09/01/2008 - Brasília (9.1.2008)
- Presente até na sucessão presidencial
dos Estados Unidos, o etanol brasileiro ganhou status
de celebridade em 2007 e
deve integrar, nos próximos anos, a seleta
lista de produtos líderes em exportação
no País, juntamente com a carne e a soja.
A produção de etanol projetada para
2018 é de 41,6 bilhões de litros,
mais que o dobro da produção de 2007.
O consumo interno para o mesmo período está
previsto em 30,3 bilhões de litros e as exportações
em 11,3 bilhões.
Os dados fazem parte do estudo
Projeções do Agronegócio Mundial
e do Brasil de 2006/2007 a 2017/2018, divulgado
nesta quarta-feira (9), em Brasília, pelo
ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento,
Reinhold Stephanes. O trabalho, elaborado pela Assessoria
de Gestão Estratégica (AGE) do Mapa,
mostra que, além do etanol, o algodão,
milho, trigo, feijão, mandioca, açúcar
e soja também apresentarão elevados
acréscimos de produção no período.
Segundo o ministro, as projeções
consideraram que a demanda mundial por alimentos
deve duplicar, ainda na primeira metade deste século,
por conta inclusive do aumento de consumo nos países
asiáticos. “É um fenômeno natural
porque, quando a renda cresce, aumenta o consumo.
Este cenário cria uma excelente oportunidade
de mercado para países produtores de grãos
como o Brasil”, acrescentou Stephanes.
"Para as projeções
de exportação do etanol dois fatores
foram decisivos: a pressão dos biocombustíveis
e os preços favoráveis no horizonte
estudado”, informou o coordenador do estudo, José
Garcia Gasques. Elaborado para desenvolver o planejamento
estratégico do Mapa, o trabalho se baseia
em informações e estudos prospectivos
de entidades como a Organização das
Nações Unidas (ONU) e sua representação
para Agricultura e Alimentação (FAO),
a Organização para Cooperação
e Desenvolvimento Econômico (OCDE), IBGE,
Conab, Ipea, entre outras, além de projeções
compiladas pelo Mapa/AGE.
O estudo indica que a liderança
na ocupação de novas áreas
deve ocorrer com a lavoura canavieira, cujo aumento
esperado é de 66,6%. Em 2017/18, a área
necessária para a produção
de açúcar e álcool será
de 10,3 milhões de hectares. Isso representa
um acréscimo de 4 milhões de hectares
em relação à área atual,
de 6,2 milhões de hectares. “O importante
é que essa expansão se dê em
áreas de pastagens”, ponderou o ministro
Reinhold Stephanes, lembrando que o Brasil vai adotar
regras para o plantio da cana, por meio do zoneamento
partir do segundo semestre de 2008.
Carnes
O estudo Projeções
do Agronegócio Mundial e do Brasil mostra
também o crescimento da exportação
de carne bovina, de frango e suína para os
próximos 10 anos. As maiores taxas de crescimento
da produção, no período 2007/08
a 2017/18, são para a carne de frango, que
deve crescer a 3,3% ao ano, e a de bovino, cuja
projeção para o período é
de 2,5% ao ano. Já a produção
de carne suína deve subir 1,86% ao ano.
As projeções para
o consumo revelam a preferência dos brasileiros
pela carne de frango, com crescimento projetado
de 3,3%. A carne bovina assume o segundo lugar no
aumento do consumo.
Produtividade
A produtividade foi apontada como
fator decisivo para o crescimento de produção
nos próximos 10 anos. O aumento total de
área das principais lavouras está
projetado em 17,6 %. Isso deverá corresponder
a oito principais lavouras, que serão responsáveis
pela ampliação em hectares: de 53
milhões atuais para 62,2 milhões,
em 2017/18. Algumas lavouras, como a de arroz, feijão
e café, deverão ter áreas reduzidas,
nos próximos anos, por conta das mudanças
nos sistemas de produção e falta de
atratividade financeira para dos produtos. (Da Redação)