26 de Janeiro
de 2008 - O navio do Greenpeace, Esperanza, entre
o baleeiro Yushin Maru e o navio-fábrica
Nisshin Maru, ambos da frota japonesa. Desde que
a perseguição aos baleeiros japoneses
começou, no dia 13 de janeiro, nenhuma baleia
foi morta na Antártica.
Antártica — Com pouco combustível,
navio Esperanza tem que voltar ao porto depois de
pressionar a frota baleeira japonesa a não
caçar na Antártica.
Depois de duas semanas perseguindo
a frota baleeira japonesa para evitar a caça
de baleias na Antártica, o navio Esperanza
do Greenpeace está com pouco combustível
para continuar e por isso terá que voltar
ao porto. O navio Oceanic Viking, do governo da
Austrália, continuará na 'cola' da
frota baleeira.
O alvo principal da perseguição
do Esperanza foi o navio-fábrica da frota
baleeira Nisshin Maru. Sem ele, os demais baleeiros
ficaram impedidos de operar, o que interrompeu todo
o programa de caça de baleias do Japão
na região. O governo japonês afirmou
que eles não caçariam enquanto o Greenpeace
permanecesse ao lado do Nisshin Maru.
Estima-se que a frota baleeira
japonesa precisa agora capturar aproximadamente
nove baleias minke e uma fin todos os dias para
alcançar a meta de quase 1 mil baleias proposta
inicialmente.
Num comunicado transmitido por
rádio, em japonês e inglês, para
o Nisshin Maru, Sakyo Noda, da campanha de baleias
do Greenpeace Japão, afirmou: "acreditamos
que vocês estejam sob ordens de Tóquio
para não permitir o testemunho de seu falso
programa científico. Cada um de vocês
a bordo do navio deveria se perguntar por quê,
se não há nada de errado com seu programa
científico, é preciso escondê-lo
do público e fugir de um protesto pacífico
legítimo?" Noda pediu à frota
que abandone a caça e retorne ao Japão.
Em apenas 24 horas, mais de 20
mil pessoas enviaram emails a Fujio Mitarai, CEO
da Canon, exigindo que ele use sua posição
como chefe da Federação de Negócios
do Japão, contribuindo para a pressão
sobre o governo japonês para acabar de vez
com a caça de baleias no Oceano Antártico.
Os protestos pacíficos
do Greenpeace na Antártica recebeu atenção
especial no Japão. Tanto o público
como a mídia começaram a questionar
a dotação de dinheiro de impostos
de japoneses para patrocinar a falsa pesquisa científica,
que na verdade gera toneladas de carne de baleias
que ninguém quer comer.
"O Esperanza precisa voltar
ao porto, mas a campanha para acabar com a caça
de baleias no Santuário de Baleias da Antártica
continua", afirmou Karli Thomas, líder
da expedição do Greenpeace na região.
"A pressão que criamos deve agora ser
transformada em ação por empresas
como a Canon, governos de todo o mundo e o povo
japonês."
"A pressão que criamos
na Antártida será agora transferida
para ações nas ruas e trabalhos políticos
voltados para a reunião da Comissão
Internacional Baleeira (CIB), em junho no Chile",
conta Leandra Gonçalves, coordenadora da
campanha de Baleias do Greenpeace Brasil que também
está a bordo do Esperanza.