30 de Janeiro de 2008 - Luana
Lourenço e Marco Antônio Soalheiro
- Repórteres da Agência Brasil - Brasília
- O governador de Mato Grosso, Blairo Maggi,
afirmou hoje (30) que vai pedir uma revisão
dos números de desmatamento de 19 municípios
do estado, apontados pelo Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais (Inpe) como alguns dos maiores
responsáveis pelo avanço do desmate
nos últimos meses de 2007.
O governador sobrevoou hoje a
região centro-norte do estado, junto com
os ministros do Meio Ambiente, Marina Silva; da
Justiça, Tarso Genro; e do Desenvolvimento
Agrário, Guilherme Cassel.
Em entrevista à Agência
Brasil, Maggi afirmou que órgãos ambientais
do estado verificaram discordâncias entre
a situação do desmatamento e os números
apontados pelo Inpe. “Até no sobrevôo
hoje ficou muito evidente que algumas anomalias
com incêndios em florestas foram consideradas
como desmatamento, por isso têm aparecido
essas diferenças”, apontou.
Em entrevista coletiva após
o sobrevôo, a ministra Marina Silva avaliou
a situação do desmate no estado como
“preocupante”.
Maggi afirmou que em 2007 o Inpe
errou nas estimativas de desmatamento entre os meses
de abril e agosto, o que justificaria o pedido de
revisão para o período entre agosto
e dezembro. Na avaliação do governador,
após a revisão, a configuração
da lista de principais desmatadores deverá
mudar.
“Em que posição
eles [municípios de Mato Grosso] vão
se encaixar eu não sei, não estou
dizendo que não houve desmatamento na região;
eu sei que houve tanto desmatamento autorizado como,
certamente, também desmatamento não
autorizado. Mas precisamos aproveitar esse momento
para fazer uma análise profunda de como é
que os dados estão sendo trabalhados”, afirmou.
Em entrevista à TV Brasil,
o diretor do Inpe, Gilberto Câmara, reconheceu
o erro do instituto em 2007 e afirmou que os dados
foram corrigidos. As divergências, segundo
Câmara, ocorreram pela contagem de áreas
que não foram desmatadas e de regiões
que já haviam sido contabilizadas. “Corrigimos
os dados para toda a Amazônia, os números
que estão disponíveis na internet
são os corrigidos”, reiterou.
+ Mais
Ministros e governador do MT sobrevoam
município campeão de desmatamento
30 de Janeiro de 2008 - Carina
Dourado - Repórter da TV Brasil - Sinop (MT)
- Os ministros do Meio Ambiente, Marina Silva, da
Justiça, Tarso Genro, e do Desenvolvimento
Agrário, Guilherme Cassel, fizeram hoje (30)
uma reunião fechada no município de
Sinop (MT), com o governador do Mato Grosso, Blairo
Maggi. Os ministros e autoridades também
fizeram um sobrevôo na região centro-norte
do Mato Grosso para saber como está a situação
de Marcelândia (MT), o município que
mais desmatou de agosto a dezembro do ano passado,
segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(Inpe).
O teor da conversa, no entanto,
não foi divulgado. Também participaram
do encontro o presidente do Instituto Nacional de
Colonização e Reforma Agrária
(Incra), Rolf Hackbart, e representantes do Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis (Ibama) e do Inpe.
Desde o início da semana,
o governador do Mato Grosso, Blairo Maggi, tem questionado
os dados do Inpe. O Inpe admitiu que imprecisões
no Sistema de Detecção do Desmatamento
em Tempo Real (Deter). Os dados, segundo o órgão,
serão checados durante o sobrevôo.
Na semana passada, durante a divulgação
dos números do desmatamento na Amazônia,
o diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(Inpe) Gilberto Câmara, os dados preliminares
não refletem a totalidade da devastação
ocorrida na região. Segundo ele, a diferença
entre o Deter e o Prodes, sistema de imagens de
satélite mais minucioso e que divulga resultados
anuais, chega a 40%.
Para o secretário executivo
do Ministério do Meio Ambiente, João
Paulo Capobianco, a devastação real
na Amazônia pode chegar a 7 mil quilômetros
quadrados, mais que o dobro dos 3.235 quilômetros
quadrados detectados pelo Deter.