2 de Janeiro de 2008 - Marco Antônio
Soalheiro - Repórter da Agência Brasil
- Brasília - A obrigatoriedade do B2 (óleo
diesel com mistura obrigatória
de 2% de biodiesel) desde 1º de janeiro representará
neste ano um volume de consumo da ordem de 840 milhões
de litro de biodiesel, grande parte atendido pela
produção do combustível a partir
do óleo de soja.
“Quase 90% do biodiesel é
feito hoje a partir de óleo de soja. Alguma
coisa é feita por sebo animal e existe possibilidade
da utilização de mamona, pinhão
manso e girassol, mas ainda não tem produção
intensiva”, disse o vice presidente executivo do
Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de
Combustíveis e Lubrificantes (Sindicom),
Alísio Mendes Vaz.
A concentração da
soja nesse segmento é confirmada Ministério
de Minas e Energia e pela Agência Nacional
de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis
(ANP). Entretanto, os órgãos estimam
que ela seja de 60 a 70%.
Segundo o Ministério do
Desenvolvimento Agrário (MDA), cerca de 100
mil agricultores familiares estão inseridos
atualmente no Programa Nacional de Produção
e Uso do Biodiesel (PNPB), produzindo matérias-primas
como a mamona, dendê, girassol, soja e amendoim.
O programa é uma ação
interministerial do governo federal inciada em 2003,
cuja principal diretriz é a produção
de combustível a preços competitivos
a partir de diferentes fontes oleaginosas, de forma
sustentável e associada à inclusão
social. A gestão operacional do é
feita pelo Ministério de Minas e Energia
(MME).
As distribuidoras investiram cerca
de R$ 100 milhões em tanques de armazenamento,
tubulação, bombas e instrumentos dosadores
necessários para viabilizar a mistura resutante
no B2.
Ao adquirirem o biodiesel, elas
encaminham caminhões às unidades industriais
produtoras, trazem o produto para ser armazenado
em suas bases de distribuição (mais
de 200 em todo o país) e fazem a mistura
de 2% no diesel no momento em que o caminhão-tanque,
que leva o combustível ao posto, é
carregado.
A venda do biodiesel às
distribuidoras aidna é intemedida pelo governo
federal. O objetivo, segundo o diretor do departamento
de Combustíveis Renováveis do MME,
Ricardo Dornelles, é garantir a segurança
do suprimento.
“A venda direta de uma sina a
um posto, por exemplo, traria problemas para rastrear
a qualidade de biocombustível. Se for de
má qualidade, ineterfere nos motores e prejudica
a economia. A centralização é
para garantir o biodiesel colocado no mercado de
forma segura, que vai possibilitar o perfeito funcionamento
da atividade industrial”.
Toda a demanda de biodiesel do
1º semestre de 2008, cerca de 380 milhões
de litros, já foi contratada com a realização
de leilões em novembro do ano passado e um
certame específico para estoques em dezembro.
Em abril ou maio deste ano, serão realizados
outros leilões para a contratação
da demanda do segundo semestre.
“Já começamos a
retirar alguma coisa e a partir da semana que vem
vamos repor nossos estoques”, adiantou o dirigente
da Sindicom.
Mendes Vaz prevê para 2008
um pequena queda no preço do óleo
de soja e do biocombustível e acredita em
reflexos positivos no mercado.
“Teremos, pela primeira vez, a
indústria do biodiesel como um todo, operando
a pleno vapor e a partir daí, mais eficiência,
maior geração de empregos, com injeção
de otimismo na economia agrícola.”
O novo combustível renovável,
considerado ambientalmente correto, será
usado por ônibus, caminhões, tratores,
máquinas agrícolas, locomotivas e
até mesmo embarcações e usinas
termoelétricas.
Os 35 mil postos de combustíveis
do país serão fiscalizados pela ANP,
que estima uma economia de aproximadamente US$ 410
milhões em divisas na balança comercial
será gerada pelo B2. A dependência
externa do diesel deve ser reduzida de 7% para 5%.
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Agência Nacional de Petróleo
vai fiscalizar postos para garantir venda de biodiesel
2 de Janeiro de 2008 - Leandro
Martins - Repórter da Rádio Nacional
da Amazônia - Brasília - Desde o dia
1º de janeiro, o óleo diesel comercializado
no Brasil precisa conter obrigatoriamente 2% de
biodiesel, produzido no pais a partir de gorduras
animais e óleos vegetais como o extraído
da mamona, do dendê, do babaçu e da
soja.
A mistura estava autorizada desde
2005. Para garantir que a medida está sendo
cumprida, os 35 mil postos de combustíveis
do país serão fiscalizados pela Agência
Nacional de Petróleo, Gás Natural
e Biocombustíveis (ANP).
Segundo a ANP, a adoção
do biodiesel vai permitir uma redução
na importação de diesel de petróleo,
o que representa uma economia de cerca de R$ 1000
milhões por ano.
De acordo com o Ministério
do Desenvolvimento Agrário, a produção
do combustível gerou cerca de 600 mil postos
de trabalho no campo desde a sua implementação.
Segundo o coordenador da comissão
do biodiesel da Casa Civil, Rodrigo Rodrigues, a
região amazônica tem potencial para
se tornar um grande produtor do biodiesel.
"Na floresta Amazônica
como um todo há uma infinidade de matérias-primas
oleoginosas, por exemplo, carnaúba e babaçu.
Atualmente, a palma é que está no
seu estágio de conhecimento agrícola
mais avançado".
Em 2013, a quantidade de biodiesel
misturada com diesel de petróleo deve subir
de 2% para 5%. Mas o governo pode antecipar a data
de adição do biodiesel.