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MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE VÊ RISCO EM ALTERAÇÕES NO CÓDIGO FLORESTAL

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Dezembro de 2007

30 de Dezembro de 2007 - Camila Vassalo - Da Agência Brasil - Brasília - As alterações no Código Florestal Brasileiro aprovadas na semana passada pela Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados representam um risco para as florestas do país. A avaliação é do coordenador do Núcleo dos Biomas Mata Atlântica e Pampa do Ministério do Meio Ambiente, Wigold Schäffer.

Segundo Schäffer, caso as mudanças sejam aprovadas pela Câmara e pelo Senado, áreas destinadas à proteção ambiental, mas que já foram destruídas e destinadas à agricultura ou à pecuária, poderão continuar a ser exploradas. A proposta tem impacto tanto sobre a Amazônia como a mata atlântica.

Na Amazônia, as alterações prevêem a redução da área de reserva legal de 80% para até 50% nos imóveis rurais. A área de preservação pode ser reduzida para até 30% da propriedade, no caso de uso para plantio de espécies florestais com técnicas de manejo ambiental. A proposta prevê ainda que as áreas florestais já desmatadas na Amazônia poderão ser replantadas não apenas com espécies nativas, mas também exóticas.

Em relação à mata atlântica, o texto altera a definição legal sobre as áreas de proteção permanente (APPs). Pela proposta, somente áreas de mata atlântica acima de 850 metros de altitude seriam consideradas APPs.

Para o coordenador do Ministério do Meio Ambiente, a alteração do Código Florestal Brasileiro, caso seja confirmada pelo Congresso Nacional, acabará com a proteção conquistada desde a década de 60. Segundo ele, as mudanças não trazem nenhuma garantia de que os proprietários que desmataram ilegalmente terão obrigatoriedade de recuperar as florestas.

“Na verdade, essa proposta aprovada é ruim para a questão ambiental em todos os sentidos, especialmente neste momento em que o Brasil e o planeta acordam para a gravidade da questão das mudanças climáticas”, avalia Schäffer. “É inadmissível que o Congresso Nacional aprove uma legislação dessa qualidade, que piora o que já temos.”

O coordenador afirma que o Ministério do Meio Ambiente está se esforçando para que a proposta seja modificada na Comissão de Meio Ambiente da Câmara, para onde seguiu após a aprovação na Comissão de Agricultura. “Se for necessário, modificaremos a proposta no plenário da Câmara e até no Senado”, ressalta.

Depois de analisada nas Comissões de Meio Ambiente e de Constituição e Justiça da Câmara, a proposta, que tramita em caráter conclusivo, só passará pelo Plenário da Câmara caso haja requerimento de 10% dos deputados. Somente então, o projeto de lei seguirá para o Senado, de onde se originou.

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Para ambientalistas, cana e rebanho bovino impulsionam desmatamento na Amazônia

24 de Dezembro de 2007 - Marco Antônio Soalheiro - Repórter da Agência Brasil - Brasília - A previsão de expansão de 9% na produção de cana-de-açúcar em 2008 e a constatação de que, em dez anos, o número de bois na Amazônia Legal quase dobrou, conforme demonstrado em recente pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), trazem à tona discussões sobre os riscos de agravamento do desmatamento na Amazônia nos próximos anos.

Dados do Projeto de Monitoramento da Floresta Amazônica Brasileira por Satélite (Prodes) indicam que o desmatamento na região da floresta tropical, entre agosto de 2006 e julho de 2007, caiu 20% em relação ao período 2005 e 2006. Entretanto, aumentos de 600% no desmatamento em Rondônia e de 130% no Mato Grosso nos últimos seis meses já preocupam os ambientalistas.

“Com o processo de transferência de atividades produtivas para a região e o maior preço de produtos agrícolas, já se consegue identificar a retomada do desmatamento em um patamar muito preocupante. O governo fiscaliza, mas precisa dar um passo adiante na cobrança das multas”, afirmou em entrevista à Agência Brasil o coordenador de políticas públicas do Greenpeace no Brasil, Sérgio Leitão.

Segundo Leitão, o índice de execução das multas relativas ao desmatamento na região amazônica é de 2% e o ministério do Meio Ambiente (MMA) não consegue agir com relação aos proprietários de terras que agem de forma ilegal.

“É como se fosse um recado dizendo que quem comete danos ambientais pode continuar assim, porque o Estado não tem estrutura para punir efetivamente o bolso do destruidor.”

Na última sexta-feira (21), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou um decreto que prevê a edição, por parte do Ministério do Meio Ambiente, de listas anuais de municípios prioritários para ações preventivas de controle dos desmatamentos. Inicialmente, entre 32 e 35 municípios responsáveis por 45% dos desmatamentos na Amazônia devem integrar a lista.

Ainda este mês, o presidente criou o Grupo Permanente de Responsabilização Ambiental, com participação de ministérios, da Polícia Federal e de entidades de fiscalização. O objetivo é elaborar as estratégias de combate integrado ao desmatamento por parte dos órgãos federais, em articulação com os estados. E um dos principais desafios será, segundo a assessoria do MMA, aumentar o índice de penalização efetiva decorrente das infrações ambientais.

Resultados preliminares do Censo Agropecuário 2006, do IBGE, confirmaram a expansão das fronteiras agrícolas, com um aumento da área de lavouras no país de 83,5% em relação a 1996 e queda na área de pastagens de cerca de 3%. Na Região Norte houve o maior aumento relativo na área de lavoura: 275,5%.

Para o gerente do levantamento sistemático de produção agrícola do IBGE, Neuton Alves Rocha, o avanço da produção de cana-de-açúcar no Brasil ainda está restrito às áreas degradadas ou de pastagens antigas. Em 2008, o volume produzido deve crescer com destaque em Goiás (35%) e no Mato Grosso do Sul (33%).

Na avaliação do Greeenpeace a expansão dos biocombustíveis reforça as pressões sobre a Floresta Amazônica. Isso porque atividades típicas do centro sul, como a pecuária, estariam saindo dessas áreas com a chegada da cana e migrando para a Amazônia. “Ao mesmo tempo em que os biocombustíveis são importantes para limpar a matriz energética e diminuir a poluição nas cidades, isso tem de se combinar com o plantio em áreas já degradas no sul do país, sem pressionar a Amazônia”, disse Leitão.

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), por sua vez, não entende a produção de cana-de-açúcar ou soja na região norte do país como algo impeditivo, desde que o governo determine regras claras para a expansão agrícola.

“Se já existem áreas degradadas na região Amazônica, por que não utilizá-las também como nas áreas de cerrado? Podemos ser hoje o grande celeiro para abastecer o mundo, mas precisamos saber se aquele local é apto ou não. Se o governo disser que não, que se busque incentivos para outros tipos de produção”, argumentou o assessor técnico da comissão de meio ambiente da CNA, João Carlos de Petrebul.

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) trabalha na formatação de um zoneamento agroecológico para cultura da produção de biocombustíveis, que deve ser concluído em outubro de 2008. Até lá, a CNA avalia que, por questões de licenciamento ambiental, investimentos na área ficarão parados.

O Greenpeace propõe o desmatamento zero na Amazônia, com incentivos econômicos para produtores que ajudem a manter a floresta em pé.

“É preciso combinar o fim do desmatamento com condições mínimas de sobrevivência para os 20 milhões de amazônicos, preservando riquezas e, ao mesmo tempo, a floresta e prestando relevantes serviços para o Brasil e para o mundo”, avaliou Sérgio Leitão.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras

 
 
 
 

 

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