(25/01/2008)
O plantio e o manejo de florestas também
podem contribuir na geração de energia.
Na quinta-feira(31) os participantes do Show Rural
Coopavel terão a possibilidade de conhecer
o projeto “Florestas energéticas na matriz
de agroenergia brasileira”, coordenado pela Embrapa
Florestas (Colombo/PR), Unidade da Empresa Brasileira
de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada
ao Ministério da Agricultura, Pecuária
e Abastecimento, em parceria com Esalq/USP, Embrapa
Meio Ambiente e Embrapa Agroindústria de
Alimentos, junto a mais de 70 instituições
públicas e privadas.
O projeto tem como objetivo desenvolver,
otimizar e viabilizar alternativas ao uso de fontes
energéticas tradicionais não-renováveis
por meio da biomassa de plantações
florestais de forma sustentável. As pesquisas
vão trabalhar desde práticas silviculturais
até a transformação da biomassa
em energia.
Além da palestra, durante
toda a semana os visitantes da Casa da Embrapa vão
poder acompanhar o funcionamento de uma mufla, equipamento
que, por meio de processos químicos de combustão,
cria subprodutos da madeira, inclusive parte do
processo de obtenção de bio-óleo
a partir de biomassa florestal.
Florestas e Agroenergia
Um dos maiores desafios deste
século é a produção
de energia renovável e sustentável,
tanto no aspecto econômico quanto ambiental.
O eminente esgotamento das fontes de carbono fósseis,
principalmente o petróleo, apontado por pesquisadores
para um prazo máximo de cem anos, torna este
desafio ainda mais urgente.
A atual crise de energia é
acentuada pela instabilidade dos preços dos
combustíveis fósseis, que são
regidos pelo comércio internacional e afetados
por questões políticas mundiais. Além
disso, a sociedade mundial tem pressionado para
o uso de energia limpa.
Diante desta realidade, o Brasil
tem ocupado papel de destaque no cenário
mundial pelo seu potencial e competência para
realizar a transição da matriz energética
de uma forma mais segura e menos traumática
para a qualidade de vida, com garantia de abastecimento
energético. Este potencial está baseado
em quatro pilares: biodiesel; etanol; espécies
alternativas e resíduos; e florestas energéticas.
Fonte renovável
A biomassa florestal é
fonte renovável e tem balanço nulo
no efeito estufa quando usada para energia e é
excelente fixadora de carbono quando empregada para
outros fins.
O potencial das plantações
florestais brasileiras é expressivamente
superior ao de países de clima temperado
e, além disso, as extensas áreas com
florestas nativas manejadas de forma sustentada
para produção de madeira produzem,
também, biomassa para energia, com vantagem
competitiva no cenário mundial.
Os usos da energia gerada pela
biomassa florestal são diversos: desde lenha
para abastecimento de residências, propriedades
rurais e pequenas indústrias até produção
de bio-óleo, briquetes e carvão vegetal.
Tais usos podem ser melhorados
e potencializados e, para isso, o País precisa
investir em pesquisa científica.
Com amplitude nacional e subdividido em cinco projetos
componentes, interrelacionados, os grandes desafios
do projeto “Florestas energéticas” são
a produção de biomassa em escala,
o desenvolvimento de tecnologias de conversão
de biomassa em energia e o monitoramento ambiental,
de forma sustentável.
Seu objetivo é desenvolver,
otimizar e viabilizar alternativas ao uso de fontes
energéticas tradicionais não-renováveis
por meio da biomassa de plantações
florestais de forma sustentável.
Os projetos componentes são interrelacionados
e se propõe a: estruturar, nas diversas regiões
do País, populações de espécies
florestais para oferta de germoplasma com tecnologias
silviculturais apropriadas e necessárias
à expansão de plantios de florestas
para a produção de biomassa em quantidade
e qualidade apropriadas para uso energético;
desenvolver, otimizar e viabilizar alternativas
de uso da biomassa florestal, como fonte renovável,
para diversificar a matriz energética nacional
de forma sustentável; obter produtos de alto
valor agregado da biomassa florestal, destinados
a geração de energia, por meio do
aprimoramento de tecnologias ou ajustes de processos
para a obtenção de um extrato enzimático
rico de atividade celulolítica e seu efeito
na hidrólise de uma matriz lignocelulosica
pré-tratada, pirólise, acidólise
e oxidação parcial utilizando a mesma
matriz; efetuar estudos sobre a viabilidade, competitividade
e sustentabilidade das cadeias produtivas de plantios
florestais energéticos, bem como dos co-produtos
resultantes na obtenção de biocombustíveis.
Katia Pichelli