O Centro de Pesquisa
em Aqüicultura Ambiental (CPAA) do Instituto
Ambiental do Paraná (IAP), em Toledo, no
Oeste do Paraná obteve um resultado inédito
mundialmente no que diz respeito à pesquisa
da biodiversidade de água doce: 25 mil larvas
da espécie Armado (pterodoras granulosus),
reproduzidas em laboratório, nasceram no
Centro. Até então, não havia
registros da reprodução desta espécie
em cativeiro.
A experiência fez parte
do Programa Paraná Mais Peixe, desenvolvido
pela Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos
(Sema) por meio do CPAA para repovoar os rios paranaenses.
O secretário de Meio Ambiente
e Recursos Hídricos, Rasca Rodrigues, ressaltou
a importância desta conquista para a pesquisa
mundial. “Temos uma equipe de técnicos que
vale ouro no CPAA e a prova está aí.
Os resultados obtidos em nosso Centro de Pesquisa
são de extrema importância para o Estado,
assim como para toda a comunidade pesquisadora.
Esperamos que a espécie se torne mais uma
opção na lista para o repovoamento
dos rios do Paraná”, acrescentou.
A espécie possui machos
e fêmeas com poucas diferenças - o
que sempre dificultou o entendimento da reprodução,
desenvolvimento e evolução do Armado.
As larvas obtidas na CPAA estão agora no
laboratório de incubação, em
poços artesianos com água aquecida
e iluminação que propiciam o desenvolvimento.
As espécies devem ficar nas incubadoras até
atingir o estágio de juvenis.
PRÓXIMOS PASSOS – O engenheiro
de pesca do CPAA, Taciano Maranhão, explicou
que agora o trabalho é de observação.
“Como esta foi a primeira vez no mundo que a espécie
na forma de larva pôde ser observada em laboratório,
teremos que atentar para a escolha do melhor tipo
de alimentação, crescimento e maturidade
da espécie”, destacou o engenheiro.
Esta etapa do trabalho deve levar
até dois meses - tempo em que as larvas devem
demorar para atingir de dois a seis centímetros.
Logo após, começa outra etapa da pesquisa
(de engorda), quando é avaliada a quantidade
de ração necessária para o
crescimento da espécie.
BENEFÍCIOS – Segundo o
professor de Zoologia da Universidade Paranaense
(Unipar), Paulo Sanches, ecologicamente falando,
a reprodução em cativeiro do Armado
é um feito importantíssimo. “Como
essa espécie começou a ocorrer há
pouco tempo no Estado, depois da inundação
das Sete Quedas, ainda não se tem registros
do seu comportamento em ambientes artificiais. Assim,
o Paraná sai na frente com esta experiência”,
destacou.
RESOLUÇÃO - Ainda
na área da piscicultura, nesta quarta-feira
(16), o secretário do Meio Ambiente e Recursos
Hídricos, Rasca Rodrigues, assina - juntamente
com o superintendente do Ibama no Paraná,
Hélio Sydol, e o presidente do Instituto
Ambiental do Paraná (IAP), Vitor Hugo Burko,
uma resolução conjunta que estabelece
normas e procedimentos para regularização
ambiental de tanques para produção
de peixes de água doce no Estado.
Com a normativa, criadores de
peixes paranaenses que ainda não têm
seu empreendimento regularizado perante os órgãos
ambientais – principalmente pequenos produtores
(que possuem lâminas d´água de
até cinco hectares) – terão oportunidade
de adequar suas produções à
legislação vigente. A resolução
também dispõe sobre os procedimentos
para instalação de novos empreendimentos
de produção de peixes.