11 de Janeiro de 2008
- Marcela Rebelo - Repórter da Agência
Brasil - Brasília - A ministra do Meio Ambiente,
Marina Silva, disse hoje (11) que o governo deverá
fiscalizar, em tempo real, os processos de exploração
das florestas públicas do país.
"Estamos criando um sistema
de monitoramento por satélite só para
a exploração florestal, que seja em
tempo real, exatamente para evitar que a gente tenha
que depois chorar sobre o leite derramado",
afirmou em entrevista à Rádio Nacional.
Na última quarta-feira
(9), foram abertos os envelopes dos oito concorrentes
que participam do primeiro processo de licitação
de floresta pública. Eles disputam três
lotes da Floresta Nacional do Jamari, localizada
em Rondônia.
A ministra destacou que irá
ganhar a concessão para exploração
da floresta a empresa que tiver a melhor proposta
do ponto de vista ambiental, social e econômico.
"A proposta ambiental que
faça esse manejo tem que ser altamente rigorosa
e cuidadosa para que a exploração
seja também uma estratégia de conservação.
Em segundo lugar, que tenha capacidade de rendimento
do ponto de vista econômico para que possamos
maximizar os lucros, as vantagens, os benefícios
econômicos. Até porque há um
grande desperdício quando você não
é capaz de processar a matéria prima,
de agregar valor, e isso leva a essa atividade de
rapina, em que precisa avançar sobre mais
e mais aéreas".
"E em terceiro lugar, que
seja capaz de gerar benefícios sociais, porque,
afinal de contas, você tem na Amazônia
mais de 20 milhões de seres humanos que precisam
viver com dignidade", completou a ministra.
A empresa que vencer o processo
de licitação terá o direito
de concessão por 40 anos. De acordo com Marina
Silva, o tempo foi estipulado a partir do ciclo
de regeneração das florestas, que,
segundo ela, é de no mínimo 30 anos.
"Você não pode
fazer um processo em que cada um fique dez anos,
15 anos e 20 anos e deixa o problema para o que
virá. A pessoa que ganha a licitação
completará um ciclo em que ela poderá
ser avaliada se, de fato, aquela floresta está
sendo regenerada. Agora, se for identificado que
ela não está cumprindo as regras,
o contrato poderá ser rompido pelo poder
público", concluiu.
Segundo a ministra, a fiscalização
dos processos de exploração será
feita pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente
e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama),
pelo Serviço Florestal Brasileiro (SFB) e
pelos órgãos estaduais e municipais
que integram o Sistema Nacional do Meio Ambiente
(Sisnama).
+ Mais
Turismo na Amazônia pode receber investimentos
de R$ 58 milhões neste ano
14 de Janeiro de 2008 - Leandro
Martins - Da Rádio Nacional da Amazônia
- Brasília - O Banco da Amazônia (Basa)
planeja investir R$ 58 milhões em turismo
na Amazônia em 2008. A iniciativa partiu do
próprio banco, que em dezembro de 2007 pediu
ao Ministério do Turismo e às secretarias
de Turismo dos nove estados da região projetos
para o setor de acordo com a vocação
turística de cada área. O banco também
prevê financiar pequenos investidores.
O prazo para recebimento das propostas
terminou nesta sexta-feira e agora o Basa vai analisar
os projetos que poderão ser financiados.
O gerente de Desenvolvimento Regional do Banco da
Amazônia, Oduval Lobato, diz que se aplica
pouco em turismo na região, mas o banco pretende
apoiar quem quiser investir no setor.
"A Amazônia tem tanto
potencial, mas a gente precisa transformar esse
potencial em coisa efetiva, que possa gerar todos
os benefícios que a sociedade deseja. Tudo
que a gente está fazendo é parte da
diretriz do Plano Nacional de Turismo. O banco busca
parceiros, induz e apóia para eles transformarem
essa idéia em coisas reais, em coisas práticas
na região".
O diretor de Financiamento e Promoção
de Investimentos do Ministério do Turismo,
Alfredo Morais, está otimista. Ele diz que
as comunidades tradicionais vão participar
da iniciativa, porque o turista também vai
procurá-las.
"Uma pessoa que visita outra
cidade, outro país, não quer entrar
em um shopping center. Vai querer um contato mais
próximo da realidade, uma experiência
cultural mais rica com as demais localidades da
região".
De acordo com a Secretaria de
Turismo do Pará (Paratur), o estado tem cinco
ramos principais de turismo: rural, cultural, ecológico,
de pesca e de negócios e eventos. O gerente
de Negócios da Paratur, Daniel Alves, explica
como o estado pretende dinamizar o setor.
"Aqui na Paratur, somos geralmente
procurados por empresários que já
atuam no setor turístico, ou por pessoas
que desejam se tornar empresários dentro
do turismo. A idéia é que essas pessoas
possam receber orientação da Paratur
sobre como podem elaborar seu projeto e, a partir
daí, sim, pleitear um financiamento junto
ao Banco da Amazônia.