Prefeitura de Juazeiro (BA)
envia ambulância
para prestar assistência ao bispo de
Barra
29/11/2007 - Petrolina (PE)
– A pedido do Ministro Geddel Vieira Lima,
a Prefeitura de Juazeiro (BA) coloca a partir
de hoje (29/11) uma ambulância do Samu
à disposição do bispo
de Barra (BA), dom Luiz Cappio que se encontra
em greve de fome, desde a última terça-feira
(27/11), em protesto ao Projeto de Integração
da bacia do São Francisco com as bacias
do Nordeste Setentrional que irá beneficiar
mais de 12 milhões de habitantes do
semi-árido nordestino.
“Num gesto cristão
e humanitário, o Prefeito Mizael Aguilar
enviou a ambulância no início
da noite hoje”, informa o Ministro Geddel
Vieira Lima, que se encontra em visita à
região de Juazeiro e Petrolina, acompanhando
a comissária da União Européia
para Política Regional, Danuta Hubner.
Mizael Aguilar adiantou
que nesta sexta-feira (30/11) enviará
dois médicos para acompanhar o bispo
de Barra dia e noite. “Vou enviar a ajuda
que for necessária. A equipe fará
uma avaliação completa da saúde
do bispo e ficará de plantão
24 horas”, informou.
Na chegada à Petrolina
na tarde de hoje, Geddel Vieira Lima disse
que lamentava a atitude do bispo e espera
que ele tenha bom senso e suspenda a greve
de fome. “A obra é irreversível
e vamos levá-la adiante. Lamento que,
como cristão, o bispo adote uma atitude
tão fundamentalista”, destacou o Ministro.
A primeira etapa do Projeto
São Francisco foi iniciada em junho
deste ano pelo batalhão de engenharia
do Exército brasileiro, responsável
pela construção dos canais de
aproximação do rio São
Francisco dos eixos Norte e Leste, nos municípios
pernambucanos de Cabrobó e Floresta.
O batalhão também
está construindo duas barragens. A
partir daí, as obras serão realizadas
por empresas de construção civil.
A escolha das empresas está sendo realizada
por meio de licitação. O Ministro
Geddel Vieira informou que dentro de 20 dias
anunciará as vencedoras que farão
o primeiro lote do Projeto São Francisco.
Ele enfatizou que o projeto é ambientalmente
sustentável e socialmente justo e irá
beneficiar uma população que
sofre com a falta de água há
séculos.
Geddel Vieira Lima pede
ao governador da Bahia que coloque médicos
à disposição do bispo
de Barra
27/11/2007 - Brasília
– O Ministro Geddel Vieira Lima pediu ao governador
da Bahia, Jaques Wagner que coloque à
disposição do Bispo de Barra,
Dom Luiz Cappio, médicos para prestar-lhe
assistência. Hoje, o bispo anunciou
uma greve de fome para protestar contra as
obras do Projeto de Integração
do rio São Francisco às bacias
do Nordeste Setentrional, que irão
beneficiar cerca de 12 milhões de habitantes
da região mais árida do Brasil.
Geddel Vieira Lima lembrou
que a Igreja é contrária ao
aborto sob o argumento de que ninguém
é dono do próprio corpo . “Só
Deus põe e dispõe sobre a vida.
Portanto, ao escolher o caminho de atentar
contra a própria existência,
na realidade o bispo atenta contra os princípios
da Igreja, da qual ele é pastor. Por
isto, tenho certeza de que segmentos da própria
Igreja são contrários a esse
tipo de atitude do bispo. Vou orar para que
Deus lhe dê bom senso”, destacou.
O Ministro lembrou que desde
que assumiu o Ministério da Integração
Nacional, em 16 de março deste ano,
procurou o bispo de Barra para dialogar. “E
até hoje não tive retorno”,
informou. Inclusive, durante a viagem que
fez da nascente à foz do São
Francisco, em junho último, o Ministro
procurou manter contato com o bispo quando
visitou obras de desassoreamento do rio no
município de Barra, mas não
obteve sucesso.
No que diz respeito à
obra, Geddel Vieira Lima afirma que a transposição
não irá prejudicar o rio São
Francisco pois o projeto é “ambientalmente
sustentável e socialmente justo”. “Vamos
levar a obra adiante. Não tenho medo
de decidir ou receio de governar, sobretudo
quando tenho a certeza de estar no caminho
certo. É forte dizer, mas não
sou homem que se submeta à chantagem
de qualquer ordem”, afirmou.
Segundo o Ministro, a sociedade
irá compreender que a Igreja tem liberdade
para pastorear almas, se manifestar, contribuir
e criticar, mas não tem legitimidade
para governar. “O que o bispo está
querendo é governar. É dizer
o que pode ou não ser feito. É
abrir um precedente que não podemos
aceitar. Imaginem se os católicos mais
progressistas resolvessem fazer greve de fome
e se imolarem para que o Santo Padre mude
sua posição em relação,
por exemplo, à utilização
de contraceptivos, ao aborto ou a tantos outros
temas que a Igreja defende. Não posso
aceitar este comportamento”, enfatizou.
Quanto ao discurso dos opositores
ao Projeto São Francisco, que usa como
base estudos da Agência Nacional de
Águas (ANA) e aponta outras soluções
para a região do semi-árido
nordestino, Geddel Vieira Lima disse que os
estudos são indicativos e que servirão
para ações complementares à
transposição. Inclusive, destacou
que parte das ações indicadas
pelo Atlas da Ana já estão sendo
tomadas. Uma delas é o Programa Água
para Todos que atenderá a população
ribeirinha das margens do São Francisco,
num raio de 15 quilômetros da nascente
até a foz do rio. Eles serão
abastecidos com água do “Velho Chico”,
seja por meio de sistemas adutores simplificados,
poços tubulares e cisternas. O projeto
investirá no primeiro ano R$ 50 milhões.
Parte das licitações das obras,
no valor de R$ 22 milhões, foi publicada
no Diário Oficial da União de
hoje (27/11).
Ele também anunciou
que o Programa de Revitalização
da bacia do rio São Francisco, executado
pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales
do São Francisco e do Parnaíba
(Codevasf), vinculada ao Ministério
da Integração Nacional, está
bastante adiantado. Foram colocados na praça
editais para contratar empresas que farão
obras de saneamento na bacia do rio, num valor
de R$ 450 milhões. A meta é
empenhar R$ 600 milhões até
31 de dezembro deste ano.
Projeto São Francisco
- As obras dos primeiros trechos do Projeto
São Francisco, sob a responsabilidade
do batalhão de engenharia do Exército
Brasileiro, foram iniciadas e junho deste
ano e estão avançando. No Eixo
Norte, em Cabrobó (PE), foi iniciada
a construção do canal de aproximação
que terá 2.080 metros de extensão
e a barragem de Tucutu com 1.790 metros.
As obras do canal de aproximação
do Eixo Leste e da barragem Areias também
começaram na mesma época. O
canal, quando concluído, terá
5.825 metros de extensão. No geral,
os trabalhos do Exército são
de limpeza submersa do lugar, dragagem, escavação
com esgotamento, escavação de
solo e em rocha e concreto projetado para
proteção de taludes. Para a
construção das barragens, os
militares trabalham na instalação
de britagem, na limpeza do reservatório
e nas obras do maciço da barragem e
de tomada d’água. Segundo Geddel Vieira
Lima, as obras do Eixo Leste serão
concluídas ainda no Governo Luiz Inácio
Lula da Silva e as do Eixo Norte ficaram irreversíveis.
O Projeto São Francisco,
quando concluído, retirará apenas
1,4% da vazão do rio que vai para o
mar, preservando em 100% a foz. Não
significa que o rio será desviado.
O projeto é, acima de tudo, de garantia
hídrica. Estudos técnico mostram
que a integração do rio São
Francisco com as Bacias Hidrográficas
do Nordeste Setentrional não terá
impacto no rio, proporcionando condições
melhores de gestão da água no
semi-árido brasileiro. Paralelamente
ao projeto, serão realizados 36 programas
ambientais na região, conforme determinou
o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e
Recursos Renováveis (Ibama).