3 de Dezembro
de 2007 - Gilberto Costa - Repórter
da Rádio Nacional da Amazônia
- Brasília - O controle do Sistema
de Alerta de Desmatamento do Instituto Homem
e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon)
mostra que o desmatamento no estado do Pará
cresceu nos meses de agosto, setembro e outubro,
comparado com o mesmo período do ano
passado.
No acumulado destes três
meses, o estado teve 765 quilômetros
quadrados de áreas desmatadas. O município
campeão de desmatamento foi o de Cumaru
do Norte, com 31 quilômetros quadrados
de áreas desmatadas.
A pesquisa verificou o aumento
de desmatamento dentro áreas protegidas
por lei, como reservas florestais e áreas
indígenas. Só no mês de
setembro, 21% de toda área desmatada
no estado do Pará ocorreu dentro das
reservas. As áreas indígenas
que mais sofreram com o desmatamento no estado
foram às terras dos Apyterewa e Mankaragnoti.
Para o coordenador do estudo,
Adalberto Veríssimo, a situação
é preocupante. "Nestas áreas
não deveriam ter desmatamento nenhum.
A função dessas áreas
é de conservação, portanto
elas deveriam estar imunes", afirmou.
O Imazon mudou a forma de
se analisar o desmatamento. Atualmente as
pesquisas são feitas mensalmente.
O instituto pretende no
ano que vem estudar o desmatamento em toda
Amazônia Legal e avisar de maneira mais
rápida as autoridades dos novos focos
de desmatamento.
+ Mais
Ibama multa Vale do Rio
Doce em R$ 56 mil por vazamento de óleo
no oeste do Pará
7 de Dezembro de 2007 -
Priscila Galvão - Da Agência
Brasil - Brasília - O Instituto Brasileiro
do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(Ibama) multou em R$ 56 mil a mineradora Vale
do Rio Doce por não ter comunicado
o vazamento de óleo no Rio Trombetas,
em Oriximiná, oeste do Pará.
O desastre ocorreu em 28 de novembro e foi
constatado por equipes do Ibama que trabalham
na região.
No município, funciona
a Mineração do Rio Norte (MRN),
companhia de produção de alumínio
com 40% de participação da Vale.
Segundo o engenheiro florestal da Reserva
Biológica do Rio Trombetas, Carlos
Augusto Pinheiro, o óleo formou uma
mancha de seis quilômetros de extensão
e cerca de 15 metros de largura, o que equivale
a cerca de mil litros.
De acordo com ele, a origem
do óleo pode estar em um navio que
fez carregamento no dia do vazamento. Amostras
foram colhidas para analisar a procedência
do combustível. Apesar do acidente
ecológico, Pinheiro afirmou que não
houve impregnação do óleo
no fundo do rio.
A limpeza, feita pela Vale,
em parceria com a Petrobras e a MRN, foi concluída
no dia 30. No dia seguinte, o Ibama fez uma
vistoria no local e não constatou impactos
significativos ao meio ambiente.
Segundo o representante
da Vale, Murilo Fiúza, o material foi
contido por bóias de contenção
e mantas de absorção na margem
direita do rio. Em seguida, foi colocado em
tambores e levado para Belém para incineração.
Fiúza disse que a
empresa recorrerá da multa. “A Vale
vai apresentar recurso contra essa infração
por não concordar com sua responsabilização
e está aguardando a manifestação
e o laudo da Marinha do Brasil contra a situação
em questão”, alegou.
A Reserva Biológica
do Rio Trombetas (Rebio) foi criada em 1979
para preservar a reprodução
de espécies como a tartaruga-da-amazônia.
Em 2004, foi publicado o manejo da unidade,
listando 26 objetivos específicos,
relacionados à proteção
e à preservação dos diferentes
ambientes e de espécies de flora e
fauna.