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ONG TENTA IMPEDIR NA JUSTIÇA LEILÃO DE HIDRELÉTRICA DO RIO MADEIRA

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Dezembro de 2007

6 de Dezembro de 2007 - Mylena Fiori - Repórter da Agência Brasil - Brasília - A organização não-governamental (ONG) Amigos da Terra - Amazônia Brasileira tenta, na Justiça, suspender o leilão da Usina Hidrelétrica de Santo Antônio, no Rio Madeira, em Rondônia, marcado para o dia 10 deste mês. A ONG questiona a licença prévia (LP) concedida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em julho deste ano. Também alega que, desde a concessão da licença, houve uma explosão de desmatamento na área de influência da obra.

Para impedir a realização do leilão, a Amigos da Terra entrou ontem (5) com ação civil pública na Justiça Federal do Distrito Federal. “O Ibama , junto com os empreendedores, tem que fazer os estudos de impacto de ambiental como manda a lei, com a área de real impacto do empreendimento”, diz Gustavo Pimentel, gerente da Amigos da Terra - Amazônia Brasileira.

A ONG alega que parecer técnico emitido pelo Ibama em março deste ano recomendava a não-emissão da licença prévia, em razão de falhas nos estudos de impacto ambiental (EIA/Rima) realizados pelo consórcio Furnas/Odebrecht. “A equipe técnica concluiu não ser possível atestar a viabilidade ambiental dos aproveitamentos Hidrelétricos Santo Antônio e Jirau, sendo imperiosa a realização de novo estudo de impacto ambiental, mais abrangente, tanto em território nacional como em territórios transfonteiriços, incluindo a realização de novas audiências públicas”, dizia o parecer assinado por oito técnicos.

Depois disso, segundo Pimentel, foram feitas sessões de perguntas e respostas com os empreendedores e, a partir daí, alguns estudos foram complementados. “Nada foi refeito e nenhum estudo foi adequadamente complementado. Apesar disso, a licença foi concedida em 9 de julho deste ano”, denuncia. Segundo ele, cinco dias antes o atual diretor de Licenciamento do Ibama, Messias Franco, emitiu parecer reconhecendo que nem todos os questionamentos foram respondidos.

Ainda assim, a licença prévia foi concedida. O parecer de Franco só veio a público meses depois. “A despeito de vários requerimentos que fizemos, o parecer só foi colocado no site do Ibama em novembro, na época em que o edital estava saindo. Isso reduziu, e muito, o tempo hábil que a sociedade teria para questionar essas questões”, afirma Gustavo Pimentel.

A Amigos da Terra – Amazônia Brasileira também denuncia os impactos da licença prévia. Segundo Pimentel, dados oficiais do sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), revelam aumento de até 600% no desmatamento na bacia do Rio Madeira, em Rondônia - principalmente nos municípios que não foram objeto dos estudos ambientais - após a concessão da licença prévia.


De acordo com Pimentel, o mesmo sistema apontava tendência de queda no desmatamento em relação a 2006. Em julho, os índices já empataram com os do ano anterior. Em agosto, o aumento no desmatamento foi de 100% na comparação com agosto de 2006. O índice chegou a 600% em setembro deste ano. “Essa explosão de desmatamento é um impacto que não foi previsto, até porque o estudo de impacto ambiental considerou uma área de influência muito pequena”, pondera, frisando que o desmatamento está ocorrendo justamente na área de influência indireta dos empreendimentos.

Pimentel ressalta que o desmatamento revela uma grande especulação na área onde serão construídas as usinas de Santo Antônio e Jirau. “Isso se dá tanto no setor imobiliário de Porto Velho, onde o preço dos aluguéis está indo às alturas, quanto na área florestal, onde os grileiros estão acelerando suas ações e todo mundoestá indo cortar madeira para depois fornecer para o consórcio”, denuncia. “Isso é algo irreversível e precisamos travar de alguma forma”, afirma.

Procurados pela Agência Brasil, a Advocacia-Geral da União (AGU), a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel, promotora do leilão) e o Ibama informaram que ainda não foram citados e, por isso, não conhecem os detalhes da ação movida pela ONG. Ainda assim, o Ibama reafirma, por meio de sua assessoria, que a licença prévia concedida pelo órgão é válida e foi concedida após “profunda análise” de todos os docuemntos, críticas e observações internas e externas.

O processo de licenciamento também está sendo questionado pelo Ministério Público Federal em Rondônia. Em ação ajuizada m março deste ano, o MPF questiona a retirada das linhas de transmissão do processo de licenciamento das usinas do Rio Madeira. O Ministério Público entende que s linhas de transmissão são parte essencial do empreendimento e deveriam ser licenciadas com as usinas.

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Leilão de segunda hidrelétrica do Rio Madeira deverá ocorrer até junho de 2008, diz Tolmasquim

4 de Dezembro de 2007 - Nielmar de Oliveira - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro - O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, estimou que o leilão para construção da hidrelétrica de Jirau, a segunda usina a ser construída no Rio Madeira, em Rondônia, deverá ser realizado ainda no primeiro semestre de 2008.

O leilão da hidrelétrica de Santo Antônio, a primeira usina a ser a primeira a ser construída no Complexo do Rio Madeira, acontecerá na próxima segunda-feira (10) em Brasília.

Na avaliação do presidente da EPE, a desistência de dois dos cincos grupos que se inscreveram para o leilão da usina de Santo Antônio não afetará a licitação. Segundo Tolmasquim, os grupos que permanecem na disputa são fortes e têm condições de viabilizar a construção da usina.

“Não nos interessava que um aventureiro ganhasse a licitação. Felizmente ficaram na disputa três consórcios de primeira linha e que têm condições técnicas e econômicas para construir o empreendimento”, ressaltou o presidente da EPE.

Tolmasquim se disse “muito feliz” com os rumos do processo licitatório, que, para ele, indicam a retomada dos empreendimentos hidrelétricos no país. “Esse é para nós um momento muito feliz e que aponta dois sinais importantes: que as hidrelétricas estão de volta e que o capital privado é essencial para o governo na viabilidade da desta retomada”, destacou.

Segundo o presidente da EPE, os debates ambientais em torno das obras e o fato de o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) ter levado mais de dois anos para liberar a licença prévia para as usinas trouxeram segurança para os investidores. “Houve um debate muito forte na área ambiental e que serviu para mostrar que a decisão tomada foi consciente, o que dá mais segurança ao empreender, na medida em que mesmo o Ministério Público não pode mais questionar o processo”, disse.

Tolmasquim ressaltou ainda a importância de o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) ter quebrado a cláusula de exclusividade das empresas Furnas e Odebrecht (consórcio que elaborou o projeto das hidrelétricas e disputa o leilão) com os principais fornecedores de equipamentos para as usinas.

“Existia o risco de não ter competição e conseguimos quebrar a cláusula de exclusividade”, destacou Tolmasquim. “Hoje, estamos em uma situação em que há três consórcios de nível internacional, todos com amplas condições de ganhar e construir a usina.”

A usina de Santo Antônio terá 3.150,4 megawatts de capacidade instalada. O empreendimento deverá gerar energia a partir de dezembro de 2012, data prevista para a entrada em operação das duas primeiras unidades geradoras.

O projeto inclui a instalação de 44 turbinas e a área do reservatório terá 271 quilômetros quadrados. O prazo até a conclusão das obras 90 meses. O valor total do investimento, avaliado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), foi definido em R$ 9,5 bilhões, com data de referência de dezembro de 2006.

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União monta plantão jurídico para garantir leilão de hidrelétrica no Rio Madeira

7 de Dezembro de 2007 - Mylena Fiori - Repórter da Agência Brasil - Brasília - Os advogados da União estarão de plantão até a próxima segunda-feira (10) para evitar que ações de última hora impeçam a realização do leilão da Usina Hidrelétrica de Santo Antônio, no Rio Madeira, em Rondônia. De acordo com a Advocacia-Geral da União (AGU), a força-tarefa contará com 71 advogados e 71 servidores de apoio em todo o território nacional. O leilão está marcado para as 10 horas de segunda-feira, na sede da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Segundo a AGU, o plantão se justifica pela importância estratégica do empreendimento. Em nota divulgada nesta sexta-feira (7), o órgão informa que já estão em andamento três ações pedindo a suspensão do leilão – todas contestam a licença prévia ambiental concedida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em julho deste ano ao consórcio Furnas Centrais Elétricas e Construtora Norberto Odebrecht.

O Ministério Público Federal entrou na Justiça Federal de Rondônia com uma ação no final de 2006 e outra no início deste ano. E a organização não-governamental Amigos da Terra - Amazônia Brasileira entrou com uma Ação Civil Pública na Justiça Federal do Distrito Federal na última quarta-feira. Esta última aguarda decisão do juiz de um pedido de liminar.

O leilão da Usina de Santo Antônio será realizado pela Aneel pelo sistema eletrônico, na sede do órgão em Brasília. Ganha quem oferecer a menor tarifa para a venda da energia, cujo preço teto é definido pelo Ministério de Minas e Energia.

O complexo hidrelétrico do Rio Madeira compreende, ainda, a construção de outras quatro usinas: a Usina Hidrelétrica de Jirau, também próxima a Porto Velho, capital do estado de Rondônia; uma usina binacional, chamada de Guajará-Mirim, na fronteira entre Brasil e Bolívia; e a usina Cachuela Esperanza, em território boliviano.

O leilão da segunda usina brasileira, de Jirau, está previsto para o início de 2008, em data ainda não confirmada pelo Ministério de Minas e Energia.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras (www.radiobras.gov.br)

 
 
 
 

 

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