretamente em cada
trecho administrado pela iniciativa privada.
A fórmula atraiu
os primeiros patrocinadores e continua motivando
novas parcerias, como demostram os diversos
representantes das empresas associadas ao
Pomar, todas com sede nas proximidades do
Rio Pinheiros, o que torna os canteiros que
cultivam como uma espécie de extensão
de suas instalações. Essa foi
a motivação expressa por Ghislaine
Dubrule, vice-presidente da Tok&Stok,
uma das novas parceiras que tomou a iniciativa
de procurar a SMA para se associar ao projeto.
A adesão em alguns
casos teve também motivos estratégicos,
como revelou o presidente da CTEEP – Companhia
de Transmissão de Energia Elétrica
Paulista, José Sidnei Colombo Martini.
Segundo ele, a ocupação dos
canteiros pela vegetação garante
proteção extra aos fios e cabos
que atravessam o subsolo das margens do rio
e dão segurança à distribuição
de energia para grande parte da capital.
O início, porém,
não foi tão fácil como
lembrou Helena Carrascosa, que dirigiu o projeto
desde os seus primeiros anos, e Arnaldo Rentes,
responsável por sua concepção
paisagística. Do convencimento dos
responsáveis pelas áreas lindeiras
ao rio – EMAE, Eletropaulo e CPTM, à
conquista das parcerias, os pioneiros do projeto
tiveram que enfrentar também a descrença
com o resultado que uma área tão
devastada pudesse apresentar.
Por isso, sem falsa modéstia,
Helena se declarou orgulhosa dos resultados
que hoje enchem os olhos de quem passa pela
marginal Pinheiros, assim como pelo fato do
projeto contribuir também para a população
não sentir vergonha do rio, que por
muito tempo predominou na paisagem apenas
como um canal de esgoto a céu aberto.
O ponto mais importante lembrado por Helena,
no entanto, foi a satisfação
em fazer parte do projeto, demonstrada por
cada um dos 1.300 trabalhadores braçais
que passaram pelo Pomar, contribuindo para
a implantação dos 22 quilômetros
de canteiros nas duas margens do rio.
O início do
programa, assim como seus pioneiros, foram
homenageados por Xico Graziano, que se revelou
imediatamente contagiado pelo entusiasmo demonstrado
por antigos e novos colaboradores, incluindo
técnicos da SMA e os trabalhadores
braçais que encontraram no Pomar a
oportunidade de ocupação e formação
profissional. Para o secretário do
Meio Ambiente, o grande desafio agora é
conseguir estender o projeto para outros rios
urbanos em diversos municípios do Estado
de São Paulo.
Texto: Eli Serenza
Foto: Pedro Calado