Porto Alegre (09/01/08) - Desde
o dia 27/12/07 uma operação de fiscalização
intensa está sendo realizada no entorno do
Parque Nacional da Lagoa
do Peixe. A atividade tem o apoio do helicóptero
do Ibama e visa coibir atividades como pesca e plantio
ilegal de pinus. Além disso, segundo a chefe
da Unidade de Conservação, Maria Tereza
Queiroz Melo, estão sendo monitoradas lavouras
de arroz e verificadas denúncias de drenagem
de banhados.
Já no início da
operação foi flagrado o beneficiamento
irregular de camarão rosa (que está
na época do defeso) em uma propriedade no
município de Tavares. O produto (cerca de
130 quilos) retirado da Lagoa do Peixe foi doado
para os moradores da Vila da Antena, naquele município.
Hoje (9) foi realizado um novo sobrevôo para
continuar a fiscalização do camarão.
A atividade teve a participação de
agentes da Polícia Federal.
Paralelo às ações
de fiscalização, os servidores do
Parque (com apoio de soldados da Brigada Militar)
realizaram ontem (8) a primeira medição
do camarão rosa em um ponto da Lagoa do Peixe.
Segundo o técnico Jordano Pires Lopes, pelo
menos outras duas ou três medições
serão realizadas até que o camarão
atinja o tamanho ideal (nove centímetros)
pra que a pesca artesanal seja liberada.
Lavouras de arroz
Segundo a chefe do Parque, a fiscalização
de lavouras de arroz e plantios irregulares de pinus
teve o apoio de técnicos da Fundação
Estadual de Proteção Ambiental (Fepam).
Eles observam nestas saídas de campo, a preparação
das lavouras em áreas de difícil acesso
e possíveis irregularidades como drenagem
de banhados e abertura de canais nas áreas
no entorno do parque.
Após a fiscalização
(também com apoio do helicóptero do
Ibama), as técnicas vão verificar
através de fotos e das coordenadas (GPS)
se as atividades estão dentro das áreas
licenciadas, para então definir sobre a aplicação
ou não de multas. Segundo Maria Tereza, também
será feito um relato das atividades de fiscalização
ao Ministério Público Federal, que
apresentou algumas demandas.
Durante estes sobrevôos,
os técnicos do Parque observam também
se nesta época estão sendo construídas
moradias (irregulares) no entorno ou dentro do Parque
(próximo aos balneários da região)
e fazem o monitoramento dos ninhais já que
é período de reprodução
de várias espécies de aves da região
como o cisne de pescoço preto, o cisne branco,
maçaricos e cegonhas (joão-grande).
Maria Helena Annes
+ Mais
Ibama de Uruguaiana/RS pesquisa
atropelamento de animais silvestres em rodovias
do Sul
Uruguaiana/RS (10/01/08) - Os
atropelamentos em rodovias são uma importante
causa de mortalidade para várias espécies
de animais silvestres em todo o mundo. Para a região
do oeste gaúcho, poucos estudos tratando
do tema foram desenvolvidos até o momento;
ainda assim, é possível perceber-se
que o impacto destes atropelamentos sobre algumas
espécies é muito grande. Animais como
os zorrilhos e graxains são encontrados mortos
com freqüência quase que diária.
Visando detectar o efeito das
rodovias BR 290 e BR 472 na mortalidade de vertebrados
silvestres, técnicos do Escritório
Regional do Ibama em Uruguaiana/RS estão
realizando registros sistemáticos dos atropelamentos.
Com isso, pretende-se além de gerar conhecimento,
contribuir com a gestão ambiental no Pampa,
além de transformar as informações
coletadas em ferramentas educativas. No sentido
de valorização e preservação
da vida silvestre.
Diversos estudos confirmam que
os índices de atropelamento tendem a aumentar
em rodovias próximas ou que cortam áreas
destinadas à conservação da
natureza, como Parques, Estações Ecológicas
e Reservas Biológicas. A BR 472 corta o Parque
Estadual do Espinilho e o Banhado de São
Donato. Neste contexto, encontrar saídas
para minimizar os atropelamentos nestes locais,
além de ser uma prioridade, é um desafio
quanto à criação e viabilização
de passagens seguras que interliguem as porções
das Unidades de Conservação cortadas
pelo asfalto.
Os carnívoros são,
dentre os mamíferos, os que mais sofrem com
atropelamentos. É provável que a susceptibilidade
destes animais a atropelamentos se justifique por
se tratar de espécies com grande capacidade
de deslocamento e muitas vezes terem comportamento
de comer carniça de outros animais atropelados,
ficando vulneráveis.
As rodovias apresentam diferentes
níveis de urbanização e extensas
áreas de lavouras e vegetação
nativa. A diversidade da fauna é alta, sendo
freqüente a ocorrência de acidentes com
espécies que utilizam a estrada como parte
de seu habitat.
Animais encontrados nas rodovias
da fronteira oeste, de maio de 2007 até o
momento: gambá-de-cola-lisa, gato do mato,
preá, lebre, graxaim, tatu peludo e mulita,
mão-pelada, furão, cardeal, bem-te-vi,
caracará, perdiz e outras aves, lagarto-teiú,
jararaca e outras serpentes.