10 de Dezembro de 2007 -
Stênio Ribeiro - Repórter da
Agência Brasil - Brasília - O
aquecimento global vai expandir a área
tropical do planeta,
com conseqüente aumento também
da incidência de doenças infecciosas
restritas às regiões de clima
mais quente, como malária e dengue.
O alerta é do professor
do Departamento de Medicina da Universidade
de Brasília (UnB), Pedro Tauil, com
base em recente pesquisa da Organização
Mundial de Saúde (OMS). Em entrevista
hoje (10) à Rádio Nacional,
ele disse que o problema já pode ser
constatado na Região Sul.
De acordo com Pedro Tauil,
o Rio Grande do Sul registrou, neste ano,
o primeiro caso de dengue contraída
no estado. Coincidentemente, lembrou o professor,
o estado teve, em 2007, o maior número
de dias da história com temperaturas
acima de 22 graus.
O professor da UnB diz que
o caso evidencia possível conseqüência
da mudança climática, com expansão
da área tropical para outras latitudes.
Ele ressalta, no entanto, que a incidência
das chamadas "doenças tropicais"
depende também de condições
socioeconômicas, não apenas de
natureza biológica ou ambiental.
Ele explica que, por razões
climáticas, a dengue e a malária
podem chegar aos Estados Unidos e à
Europa. Tauil, no entanto, acredita que a
possibilidade de isso acontecer é pequena
porque os países dessas regiões
são desenvolvidos, bem-estruturados
na área de prevenção
e assistência à saúde.
Além da disseminação
de doenças tropicais, o professor mostrou-se
preocupado com outra conseqüência
das mudanças climáticas: o aumento
da incidência de desastres naturais.
Segundo o especialista, inundações,
tempestades, enchentes e secas provocarão
mais danos à saúde pública
e risco de redução da produção
agrícola.
O professor pede maior engajamento
da sociedade no combate às doenças
tropicais. Segundo ele, não basta conhecer
os cuidados para evitar doenças como
a dengue, mas que as recomendações
venham acompanhadas de mudanças no
comportamento da população.
Apesar de o abastecimento
regular de água, coleta de lixo e fiscalização
sobre terrenos baldios e depósitos
dependerem do poder público, Pedro
Tauil ressalta que a vigilância do ambiente
domiciliar é de cada um. "As pessoas
sabem o que fazer, mas, por diferentes razões,
não praticam os conhecimentos no ambiente
domiciliar", disse o especialista.
+ Mais
Comissão Mista de
Mudanças Climáticas adia para
amanhã votação do relatório
final
12 de Dezembro de 2007 -
Antonio Arrais - Repórter da Agência
Brasil - Brasília - A Comissão
Mista Especial sobre Mudanças Climáticas
adiou para amanhã (13), a partir das
8h30, a apresentação e discussão
do relatório final do senador Renato
Casagrande (PSB-ES). O adiamento foi solicitado
pelo próprio relator, ao avaliar que
o debate não teria, no dia de hoje
(12), a atenção, devido à
votação da emenda que prorroga
a Contribuição Provisória
sobre Movimentação Financeira
(CPMF) e à eleição do
novo presidente do Senado.
No relatório, Casagrande
propõe a adoção de uma
política nacional de mudanças
climáticas, além de um rigoroso
combate às emissões de gases
do efeito estufa, com o controle dos desmatamentos
e queimadas, que, segundo ele, "colocam
o Brasil em quarto lugar entre os que mais
poluem a atmosfera com gás carbônico".
Outra proposta de Casagrande
é que o Congresso Nacional passe a
ter uma comissão mista permanente sobre
mudanças climáticas, porque
essa questão "exige soluções
coordenadas e de longo prazo". A idéia
do relator é que essa comissão,
junto com o Executivo, "passe a estimular
práticas responsáveis, estabelecendo
padrões de consumo que reduzam a pressão
gerada pela ação individual
sobre o meio ambiente".
Nas recomendações
setoriais, o relator destacou a Amazônia.
Renato Casagrande disse que, se nada for feito
pela proteção da região,
entre 40% e 45% da bacia amazônica estará
desmatada até 2050, "o que implicaria
em emissões de gases poluentes entre
oito e dez vezes o que se pretende evitar
com o Protocolo de Quioto".
Nesse sentido, o relator
propõe a adoção de políticas
e estratégias para evitar o desmatamento
ilegal, como, por exemplo, o
estabelecimento de mecanismos de compensação
para financiar a preservação
das florestas brasileiras.
A Comissão Mista
Especial de Mudanças Climáticas,
que reúne deputados e senadores de
todos os partidos representados no Congresso
Nacional, tem prazo de funcionamento até
o dia 22 deste mês - no dia seguinte
(23) tem início o recesso parlamentar,
que vai até 31 de janeiro de 2008.
+ Mais
Congressistas recomendam
incentivos oficiais na preservação
ambiental
13 de Dezembro de 2007 -
Stênio Ribeiro - Repórter da
Agência Brasil - Brasília - A
Comissão Mista Especial do Congresso
sobre Mudanças Climáticas aprovou
hoje (13) relatório do senador Renato
Casagrande (PSB-ES) com recomendações
para o país enfrentar as causas do
aquecimento global. Uma das recomendações
é a adoção de incentivos
governamentais para a proteção
do meio ambiente, com vistas a reduzir os
níveis de desmatamentos, e dar maior
ênfase à geração
de energia limpa.
Casagrande enfatizou a necessidade
de o governo federal "adotar mecanismos
mais efetivos na luta contra o desmatamento
ilegal, que é a maior fonte de emissão
de gases para o efeito estufa" no Brasil.
O senador defendeu também uma "atuação
mais audaciosa" na implementação
do combate ao desmatamento, em articulação
com estados e municípios, com a concessão
de de "incentivos para quem preserva".
Ele disse que "esse
tema é positivo para o Brasil",
que tem quase 50% do território ainda
com florestas nativas, em que pese a devastação
de grandes áreas da Mata Atlântica
e dos cerrados no Centro-Oeste, além
da desertificação de espaços
significativos do semi-árido nordestino.
Na opinião de Casagrande, o governo
"precisa ser mais duro" no combate
ao desmatamento e incentivar a cobertura florestal
programada.
O relatório aprovado
pela comissão é, na verdade,
um manual; uma espécie de "peça
articulada para orientar a continuidade dos
trabalhos da comissão na busca de um
arcabouço legal sobre o tema",
explicou Casagrande. Segundo ele, o objetivo
é constituir um sistema nacional de
mudanças climáticas, e por isso,
a comissão especial, que terminaria
neste mês, teve prazo prorrogado até
junho de 2008.
A comissão também
atendeu requerimento do senador Casagrande
para realização de audiência
pública com representantes do governo
brasileiro que foram à conferência
das Nações Unidas em Bali, na
Indonésia, sobre mudanças climáticas.
O objetivo é que eles apresentem um
balanço da participação
do Brasil naquele fórum, que termina
hoje.Casagrande informou que a data ainda
não está fechada, mas deve ser
na próxima semana.
O Brasil foi representado
em Bali pelos ministros das Relações
Exteriores, Celso Amorim, do Meio Ambiente,
Marina Silva, e da Ciência e Tecnologia,
Sérgio Rezende.
+ Mais
Comissão Mista de
Mudanças Climáticas adia votação
do relatório final
12 de Dezembro de 2007 -
Antonio Arrais - Repórter da Agência
Brasil - Brasília - A Comissão
Mista Especial sobre Mudanças Climáticas
adiou para amanhã (13), a partir das
8h30, a apresentação e discussão
do relatório final do senador Renato
Casagrande (PSB-ES). O adiamento foi solicitado
pelo próprio relator, ao avaliar que
o debate não teria, no dia de hoje
(12), a atenção, devido à
votação da emenda que prorroga
a Contribuição Provisória
sobre Movimentação Financeira
(CPMF) e à eleição do
novo presidente do Senado.
No relatório, Casagrande
propõe a adoção de uma
política nacional de mudanças
climáticas, além de um rigoroso
combate às emissões de gases
do efeito estufa, com o controle dos desmatamentos
e queimadas, que, segundo ele, "colocam
o Brasil em quarto lugar entre os que mais
poluem a atmosfera com gás carbônico".
Outra proposta de Casagrande
é que o Congresso Nacional passe a
ter uma comissão mista permanente sobre
mudanças climáticas, porque
essa questão "exige soluções
coordenadas e de longo prazo". A idéia
do relator é que essa comissão,
junto com o Executivo, "passe a estimular
práticas responsáveis, estabelecendo
padrões de consumo que reduzam a pressão
gerada pela ação individual
sobre o meio ambiente".
Nas recomendações
setoriais, o relator destacou a Amazônia.
Renato Casagrande disse que, se nada for feito
pela proteção da região,
entre 40% e 45% da bacia amazônica estará
desmatada até 2050, "o que implicaria
em emissões de gases poluentes entre
oito e dez vezes o que se pretende evitar
com o Protocolo de Quioto".
Nesse sentido, o relator
propõe a adoção de políticas
e estratégias para evitar o desmatamento
ilegal, como, por exemplo, o estabelecimento
de mecanismos de compensação
para financiar a preservação
das florestas brasileiras.
A Comissão Mista
Especial de Mudanças Climáticas,
que reúne deputados e senadores de
todos os partidos representados no Congresso
Nacional, tem prazo de funcionamento até
o dia 22 deste mês - no dia seguinte
(23) tem início o recesso parlamentar,
que vai até 31 de janeiro de 2008.