04 de Janeiro de 2008 - Grupo
de 40 baleias jubartes se alimentam em volta do
navio Esperanza, que está em expedição
na Antártica para impedir a caça
promovida pelo Japão.
Antártica — Queixa diplomática proposta
pela Austrália reuniu 31 países. Greenpeace
apóia iniciativa e está na Antártica
para impedir a matança.
O governo brasileiro aderiu nos
últimos dias de 2007 ao protesto diplomático
formal do governo da Austrália contra a caça
de baleias promovida pelo Japão. O protesto
foi apresentado pelo embaixador australiano no Japão
e conta com o apoio de 31 países - é
o maior protesto internacional já feito contra
o programa de caça às baleias do Japão.
Entre as preocupações da Austrália
em relação ao programa de caça
japonês é o prejuízo que ele
pode causar à sua indústria de turismo
de observação de baleias, que movimenta
mais de US$ 300 milhões por ano. Para monitorar
as atividades da frota baleeira japonesa, a Austrália
enviou à Antártica um navio e um avião
de reconhecimento.
Os países que se juntaram
à Austrália no protesto são:
Argentina, Áustria, Bélgica, Brasil,
Chile, Costa Rica, Croácia, República
Tcheca, Equador, Finlândia, França,
Alemanha, Grécia, Irlanda, Israel, Itália,
Luxemburgo, México, Mônaco, Holanda,
Nova Zelândia, Portugal, San Marino, Eslováquia,
Eslovênia, Espanha, Suécia, Reino Unido
e Uruguai. A Comissão Européia também
participou do protesto.
O governo australiano e os demais
países que formalizaram o protesto contra
o Japão acreditam que não há
justificativa aceitável para a caça
de baleias.
A iniciativa respalda politicamente
a expedição que o Greenpeace realiza
na Antártica para impedir a matança
de baleias pela frota baleeira japonesa. O Greenpeace
está na região com seu navio Esperanza
e sua tripulação promove também
o projeto A Trilha das Grandes Baleias, pesquisa
científica não-letal com um grupo
de 20 jubartes que foram marcadas com sensores que
transmitem sinais via satélite. .
Confira as últimas informações
publicadas sobre o projeto A Trilha das Grandes
Baleias e a expedição do Greenpeace
na Antártica no blog de Oceanos. O blog está
sendo atualizado quase que diariamente pela bióloga
Leandra Gonçalves, coordenadora da campanha
de Oceanos do Greenpeace Brasil.
O Japão pretende caça
quase mil baleias este ano no Oceano Antártico
- 935 da espécie minke e 50 da espécie
fin. Baleias jubartes também estavam na lista
para serem caçadas mas, uma semana antes
do protesto internacional encabeçado pela
Austrália, o Japão anunciou que deixaria
de fora essa espécie que está ameaçada
de extinção. Por esse motivo ela não
é caçada desde a década de
1960.
O Oceano Antártico é
onde se localiza um dos santuários de baleias
no mundo - o outro é no Oceano Índico.
O Brasil e alguns países conservacionistas
pleiteam a criação de um novo Santuário
de baleias, o do Atlântico Sul.
O Japão afirma que caça
baleias por questões científicas,
mas admite que o faz apenas como alternativa à
caça comercial, proibida desde 1986 devido
à moratória imposta pela Comissão
Internacional Baleeira (CIB). A carne das baleias
caçadas pelos japoneses no Santuário
Antártico é processada e empacotada
no navio-fábrica Nisshin Maru, que faz parte
da frota baleeira, e vendida no Japão. No
entanto, o mercado para esse tipo de produto está
em baixa.
"O Japão diz que faz pesquisa científica,
mas em dois anos não apresentou resultados
convincentes. Além disso, a carne de baleia
já não tem mais mercado no Japão
e o dinheiro usado para tudo isso é público.
O Japão deveria voltar com sua frota imediatamente
ao porto", afirma Leandra Gonçalves,
coordenadora da campanha de Baleias do Greenpeace
Brasil e também do programa não-letal
A Trilha das Grandes Baleias, que está a
bordo do Esperanza.
+ Mais
Icebergs, baleias fins... tudo
pronto para o encontro com frota baleeira
02 de Janeiro de 2008 - Um dos
primeiros icebergs avistados pela tripulação
do Esperanza após cruzar a convergência
Antártica
Antártica — Depois de passar por mares muito
ruins, Esperanza chega à Antártica
para defender as baleias contra a caça japonesa.
Expectativa em alta na tripulação
do nosso Esperanza, que acaba de chegar à
Antártica e pode encontrar a qualquer momento
a frota baleeira japonesa. Depois de passar pela
convergência Antártica (região
marítima que cerca o continente gelado, cruzando
os oceanos Atlântico, Pacífico e Índico),
atravessando mares muito ruins, o Esperanza encontrou
os primeiros icebergs e as primeiras baleias.
"A tripulação
está na expectativa do encontro com a frota
baleeira japonesa, que poderá ser a qualquer
momento", conta Leandra Gonçalves, coordenadora
da campanha de Oceanos do Greenpeace Brasil que
está a baordo no Esperanza.
"Avistamos um grupo de quatro
baleias fin, adultas, que correm risco de serem
arpoadas aqui na Antártica pelos japoneses.
Essas foram as primeiras baleias avistadas desde
que iniciamos a pesquisa não-letal, esperamos
encontrar mais animais a partir de agora",
afirma Leandra.
Clique aqui e saiba mais sobre
o nosso projeto A Trilha das Grandes Baleias, pesquisa
não-letal que monitorou um grupo de 20 jubartes
do sul do Oceano Pacífico até a Antártica.
Os japoneses pretendem caçar
50 fins e 935 minkes este ano. A lista inicial previa
também a caça de 50 jubartes, espécie
ameçada de extinção, mas graças
à pressão internacional, no entanto,
elas serão poupadas.
As jubartes estão salvas.
É hora de salvar também as demais
espécies.
O Japão alega estar praticando
uma caça científica, mas já
admitiu publicamente que o faz apenas para pressionar
pela volta da caça comercial das baleias,
interrompida desde 1986 pela moratória imposta
pela Comissão Internacional Baleeira (CIB).
A entidade se reunirá novamente em junho
do ano que vem, no Chile, e em vez de trabalhar
pelo fim da moratória à caça
precisa unir esforços para a manutenção
dos dispositivos de proteção às
baleias e aprovar novas medidas, como o Santuário
de Baleias do Atlântico Sul.