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GOVERNO DE MINAS PRIORIZA AÇÕES NA BACIA DO RIO DAS VELHAS

Panorama Ambiental
Belo Horizonte (MG) – Brasil
Janeiro de 2008

“Navegar, pescar e nadar no rio das Velhas em sua passagem pela Região Metropolitana de Belo Horizonte em 2010”. Este foi o desafio assumido em 2004 pelo governo de Minas e firmado entre atores governamentais, usuários de água da bacia do rio das Velhas e sociedade civil organizada. O programa tem como objetivo melhorar as condições ambientais da bacia do rio das Velhas, de modo a permitir a navegação, a pesca e o nado em seu trecho mais poluído, que corresponde à sua passagem pela Região Metropolitana de Belo Horizonte. Em 2007, a Meta 2010 passou a ser um dos 57 Projetos Estruturadores do governo do Estado.

O objetivo de revitalizar o rio das Velhas teve início em 2003, ano em que o Projeto Manuelzão, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), percorreu por água e por terra toda a calha do rio das Velhas. A partir de observações feitas durante o trajeto de 804 quilômetros - da nascente, em Ouro Preto, à foz, no encontro com o São Francisco - foram identificados os principais focos de degradação e as ações necessárias à sua reversão. A Meta abrange as sub-bacias dos rios Itabirito, até o Jequitibá, que recebe os esgotos de Sete Lagoas, além da bacia do rio Cipó e das nascentes do rio das Velhas localizadas em Ouro Preto.

Bacia do Rio das Velhas - Um dos principais afluentes do rio São Francisco e o único que passa por uma Região Metropolitana, o rio das Velhas vem sofrendo grandes impactos, principalmente referentes ao despejo de grande quantidade de esgoto in natura em suas águas. O rio também enfrenta problemas decorrentes de atividades minerárias, agricultura, ocupação desordenada do solo e desmatamento.

O principal objetivo do “Projeto Estrutrador Revitalização do Rio das Velhas - Meta 2010” é a melhoria da qualidade das águas, partindo de um índice de Qualidade das Águas (IQA) igual a 59,5% (dados de 2005) para 67% até o início de 2011 e o seu enquadramento em Classe II, o que significa que a água poderá ser destinada ao abastecimento doméstico, após tratamento convencional, a atividades de lazer (natação, esqui aquático e mergulho), à irrigação de hortaliças e plantas frutíferas e à criação de peixes (aqüicultura). O enquadramento anterior, realizado em 1997, determinava que esse trecho do Velhas deveria atender à classe III. Ou seja, a Meta prevê uma melhoria ainda maior, já que atualmente as condições das águas do rio das Velhas nesse trecho não condizem nem com a classe IV, classificada pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) como a de pior qualidade.

Para a melhoria da qualidade da água, é necessário eliminar o lançamento de esgoto não tratado no rio das Velhas. Para tanto, um dos principais instrumentos é a implantação e o funcionamento de Estações de Tratamento de Esgotos (ETEs).

Outras ações previstas no Projeto Estruturador são a implementação de obras de saneamento nas principais sub-bacias da RMBH, a recuperação da base florestal (com ênfase na recuperação de matas ciliares), a elaboração de um plano de comunicação e de educação e extensão ambiental, a integração da rede de monitoramento da qualidade da água, e estudos de viabilidade para a implantação de navegação turística entre Sabará e a Fazenda Jaguara Velha, em Matozinhos.

Plano Diretor de Recursos Hídricos - Um importante passo para a concretização da Meta 2010 foi a elaboração do Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia do rio das Velhas. O documento reúne um diagnóstico sobre as atuais condições da bacia e um conjunto de propostas para a gestão e recuperação das águas. O Plano foi aprovado pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do rio das Velhas (CBH-Velhas) no dia 10 de dezembro de 2004.

Para elaboração do Plano, foi montado um Grupo Técnico de Trabalho formado por profissionais de diversos órgãos estaduais e do Projeto Manuelzão, por meio da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), coordenados pelo Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam). Esse grupo traçou diretrizes de orientação para o Plano, que foram apresentadas a uma Comissão Técnica composta por membros do CBH-Velhas tendo como perspectiva o cumprimento da Meta, definindo, assim, prioridades para o alcance desse objetivo.
O primeiro foco das ações foram os municípios de Belo Horizonte e Contagem, que abrigam 70,8% da população da bacia. Em junho de 2006, a ETE Arrudas tratava 65% do esgoto que era coletado na sub-bacia. Em abril de 2007, esse nível chegou a 72,91%. No mesmo período, a ETE Onça entrou em funcionamento e já trata 40% do esgoto coletado. Também até junho de 2006, 700 pontos de lançamento de esgoto haviam sido eliminados. De lá para cá, foram extintos mais 150 pontos e outros 280 serão eliminados até 2008. O início das obras do Programa de Recuperação Ambiental de Belo Horizonte (Drenurbs), da Prefeitura de BH, também é um avanço importante. O segundo foco das ações é a bacia do ribeirão da Mata. Formada por 10 municípios, essa bacia também enfrenta sérios problemas com a destinação dos esgotos. A bacia do ribeirão Jequitibá é o terceiro foco.

Outra prioridade apontada pelo Plano Diretor refere-se ao fortalecimento do Comitê da Bacia e à criação de sua Agência. No dia 22 de março de 2007, durante o Fórum das Águas, a Associação Executiva de Apoio à Gestão de Bacia Hidrográfica Peixe Vivo foi reconhecida como entidade que pode ser contratada para exercer o papel de Agência de Bacia do rio das Velhas. Com isso, a Agência poderá fazer o contrato de gestão da Bacia com o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) e ser o braço executivo do CBH-Velhas.

Investimentos - Ao logo dos próximos quatro anos, cerca de R$ 1 bilhão de Reais serão investidos na bacia do rio das Velhas. Com conclusão prevista até o final de 2008 estão a implantação de interceptores com eliminação de mais de 114 pontos de lançamento de esgoto além de várias intervenções na região de Contagem. Os programas de Drenagens Urbanas e o plano municipal da Prefeitura de Belo Horizonte, com intervenções em vários pontos da cidade, além de intervenções em Itabirito, Nova Lima e em municípios da sub-bacia do ribeirão da Mata, já contribuem para o alcance da “Meta 2010”. Segundo a coordenadora da comissão de integração e acompanhamento da Meta 2010 e técnica da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), Myriam Mousinho, o resultado da melhoria da qualidade das águas com as intervenções já realizadas e com a operação das Estações de Tratamento de Esgoto Arrudas e Onça já é visível. “Depoimentos espontâneos das populações ribeirinhas localizadas à jusante da Região Metropolitana já identificaram o retorno de espécies de peixes que há muito não eram vistos nestas regiões, como o dourado e o surubim”, comemora.

Minas Gerais sempre foi um Estado pioneiro na implementação de políticas de gestão dos recursos naturais. Anterior à criação do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama), o Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam), criado em 1978, desempenhou um papel decisivo na história de vanguarda de Minas em relação à gestão do meio ambiente. O Conselho tem sido, ao longo de seus 30 anos de existência, a instância definidora dos rumos da política ambiental no Estado.

Desde sua criação, o Copam vem passando por mudanças estruturais com o objetivo de se adaptar às novas realidades sócio-ambientais enfrentadas pelo mundo. Em Minas, de acordo com o Chefe de Gabinete da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), Augusto Henrique Lio Horta, essa adaptação só pode ser bem sucedida se for baseada em dois princípios: estratégia e planejamento.

Nesse contexto, com objetivo de dar uma resposta eficaz aos novos desafios ambientais do Estado, o governo de Minas publicou no Diário Oficial do Estado, no dia 03 de dezembro, o Decreto 44.667, que reorganiza o Copam. A publicação do decreto foi a consolidação do processo de modernização da administração ambiental de Minas iniciada em 2003.

“As competências do Copam continuam as mesmas: determinar os rumos da política ambiental no Estado e promover os atos concretos dessa política, especificamente a regularização ambiental e aplicação de penalidades. A alteração é na atribuição da responsabilidade por realizar essas tarefas”, explica Lio Horta. Até 2007 o licenciamento ambiental de empreendimentos de grande porte era analisado em Belo Horizonte, e quem concedia as licenças eram as Câmaras Técnicas do Copam. Com o novo Decreto, além de serem extintas as Câmaras, o licenciamento passa a ser feito totalmente de forma descentralizada.

Na avaliação do Chefe de Gabinete, ao longo dos anos, o licenciamento ambiental foi hiper utilizado como mecanismo de controle ambiental. “O licenciamento é necessário para o controle, mas não é suficiente. É preciso conjugá-lo com outros instrumentos estabelecidos na Lei”, pondera. Para valorizar o licenciamento, avalia Augusto, é preciso dotá-lo de inteligência. E, segundo ele, o novo Copam estabelece os mecanismos necessários para atingir esse fim.

Na atual estrutura, em vigor a partir da publicação da norma, a regularização ambiental fica definitivamente sob responsabilidade das Unidades Regionais Colegiadas (URC) do Copam. As URCs, que desde de 2003 já julgavam processos de médio porte, passam agora a julgar também processos de grande porte. Além disso, foram recentemente criadas duas novas URCs para áreas de alta relevância ambiental: as URCs do Rio Paraopeba e do Rio as Velhas, totalizando dez Unidades no Estado.

Segundo explica Lio Horta, com a reproporcionalização do licenciamento, o Copam recupera sua função política. Ele volta a funcionar, principalmente, de forma analítica, diretiva e propositiva. “Quem ganha é o meio ambiente e a sociedade. Os empresários voltarão a poder discutir política ambiental, além de ter o licenciamento efetivo e mais ágil, de forma descentralizada”, afirmou.

Plenário e CNR

Umas das principais novidades do novo Copam é que o plenário, sua instância superior, passa a ser um local de alta decisão. O plenário será formado pelo mais alto escalão do Governo, o secretário de Estado, e por representantes da sociedade civil e do setor produtivo. Ficará a cargo do plenário estabelecer, sob forma de diretivas, as orientações gerais sobre políticas e ações de proteção, conservação e melhoria do meio ambiente a definição de diretivas para o funcionamento das outras Unidades do Copam.

Com a mudança, o plenário não tem mais competência de avaliar recursos de penalidades aplicadas ou decidir sobre processos de licenciamento. Cabe agora à recém criada Câmara Normativa Recursal (CNR) decidir, como última instância administrativa, sobre requerimento de licença ambiental proferidos pelas URCs e penalidades aplicadas pelos órgãos do Sisema. “Também caberá a CNR aprovar normas, diretrizes e outros atos complementares necessários à proteção ambiental, de acordo com as diretivas do Plenário e aprovar convênios relativos à aplicação das normas de licenciamento, autorização de funcionamento e fiscalização ambiental entre os órgãos e entidades estaduais e os municípios”, destaca Lio Horta.

Câmaras Temáticas

Até recentemente o Copam tinha como unidades executoras as Câmaras Técnicas. Por meio delas era realizada a regularização ambiental e aplicadas penalidades relativas ao descumprimento da legislação. O Decreto 44.667 extinguiu as Câmaras Técnicas e criou Câmaras Temáticas, unidades que agora têm a função de discussão e proposição de políticas, normas e ações do Copam. “A mudança faz parte do objetivo de recuperar o papel de definidor de política ambiental do Copam”, esclarece Lio Horta.

Foram criadas cinco Câmaras Temáticas: Energia e Mudanças Climáticas, Indústria, Mineração e Infra-estrutura, Instrumento de Gestão Ambiental, Atividades Agrossilvopastoris e de proteção à Biodiversidade e de Áreas Protegidas. A coordenação do apoio técnico e jurídico das Câmaras Temáticas será feita pela Semad, cabendo aos órgãos seccionais competentes (Feam, IEF e Igam) e às Suprams (Superintendências Regionais de Meio Ambiente) exercerem as atividades de apoio e assessoramento técnico e jurídico.

Novas Câmaras podem ser criadas de acordo com a determinação do plenário. As Câmaras irão atuar como pontos de referência para toda a sociedade em assuntos de relevante interesse ambiental. Será um espaço onde a sociedade e o setor produtivo poderão propor e discutir idéias. “Já que quem licencia agora são as URCs, as câmaras temáticas estão liberadas para refletir a política ambiental”, finaliza o Chefe de Gabinete.
Fonte: Ascom Sisema

 
 

Fonte: Secretaria Estadual de Meio Ambiente de Minas Gerais
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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