9 de Janeiro de 2008 - Lourenço
Canuto - Repórter da Agência Brasil
- Brasília - A produção de
etanol no país mais que triplicará
nos próximos dez anos, anunciou
hoje (9) o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes.
Ele divulgou a previsão de crescimento do
plantio e da colheita dos principais produtos agrícolas
exportados pelo Brasil.
Segundo o ministro, a produção
de álcool de cana-de-açúcar
aumentará 222,9% até a safra de 2017/2018,
passando de 17,6 milhões para 41,6 milhões
de litros. Para o açúcar, o crescimento
previsto é de 59,9%, o que permitirá
ao país manter a posição de
produtor de maior competitividade.
Em relação à
soja, a previsão é que a produção
passe de 57,6 milhões de toneladas, na safra
2007/2008, para 75,1 milhões na safra 2017/2018.
A exportação de soja, segundo o ministério,
subirá 40% nesse período.
A produção de milho
passará de 51 milhões para 64,1 milhões
de toneladas, dos quais 15 milhões a 20 milhões
serão exportadas. Parte desse aumento, segundo
o ministério, pode ser explicada pelo salto
no plantio do grão, que passará de
7,5 milhões para 12 milhões de toneladas
nos próximos dez anos.
No caso do trigo, a produção
aumentará de 4,1 milhões para 4,7
milhões de toneladas até a safra 2017/2018.
O consumo interno de trigo deverá subir 1,63%
ao ano devendo chegar a 13,3 milhões de toneladas
em 2017. Apesar da maior produção,
poderá ser necessário importar 8,7
milhões de toneladas daqui a dez anos.
As previsões se baseiam
em trabalho realizado pela Assessoria de Gestão
Estratégica do Ministério da Agricultura,
que se baseou também em estudos de diversas
entidades internacionais e de órgãos
do governo.
Para o ministro, a produtividade
agrícola no país vem crescendo muito
em relação à área plantada.
“Por isso, não vejo perigo de impacto para
o meio ambiente por causa do maior plantio”, avalia.
Segundo Stephanes, a demanda pelos
produtos orgânicos (produzidos sem agrotóxicos)
deverá aumentar. "Ao se fixarem os padrões
de produção e de certificação,
haverá mais confiança para o consumidor
devendo melhorar a produção e a agregação
de valor". A previsão, segundo ele,
é que os mercados interno e externo se interessem
cada vez mais por esses produtos.
Renhold Stephanes avalia que a
queda na oferta de feijão nesta safra, que
motivou o aumento de preços em todo o país,
ocorreu por causa de fatores “atípicos” ligados
ao clima. Para ele, ao longo de 2008, a situação
deverá se normalizar.
Segundo o ministro, as três
safras anuais do feijão aumentarão
a produção a ponto de superar a demanda
interna. "Trata-se de um produto que o país
não importa", destacou o ministro. Quanto
ao arroz, ele afirmou que o país tem excesso
de produção. Em 2006/2007, foram produzidos
11,3 milhões de toneladas. Para a safra 2017/2018,
a estimativa é que a produção
chegue a 13,1 milhões de toneladas.