(10/01/2008)
"Um dos fatores que tem ocasionado a crescente
demanda pela produção agrícola
são as mudanças climáticas”,
foi o que afirmou o ministro da Agricultura, Pecuária
e Abastecimento, Reinhold Stephanes, durante a divulgação
do estudo das Projeções do Agronegócio
Mundial e do Brasil, de 2006/2007 a 2017/2018, nesta
quarta-feira (9), em Brasília.
Reinhold destacou o trabalho realizado
pela Embrapa que, em 2007, desenvolveu várias
ações estratégicas como concurso
público para a contratação
de pesquisadores para área de Mudanças
Climáticas e a criação de uma
plataforma de pesquisa e desenvolvimento. A idéia
dessa plataforma é coordenar o que a Embrapa
realiza nessa área e orientar ações
para os segmentos em que a Empresa deve atuar continuamente,
considerando a diversidade do território
nacional.
Um estudo realizado pela Embrapa,
em parceria com o Centro de Pesquisas Meteorológicas
e Climáticas Aplicadas à Agricultura
- Cepagri, da Universidade Estadual de Campinas
– Unicamp apontou os efeitos drásticos que
poderão ocorrer sobre a produção
agrícola brasileira até 2020. De acordo
com as últimas conclusões, a temperatura
média global poderá ter aumento de
1º C até 2020, mudança que antes
era esperada para 2050. Se a elevação
ocorrer, a produção de café
no Brasil poderá ter queda de aproximadamente
15%, sendo a mesma proporção no Estado
de São Paulo, 24% em Goiás, 19% em
Minas Gerais e 16% no Paraná. Já a
soja poderia ter sua produção diminuída
em cerca de 14%, o arroz, 4%, o feijão, 3%
e o milho, 2%.
O ministro apresentou ainda o
trabalho elaborado pela Assessoria de Gestão
Estratégica (AGE) do Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa),
que mostra quais produtos vão liderar as
exportações, destacando-se em produtividade
e produção. O etanol, o algodão
e milho são alguns deles. A carne bovina
e de frango confirmam a tendência de crescimento
das exportações. Com projeção
estimada de 32,1 milhões de toneladas em
2017/18, as carnes apresentam potencial de produção
de 38,8 milhões de toneladas, superior em
45,5 % ao que se produziu em 2006/07.
Juliana Freire