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DESMATAMENTO NO SUL DO AMAZONAS CAIU 50% EM RELAÇÃO A 2006, APONTA IBAMA

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Dezembro de 2007

7 de Dezembro de 2007 - Amanda Mota - Repórter da Agência Brasil - Manaus - Relatório divulgado nessa quinta-feira (6) pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) mostra que houve queda de 50% nos índices de desmatamento no sul do Amazonas, em comparação com o ano passado. Segundo os dados, em 2006 foram desmatados 72.710,34 hectares, contra 36.352,38 hectares neste ano.

A região é conhecida por concentrar, historicamente, os maiores problemas de degradação ambiental no estado que, segundo a direção do Ibama no Amazonas, muitas vezes estão relacionados à ocupação irregular de terras públicas. Além da redução do desmatamento, o estado também apresentou em 2007 o menor índice de focos de calor dos últimos quatro anos, o que revela diminuição na manutenção das rotinas de queimadas associadas às atividades agropastoris.

As ações foram realizadas de julho a outubro e fazem parte do Plano Nacional de Combate ao Desmatamento na Amazônia. Foram investidos R$ 580 mil para a realização das dez operações em 80 dias de campo. Até o momento, foram lavrados 141 autos de infração, um recorde, segundo o superintendente do Ibama no Amazonas, Henrique Pereira.

Apuí, Novo Aripuanã, Manicoré, Humaitá, Canutama e parte de Lábrea foram os municípios beneficiados com a ação do Ibama, que também incluiu a inspeção de serrarias e a apreensão de 956 metros cúbicos de tora, 717 metros cúbicos de madeira serrada - que haviam sido retiradas ilegalmente da floresta - de tratores e de uma carreta.

"Tivemos um recorde de autos de infração este ano. Os 141 autos até então lavrados atingem a casa dos R$ 51 milhões. Eles incluem multas por desmatamento, por atividades agropecuárias sem licença, desmatamento em área de reserva e áreas de proteção permanente. Essas infrações correspondem a multas de valores mais elevados e considerados crimes mais graves do ponto de vista ambiental", disse Pereira.

Segundo ele, 40 serrarias inspecionadas operavam legalmente. "Isso também é um indicador positivo. Significa que pelo menos 40 empreendimentos florestais estavam operando perfeitamente dentro dos marcos legais, funcionando com licenças e operando com matéria-prima comprovadamente legal. E é isso que queremos, que a indústria madeireira e a atividade agrícola se estabeleçam no Amazonas com bases legais".

O superintendente também destacou a participação de 55 servidores nas operações e a parceria da Superintendência Estadual da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), do Comando Militar da Amazônia, da Polícia Militar de Humaitá, do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e do Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam). Ao longo dos trabalhos, a maior degradação foi em Lábrea onde, até 2006, os dados sobre desmatamento na região apontam números superiores a 300 hectares.

"Na última semana da operação intensiva, nos surpreendeu a descoberta de um desmatamento de 7 mil hectares de terras em Lábrea. Esse tipo de desmatamento, de grandes proporções, infelizmente é o padrão de Lábrea. Essa é uma fronteira de fazendas e a questão envolve ocupação de terras públicas, associadas ou não ao crime da grilagem, que é a falsificação de documentos de posse", relata o superintendente do Ibama.

Segundo a direção do órgão ambiental no Amazonas, a operação de combate ao desmatamento continua no estado de forma normal, ou seja, sem as atividades intensivas feitas nos quatro meses de operação. O período das ações corresponde à época do ano em que acontece o pico de desmatamento, em função do menor índice pluviométrico, que por sua vez facilita o trabalho dos infratores. "O combate ao desmatamento continua mas, com o início das chuvas em dezembro, nosso foco se direciona para o período de defeso e para a fiscalização da pesca", finaliza Pereira.

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Para Greenpeace, desmatamento menor na Amazônia coincide com crise agrícola

7 de Dezembro de 2007 - João Porto - Da Rádio Nacional da Amazônia - Brasília - O governo anunciou ontem (6) que a taxa de desmatamento na região Amazônica caiu 20% de 2006 para 2007, comparados com o período de 2005 a 2006, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) coletados de julho de 2006 até julho de 2007.

O coordenador de políticas públicas do Greenpeace, Sérgio Leitão, disse, no entanto, que o governo não tem muito o que comemorar. De acordo com o ambientalista, o período de redução do desmatamento coincidiu com o período de crise sofrido pela produção agrícola no ano passado.

"A impressão que nós temos é que estes números não condizem com a realidade do segundo semestre de 2007 e nem com a realidade do próximo ano, porque o 'leão' do agronegócio voltou a acordar e os preços agrícolas respondem significativamente ao desmatamento”, alertou.

Já o diretor do Departamento de Articulação de Ações da Amazônia, do Ministério do Meio Ambiente, André Lima, disse que o resultado se deve às ações de preservação do governo que começaram em 2005.
"Foram criadas mais de 20 milhões de hectares de unidades de conservação em regiões de fronteira agrícola, e isso sem dúvida nenhuma gera um efeito imediato", afirmou.

Mesmo com o bom resultado, Lima acredita que será difícil continuar com as reduções de desmatamento sem inovações nas fiscalizações.

"Abaixar a taxa para menos que essa taxa verificada em 2007, de 11.224 quilômetros quadrados, será muito difícil. Estamos trabalhando um conjunto de medidas inovadoras que fortalecerão o combate ao desmatamento em áreas prioritárias", disse.

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Lula diz que Brasil pode ensinar países ricos a reduzir emissão de gases poluentes

3 de Dezembro de 2007 - Carolina Pimentel - Repórter da Agência Brasil - Brasília - Ao defender, mais uma vez, a produção de etanol e biocombustível, o presidente Luiz Inácio Lula disse hoje (3) que o Brasil tem condições de ensinar aos países ricos como diminuir a emissão dos gases causadores do efeito estufa.

"Estamos apresentando ao mundo uma nova matriz energética na área de combustível. Se o mundo adotar, nós teremos muito menos poluição, muito menos gases expelidos na atmosfera, sobretudo, gás do esfeito estufa. Estou convencido de que o Brasil tem o que ensinar ao mundo desenvolvido como evitar a emissão de gases do efeito estufa", afirmou no programa de rádio Café com o Presidente.

Lula comentou o Relatório de Desenvolvimento Humano, do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), divulgado na semana passada. O documento aponta que as nações ricas são responsáveis por 70% dos gases causadores do efeito estufa, enquanto os países pobres respondem por 2% e as nações em desenvolvimento, como Brasil e Índia, por 28%.

O presidente aproveitou o levantamento das Nações Unidas para voltar a criticar o álcool combustível produzido pelos Estados Unidos, que tem custo mais alto. "O álcool brasileiro limita em até 70% os gases do efeito estufa". O etanol, com base no milho, reduz apenas 13% e tem custo maior, que é o produzido nos Estados Unidos", afirmou.

O relatório do Pnud conclama os norte-americanos e europeus a abrirem seus mercados para o etanol brasileiro, além de sugerir a implantação de um imposto sobre a emissão de gases. De acordo com as Nações Unidas, o imposto poderia reduzir outras taxas ou incentivar o desenvolvimento de combustíveis menos poluentes. A estimativa do órgão é de que a cobrança sobre a emissão de CO2 [gás carbônico] pode gerar receita anual de até US$ 265 milhões.

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Para cooperativa, transferência de terras no Amapá é quase "carta de alforria"

8 de Dezembro de 2007 - Marco Antônio Soalheiro - Repórter da Agência Brasil - Brasília - A transferência de 3,8 milhões de hectares de terras da União para o estado do Amapá significa quase uma "carta de alforria" [liberdade] para os agricultores locais. A avaliação foi feita pelo presidente da Cooperativa dos Produtores Agrícolas do Cerrado Amapaense, Gilberto Laurindo, em entrevista à Agência Brasil.

“Temos hoje as terras e não temos documentação, acesso ao crédito, nem garantia de promover investimentos com recursos próprios. A titulação das terras será um passo largo para o desenvolvimento do agronegócio do estado”, afirmou Laurindo.

Segundo o Instituto de Meio Ambiente e Ordenamento Territorial do estado do Amapá (Imap), em 2007, o Banco da Amazônia destinou R$ 164 milhões do Fundo Constitucional do Norte (FNO) para investimentos em agronegócio no estado, e apenas 8% foram devidamente aplicados. Por falta de produtores credenciados, o restante foi devolvido.

A agilização da regularização fundiária é pré-requisito para que os produtores tenham acesso a crédito e viabilizem investimentos. Estima-se que 11 mil famílias serão beneficiadas e a prioridade dos projetos de desenvolvimento agrícola será dos pequenos. “Vai começar por eles, através da difusão de tecnologia. Vamos trabalhar para que eles sejam prestigiados”, disse Laurindo.

A própria geografia do estado, conforme o secretário especial de Coordenação Política Institucional do Amapá, Alberto Góes, não permite predomínio de agricultura em alta escala. O estudo governamental Amapá Produtivo, feito em 2004 e 2005, revelou que as áreas agricultáveis no estado não passam de 250 mil hectares. "Isso indica que temos que trabalhar para produzir alimentos básicos, e não culturas de exportação.”

Góes lembrou ainda um condicionamento legal: “Qualquer propriedade que o estado destinar acima de 500 hectares está sujeita à aprovação pela Assembléia Legislativa”.

Gilberto Laurindo ressaltou que o Amapá enfrenta grande dependência de outros estados para o consumo de alimentos: “Produzimos menos de 10% do que se consome e não exportamos nada”. Ele aponta a mandioca, o arroz, o feijão e a cultura permamente do açaí como produções que devem ser incrementadas em áreas ocupadas há pelo menos um século sem o título de domínio: “A esperança é darmos um passo seguro para oferecer aos netos dos pioneiros a oportunidade de ter condição de vida um pouco melhor”.

De acordo com Laurindo, no Amapá, a convivência entre produtores, quilombolas e índios é pacífica. “As áreas ocupadas pelos brancos não chegam a 25% do estado, e ninguém sente necessidade de avançar a fronteira agrícola.”

O representante dos produtores não teme que a burocracia estatal comprometa a regularização das posses: “Vamos tratar como uma questão de vida ou morte do estado. Criou-se uma expectativa grande, e vamos cobrar fortemente. É uma medida com 30 a 40 anos de atraso, e o atual governo já demonstrou disposição em fazer”, disse ele.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras (www.radiobras.gov.br)

 
 
 
 

 

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