O secretário do Meio
Ambiente e Recursos Hídricos, Rasca Rodrigues,
promoveu no final de semana, em Matinhos, uma reunião
de emergência com 40 funcionários -
que coordenam as barracas de balneabilidade instaladas
em 43 pontos da orla e na Ilha do Mel – para reforçar
a necessidade da orientação aos veranistas
que insistem em banhar-se em água poluída.
Estes funcionários coordenam
o trabalho de 120 estagiários da Universidade
Federal do Paraná (UFPR) Faculdade Estadual
de Filosofia, Ciências e Letras de Paranaguá
(Fafipar) – contratados para distribuir os boletins
de balneabilidade na areia, e informar os veranistas
sobre os riscos de tomar banho em água contaminada
e, como é feito o processo de análise
da água. O trabalho ocorre seis dias por
semana, das 9horas às 17 horas.
“Mesmo não havendo a obrigatoriedade
deste trabalho, por já estarmos sinalizando
os locais impróprios, queremos que os funcionários
vejam os idosos e crianças que estão
na água como membros da sua própria
família. Eles devem deixar bem claro os problemas
que o elevado índice de coliformes fecais
pode causar à saúde”, declarou durante
a reunião. Segundo ele, muitas pessoas continuam
entrando em água imprópria para o
banho, na maioria das vezes, por distração
ou falta de orientação.
“Muitas famílias entram
na praia sem passar pela barraca e acabam tomando
banho de mar em local contaminado por não
ter visto a abarraca. Os estudantes e funcionários
tem o papel de conscientizar”, lembrou o secretário.
O Paraná monitora a qualidade
da água há 19 temporadas, mas apenas
em 2004 passou a sinalizar com barracas. As cores
das barracas são diferenciadas sendo que
as azuis indicam que o ponto é próprio
para banho e as vermelhas representam os locais
impróprios. Ao todo, serão emitidos
16 boletins até o final da temporada distribuídos
em todos os balneários e na rodoviária
de Curitiba.
LOCAIS DE RISCO – A balneabilidade
aponta a emissão de esgoto sanitário
e presença de coliformes fecais nas águas
da orla paranaense e qualifica os locais em próprios
ou impróprios para banho. Para um local ser
classificado como próprio para banho, pelo
menos 80% das amostras coletadas nas últimas
cinco semanas devem apresentar até 800 escherichias
coli (que indica a presença de coliformes
fecais) por 100 mililitros de amostra. Apresentando
mais de 2.000 coliformes fecais por 100 mililitros,
o local será considerado impróprio
para banho. Nos pontos de risco a concentração
de esgotos e coliformes apresenta índices
superiores a 100 mil escherichia coli.
O IAP alerta que tomar banho em
água contaminada pode causar doenças
como gastrenterite, infecções nos
olhos, ouvidos e garganta, e doenças de pele.
Doenças mais graves também podem ser
transmitidas através da água, como
hepatite A, cólera e febre tifóide.