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PROPOSTA BRASILEIRA PARA REDUZIR DESMATAMENTO TEM POUCO APOIO EM BALI, ADMITE SECRETÁRIA

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Dezembro de 2007

3 de Dezembro de 2007 - Luana Lourenço - Enviada especial - Bali (Indonésia) - A inclusão da preservação das florestas na conta das reduções mundiais de gases de efeito estufa deverá ser um dos principais temas das negociações da 13ª Conferência das Partes sobre o Clima (COP-13), promovida pela Organização das Nações Unidas (ONU).

A proposta faz parte da agenda de países em desenvolvimento com grandes florestas tropicais, caso do Brasil, Papua Nova-Guiné e a Indonésia, anfitriã do encontro das Nações Unidas. O secretário-geral da Convenção, Yvo de Boer, defendeu a busca rápida por uma solução que incentive a redução do desmatamento, com compensação baseada no comércio das chamados créditos de carbono.

Por essa idéia, defendida pela Costa Rica e Indonésia, por exemplo, os países que deixassem de desmatar receberiam dinheiro pelos créditos de carbono gerados com a redução das derrubadas nas florestas. O Brasil, no entanto, é contrário à inclusão do desmatamento em mecanismos de compensação de créditos.

Segundo a secretária de Mudanças Climáticas do Ministério do Meio Ambiente, Thelma Krug, a solução demoraria a ser efetivada e criaria um estímulo para que os países desenvolvidos continuassem poluindo porque teriam possibilidade de compensação por créditos de carbono. Principal representante da delegação brasileira para o assunto, a secretária participou hoje (3) de uma reunião sobre o tema.

Para a secretária, as florestas não devem ser usadas como a saída para "salvar o clima" e compensar as emissões causadas pela queima de combustíveis fósseis, principal causa do atual estágio de aquecimento global. "As questões do clima têm de ser resolvidas onde foram criadas; não se pode atribuir às florestas um papel maior do que elas têm", ponderou. “Não vamos fazer concessões.”

A delegação brasileira sugere, em linhas gerais, o financiamento voluntário dos países ricos para as nações em desenvolvimento que comprovarem a redução de desmatamento. Essa solução, no entanto, segundo a secretária, atualmente só é apoiada pela delegação de Tuvalu.

Como na ONU, as decisões são tomadas em bloco e aprovadas por consenso, a falta de apoio poderá inviabilizar avanços da proposta brasileira. "Sabemos que de Bali deve sair alguma definição sobre as reduções de emissões por meio da diminuição do desmatamento; ainda não sabemos qual", disse.

Esta semana, duas organizações não-governamentais (ONGs) internacionais que atuam no Brasil apresentarão em Bali estudos e relatórios sobre o desmatamento, além de sugestões de mecanismos para reduzir as emissões provocadas pela destruição de florestas. A reunião das Nações Unidas na Indonésia vai até o dia 14.

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Desmatamento e mercado de carbono serão discutidos em grupos específicos em Bali

4 de Dezembro de 2007 - Luana Lourenço - Enviada especial - Bali (Indonésia) - As negociações formais entre os países que estão na 13ª Conferência das Partes sobre o Clima (COP-13) avançaram hoje (4) nas reuniões dos dois grupos subsidiários da convenção, dos quais um trata de implementação e outro, de assessoria técnica e científica. Os negociadores aprovaram a criação de grupos de contato para discutir as principais questões levantadas pelos países durante as apresentações, entre elas as emissões de carbono por desmatamento e transporte e o fortalecimento de mecanismos de adaptação às mudanças climáticas já existentes.

Esses grupos, que a partir de amanhã se reunirão a portas fechadas, adiantarão as discussões e tentarão chegar a acordos sobre os temas que serão negociados pelos ministros de Estado na próxima semana. A secretária de Mudanças Climáticas do Ministério do Meio Ambiente, Thelma Krug, e o secretário executivo da Comissão Interministerial de Mudança Global do Clima, José Domingos Miguez, adiantaram que deverão participar de discussões específicas sobre reduções de emissões por desmatamento e Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), respectivamente.

Em um evento paralelo à agenda oficial da COP, a organização não governamental (ONG) Greenpeace lançou uma proposta de mecanismo híbrido para compensar financeiramente a redução do desmatamento e diminuir as emissões de gases de efeito estufa por meio da conservação das florestas tropicais no âmbito do Protocolo de Quioto.

A idéia é unir soluções de mercado e ações de governança para reduzir as emissões, proteger a biodiversidade e defender as populações tradicionais das florestas. O dinheiro viria de um fundo internacional regulado por mecanismos de mercado, e os países em desenvolvimento interessados nos recursos deveriam comprometer-se com metas de redução de desmatamento. "O fundo precisaria de 14 bilhões de euros [cerca de R$ 37 bilhões] em cinco anos e seria acompanhado de um sistema de governança consistente", afirmou Paulo Adário, coordenador da Campanha Amazônia da ONG.

Diferentemente da proposta brasileira, a do Greenpeace é baseda em soluções de mercado, e funcionaria como o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), que possibilita o comércio de redução de emissões entre países desenvolvidos que têm metas a cumprir e nações em desenvolvimento.

A proposta deverá ser levada ao grupo de contato formado para debater a questão das emissões por desmatamento. De acordo com Adário, a idéia também foi apresentada ao governo brasileiro hoje. Mais cedo, a secretária Thelma Krug voltou a afirmar que o Brasil não pretende fazer concessões sobre a utilização de mecanismos de mercado para compensar redução de desmatamento.

A coordenação da delegação brasileira em Bali deverá organizar um evento paralelo em que a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, apresentará os números e os resultados das políticas brasileiras pela redução do desmatamento nos últimos anos. A chegada da ministra está prevista para terça-feira (11).

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Brasil defenderá em Bali fundo de apoio para países em desenvolvimento

3 de Dezembro de 2007 - Luana Lourenço - Enviada especial - Bali (Indonésia) - As diretrizes da participação brasileira na 13ª Reunião das Partes sobre o Clima (COP-13), de hoje (3) até 14 de dezembro em Bali, na Indonésia, são conhecidas e vão repetir a posição do país em outros fóruns internacionais sobre o clima. Chefiada pelos ministros das Relações Exteriores, Celso Amorim, da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, e do Meio Ambiente, Marina Silva, a delegação vai participar das negociações de olho em interesses nacionais: contra metas obrigatórias de redução de gases para países em desenvolvimento e em defesa de maiores responsabilidades por parte das nações ricas, inclusive com financiamento e transferência de tecnologia.

A ministra Marina Silva deverá reforçar a chamada proposta brasileira, apresentada na COP-12 em 2006, que defende a compensação financeira por reduções comprovadas de desmatamento, com dinheiro de um fundo internacional abastecido pelos países desenvolvidos. O mecanismo está inserido na lógica do estabelecimento de objetivos mensuráveis e quantificáveis, defendida pelo subsecretário-geral do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Everton Vieira Vargas, na última semana, ao anunciar a orientação da delegação brasileira para Bali.

A exemplo de outros eventos internacionais sobre mudanças climáticas, como a reunião que precedeu a Assembléia Geral da ONU em setembro, o Brasil continuará contra a adoção de metas de redução de emissões para países em desenvolvimento, com base no princípio das responsabilidades comuns porém diferenciadas, adotado pela Convenção [da ONU]. Ou seja, os países desenvolvidos, que historicamente contribuíram mais para as emissões de gases do efeito estufa, devem ter maiores responsabilidades no enfrentamento das mudanças do clima.

Outra diretriz da participação brasileira deverá ser a sugestão de um mecanismo para discussão e financiamento de políticas públicas de redução de emissões em países em desenvolvimento, também anunciado por Vargas na última semana.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras (www.radiobras.gov.br)

 
 
 
 

 

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