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DECRETO CRIA A RESEX CASSURUBÁ AINDA NÃO FOI PUBLICADO

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Janeiro de 2008

Mais uma complicação no processo de criação da Reserva Extrativista de Cassurubá, nos manguezais da região de Abrolhos. Um mês após Lula assinar e o Ministério do Meio Ambiente anunciar a criação da unidade, o decreto da Reserva ainda não foi publicado.

Salvador, 21 de janeiro de 2008 — O governo federal assinou no dia 21/12 decreto criando e ampliando mais 151.263 mil hectares de Unidades de Conservação (UCs) no Brasil, contemplando áreas situadas nos estados da Bahia e do Amazonas. Dentre as UCs anunciadas, estava a criação de 100.462 hectares da Reserva Extrativista (Resex) de Cassurubá, na região de manguezais entre Caravelas e Nova Viçosa (BA). O decreto das novas áreas protegidas foi publicado no mesmo dia, em edição extra do Diário Oficial da União, à exceção do decreto de criação da Resex que, um mês depois, ainda permanece sem publicação. A situação vem causando estranheza aos ambientalistas e indignação às populações de pescadores e marisqueiras, que há mais de dois anos pleiteiam a criação da Reserva. A região é considerada berçário de inúmeras espécies da região de Abrolhos.

“A decisão do governo de criar a Resex de Cassurubá merece ser parabenizada, pois consagra uma luta das comunidades locais, ONGs e representantes do governo, em um processo de grande participação popular, onde todas as consultas públicas foram cumpridas”, observa Renato Cunha, coordenador do Grupo Ambientalista da Bahia – GAMBÁ. “Mas causa indignação a não publicação do decreto presidencial que cria a Reserva, pois sem a publicação no Diário Oficial, a unidade não existe formalmente”, complementa. “A situação é preocupante, uma vez que a região está enfrentando forte pressão de atividades de impacto”, explica Marcello Lourenço, chefe do Parque Nacional Marinho de Abrolhos. A Casa Civil da Presidência da República ainda não apresentou uma explicação oficial para a demora na publicação do documento.

Segundo o Sistema Nacional de Unidades de Conservação, as Reservas Extrativistas (Resex) são unidades de conservação de uso sustentável, categoria que tem como objetivo harmonizar a exploração dos recursos naturais renováveis com o bem-estar social e econômico das comunidades locais. A Resex do Cassurubá beneficiará cerca de 500 famílias de pescadores e marisqueiros que dependem dos recursos naturais da região. Além disso, a unidade contribuirá para a proteção dos principais ambientes costeiros do Banco dos Abrolhos, onde estão 95% dos manguezais da região, considerados berçários de várias espécies de importância ecológica e econômica.

As comunidades locais mostram-se indignadas com a não-publicação do decreto: “Como é que pode o governo divulgar a criação da Resex e não criar na prática? É um desrespeito com a comunidade” – protesta Uilson Farias (Lixinha), representante dos pescadores de Caravelas. Seu José (Zequinha) Ferreira, que também integra o movimento de pescadores em Caravelas, defende a Reserva: “A criação da Resex vai por uma ordem no nosso lugar de pesca, pois não tem muito peixe com tanta gente vindo de outro lugar colocar as redes de pesca. A Resex vai garantir a nossa tradição, o acesso na nossa forma de ganhar dinheiro e pensar no futuro de nossos filhos”, pontua.

O processo de criação da Resex surgiu a partir de demandas das comunidades, e de marisqueiros, extrativistas e pescadores, como Seu José, preocupados com a ação de catadores de caranguejo vindos de outras regiões, com a especulação imobiliária, dentre outras ameaças aos ecossistemas que garantem o sustento das famílias locais. Um dos principais exemplos é a proposta de implantação na região do maior projeto de carcinicultura do país, da Cooperativa de Criadores de Camarão do Extremo Sul da Bahia – Coopex, empreendimento considerado incompatível com a conservação da área.

Informações adicionais, indicação de fontes e fotos da região estão disponíveis sob solicitação.

A Coalizão SOS Abrolhos é uma rede de organizações do Terceiro Setor mobilizadas para proteger a região com a maior biodiversidade marinha registrada no Atlântico Sul. A Coalizão SOS Abrolhos surgiu em 2003, ano em que conquistou uma vitória inédita para a conservação, ao impedir a exploração de petróleo e gás natural naquela área. A Coalizão é atualmente formada pela Rede de ONGs da Mata Atlântica; Fundação SOS Mata Atlântica; Conservação Internacional (CI-Brasil); Instituto Terramar; Grupo Ambientalista da Bahia – Gambá; Instituto Baleia Jubarte; Environmental Justice Foundation – EJF; Patrulha Ecológica; Associação de Estudos Costeiros e Marinhos de Abrolhos - ECOMAR; Núcleo de Estudos em Manguezais da UERJ; Movimento Cultural Arte Manha; Centro de Defesa dos Direitos Humanos de Teixeira de Freitas; Mangrove Action Project – MAP; Coalizão Internacional da Vida Silvestre - IWC/BRASIL; Aquasis – Associação de Pesquisa e Preservação de Ecossistemas Aquáticos; Agência Brasileira de Gerenciamento Costeiro; Centro de Estudos e Pesquisas para o Desenvolvimento do Extremo Sul da Bahia – CEPEDES; PANGEA - Centro de Estudos Sócio Ambientais; Instituto BiomaBrasil; Associação Flora Brasil e Greenpeace.

 
 

Fonte: Conservação Internacional Brasil
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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