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FILHOTE DE PEIXE-BOI ÓRFÃO AJUDA A CONSCIENTIZAR MORADORES DA RESERVA SUSTENTÁVEL

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Janeiro de 2008

Instituto Mamirauá - 17/01/2008 - Crianças observam o peixe-boi no recinto em que está instalado, no Lago Amanã; nas mãos, o mureru, planta consumida como alimento pela espécie
A transferência de um filhote órfão de peixe-boi amazônico (Trichechus inunguis) de Tefé (AM) para a Reserva de Desenvolvimento Sustentável Amanã permitirá a experiência de implantação de um centro de reabilitação com a participação dos moradores do local, uma iniciativa ainda inédita no Brasil porque, além de contar com o apoio dos residentes, também concilia ações de educação ambiental. A iniciativa é do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (IDSM/MCT), com o objetivo de colaborar para a conservação dessa espécie de mamífero aquático, que está ameaçada de extinção.

Piti Aranapu, apelido dado ao filhote devido ao seu comportamento arredio e em alusão ao nome do seu local de origem, chegou à Reserva Amanã no dia 10 de janeiro, depois de seis meses em recuperação em uma base do IDSM, em Tefé (município localizado a 525 quilômetros de Manaus). Ele foi resgatado em julho do ano passado pela equipe do Grupo de Pesquisa em Mamíferos Aquáticos Amazônicos (GPMAA), do IDSM, em uma comunidade da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá. Piti havia ficado preso em uma rede de pesca e se perdido de sua mãe, o que inviabilizou sua soltura imediata.

Sua chegada à reserva foi motivo de comemoração. Cerca de 150 moradores de oito comunidades, principalmente crianças, presenciaram sua transferência ao ambiente natural e foram envolvidos em atividades de educação ambiental. Foram realizadas dinâmicas educativas, enfocando o modo de vida da espécie (alimentação, moradia, etc), a apresentação de uma peça de teatro, contando a história de Piti, e a visita ao local onde o animal foi instalado, um recinto seminatural construído no Lago Amanã.

A proposta é que ele permaneça no lago até que esteja apto à soltura em seu ambiente natural. Esse processo inclui o desmame (por enquanto, sua alimentação é principalmente baseada em mamadeira), a adaptação à dieta de plantas aquáticas, menos contato com as pessoas e tamanho corporal adequado para a adaptação de um cinto com rádio transmissor, que será colocado na ocasião de sua soltura definitiva. Assim, será acompanhado pelo IDSM em seu deslocamento e readaptação ao meio natural.

Durante a estada de Piti no lago Amanã, serão realizadas ações voltadas para a conservação da sua espécie que, apesar de ser protegida legalmente, é alvo de caçadores, principalmente para o aproveitamento da carne e da banha. Uma das iniciativas será a promoção de educação ambiental, com o objetivo de tentar diminuir a pressão de caça sobre o peixe-boi. Nesse sentido, as comunidades localizadas próximas ao lago Amanã serão envolvidas em várias atividades, entre elas dinâmicas e brincadeiras educativas. “Visitaremos também as escolas locais, propondo a sua adesão ao projeto”, explica a bióloga Isaura de Oliveira Bredariol, responsável pelo contato com as comunidades. Outra atividade é a programação de visitas dos comunitários, tanto adultos como crianças, ao filhote de peixe-boi. Eles serão convidados a colaborar na sua reabilitação, ajudando, por exemplo, na coleta de plantas aquáticas adequadas à sua alimentação.

A Reserva de Desenvolvimento Sustentável Amanã (RDSA), limitada pelos rios Japurá e Negro, fica próxima a Tefé. Esse local foi escolhido porque pesquisas do IDSM comprovaram que, durante a época de seca, peixes-boi se refugiam nas águas pretas e profundas do lago de terra firme do Amanã, retornando aos lagos de origem, em áreas de várzea, quando as águas começam novamente a subir. Dessa forma, na ocasião de sua soltura definitiva, o filhote de peixe-boi terá chance de se integrar a algum grupo de sua espécie.

“Piti chegou em Tefé apresentando diversas escoriações pelo corpo e um profundo ferimento no dorso, provocado por arpão. Sua recuperação foi ótima, com cicatrização quase completa do ferimento”, conta Michelle Guterres, bióloga do GPMAA, que resgatou o filhote e uma dos profissionais responsáveis por seu tratamento. O resgate contou com o patrocínio do Programa Petrobras Ambiental, por meio do projeto “Conservação e Uso Sustentado dos Recursos Aquáticos das Matas Alagadas de Mamirauá e Amanã”. Quando chegou, Piti pesava 36,5 quilos e tinha idade estimada em cinco meses. Atualmente mede cerca de 134 cm e pesa mais de 49 kg. A primeira devolução de peixe-boi cativo à natureza foi realizada pelo GPMAA na Reserva Mamirauá, em 2000.
No passado, o peixe-boi amazônico foi vítima de caça comercial intensa que, associada a uma baixa taxa reprodutiva, levou a espécie a ser considerada ameaçada de extinção no país. Atualmente, é protegido por três instrumentos da legislação brasileira.

Episódios de capturas acidentais em redes – caso do Piti – são freqüentes, exigindo uma solução rápida, próxima ao local de ocorrência, para atendimento do animal e devolução à população natural no mais curto espaço de tempo possível, diminuindo os custos de manutenção e aumentando as chances de readaptação.

Sobre o IDSM
O Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá é uma Organização Social (OS), supervisionada pelo Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT). Criado em 1999, sua missão é promover a conservação da biodiversidade mediante o manejo participativo e sustentável de recursos naturais. Tem o apoio do governo do Estado do Amazonas, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), da Petrobras, do Wildlife Conservation Society/Fundação Gordon Moore e do programa inglês Darwin Initiative, do Zoological Society of London (ZSL).
Maria Carolina Ramos - Assessoria de Imprensa do Instituto Mamirauá

 
 

Fonte: Ministério da Ciência e Tecnologia
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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