(20/12/2007) A Embrapa Rondônia,
em parceria com a Universidade Federal de
Rondônia, UNIR, e a Embrapa Agropecuária
Oeste, aprovaram junto ao Conselho Nacional
de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
(CNPq), nesta semana, o projeto "Desenvolvimento
de tecnologia para a produção
agrícola energética no Estado
de Rondônia”, no valor total de 380
mil reais. O projeto, que inicia no primeiro
semestre de 2008 com duração
de três anos, foi o único da
região Norte aprovado pelo comitê
temático do CNPq.
O objetivo central do projeto,
liderado pela Embrapa Rondônia,unidade
da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária,
vinculada ao Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento, é
domesticar o pinhão-manso e identificar
as espécies oleaginosas nativas da
Amazônia para a produção
de óleo, como a pupunha, o babaçu,
a andiroba, o buriti, o inajá e o tucumã.
Os trabalhos serão desenvolvidos juntamente
com a UNIR, por meio do professor e pesquisador
Júlio Militão,
De acordo com o pesquisador
da Embrapa Rondônia, Rodrigo Rocha,
líder do projeto, as ações
previstas de pesquisa e de transferência
de tecnologia fazem parte do Programa de Agroenergia
do Estado, coordenado pela Secretaria de Estado
da Agricultura, Produção e do
Desenvolvimento Econômico e Social,
SEAPES, que se estrutura para executar programa
de produção agrícola
energética em Rondônia.
Outro importante projeto que deverá
ser implementado pela SEAPES, em parceria
com a Embrapa Rondônia, em 2008, visa
disponibilizar, em curto prazo, informações
para exploração racional da
mamona na região central do Estado
e do girassol no cerrado rondoniense.
Para este projeto, os experimentos
com mamona já começaram a ser
implantados no campo experimental da Embrapa
em Ouro Preto d`Oeste, desde o início
de dezembro, e prosseguirão até
o mês de março do próximo
ano. Além disso, salienta Rodrigo,
outra atividade prevista nesta parceria será
o levantamento, a partir de fevereiro, das
principais iniciativas ligadas à área
de agroenergia que vêm sendo implementadas
em várias regiões do Estado.
Alguns aspectos contribuem
positivamente para que Rondônia tenha
um papel de destaque no mercado de biocombustíveis,
que se desenvolve no país e no mundo.
O pesquisador enfatiza a vocação
agrícola do Estado, a possibilidade
de incorporação de áreas
à agricultura de energia sem competição
com a produção de alimentos
e produção de impactos ambientais
circunscritos ao socialmente aceito, como
alguns dos principais fatores que favorecem
a produção agroenergética
rondoniense.
Além destes, também
se destaca o plantio de vários cultivos
dentro do ano, o crescente desenvolvimento
da região e o posicionamento geográfico
estratégico da região para a
exportação de matéria
prima “in natura” ou processada.
Daniela Garcia Collares
Embrapa Rondônia
+ Mais
Embrapa lança livro
sobre Manejo Florestal de Precisão
(18/12/2007) Uma experiência
inédita no Brasil, voltada para o manejo
e exploração florestal está
reunida em uma publicação que
será lançada na quinta-feira(20),
pela Embrapa Acre.
O livro Manejo de Precisão
em Florestas Tropicais: Modelo Digital de
Exploração Florestal detalha
as principais etapas do processo de planejamento
florestal informatizado (Modeflora), tecnologia
desenvolvida pela Embrapa Acre (Rio Branco)
em parceria com a Embrapa Florestas (Colombo/PR),
unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária – Embrapa, vinculada ao
Ministério da Agricultura, Pecuária
e Abastecimento.
O lançamento acontecerá
às 9h da manhã, na Biblioteca
da Floresta Ministra Marina Silva, localizada
no Parque da Maternidade, no centro de Rio
Branco. Editada pelos pesquisadores Evandro
Orfanó, Evaldo Muñoz e Marcus
Vinício d´Oliveira, a publicação
tem o patrocínio do governo do Estado
do Acre, Secretaria de Ciência e Tecnologia,
Secretaria de Florestas e Instituto Internacional
de Madeiras Tropicais (ITTO).
Dirigida a profissionais
do setor madeireiro e órgãos
de controle ambiental, a obra apresenta, em
oito capítulos, conceitos e vantagens
do modelo de exploração florestal
informatizado e orienta sobre projeções
e uso de sistemas de referência; execução
de procedimentos básicos de geoprocessamento;
elaboração de inventário
pré-exploratório; processamento
primário de dados; e planejamento,
execução e acompanhamento da
atividade de exploração florestal.
Abordagem diferente
O desenvolvimento de técnicas
de exploração e condução
da floresta, sensoriamento remoto, tecnologia
de produtos florestais e capacidade de armazenamento
e processamento de informações
possibilitaram a consolidação
do manejo florestal em áreas tropicais,
nos últimos anos.
Entretanto, conciliar inventários
florestais, modelagem altimétrica do
terreno, estatística espacial e execução
das operações de exploração
florestal com emprego de GPS e navegadores,
ainda é um desafio para muitos profissionais
da área.
De acordo com Orfanó,
a publicação propõe uma
abordagem diferenciada para o planejamento
florestal, onde a precisão das informações
de campo aliada a um conjunto de procedimentos
de modelagem da realidade, permite a formação
de uma rica base de dados georreferenciados,
possibilitando a aplicação do
conceito de manejo de precisão em florestas
naturais nos trópicos.
A tecnologia também
vai auxiliar a elaboração de
planos detalhados para uso da terra em imóveis
rurais e o trabalho de licenciamento ambiental
por órgãos do meio ambiente.
A pesquisa com manejo florestal
de precisão no Acre teve início
há cerca de dois anos e foi validada
no início de 2007. Quatro empresas
locais já adotaram o sistema, resultando
na exploração de forma digital
de mais de 5.000 hectares de floresta. As
vantagens da nova tecnologia vão além
dos benefícios ambientais, proporcionados
pela redução do impacto da atividade
sobre a floresta. A implantação
do modelo digital permite aumentar a produtividade
e rentabilidade, proporcionando maior rendimento
econômico para o produtor.
“Outro ganho substancial
proporcionado pelo Modeflora diz respeito
ao aspecto legal dos planos de manejo. Com
o sistema digital, todo o processo de planejamento,
manejo e exploração florestal
é mapeado e rastreado, facilitando
o monitoramento da atividade.
Tanto os órgãos
fiscalizadores como o cidadão comum
poderão ter acesso via internet, às
áreas de exploração e
saber exatamente que árvores estão
sendo retiradas, com base em imagens de satélite.
Isto atribui maior transparência à
atividade madeireira na Amazônia, facilitando
a fiscalização e controle”,
explica Orfanó.
O manejo florestal de precisão
vem sendo adotado pelo Sistema Florestal Brasileiro,
na elaboração do Inventário
Florestal Nacional e deverá ser difundido
em diversos Estados da federação.
A Embrapa Acre já treinou profissionais
do Paraná, Santa Catarina e Pará
para aplicação do novo modelo.
Durante o lançamento do livro, será
realizada a pré-inscrição
de profissionais interessados em receber o
treinamento em Rio Branco.
Evandro Orfanó Figueiredo
Embrapa Acre