29 de Janeiro de 2008
- Yara Aquino* - Repórter da Agência
Brasil - Fábio Rodrigues Pozzebom/Abr - Brasília
- Movimentos sociais ligados ao Fórum Nacional
da Reforma Agrária entregam cesta de alimentos
ecológicos a ministros em protesto contra
o milho transgênico.
Brasília - Enquanto ministros que compõem
o Conselho Nacional de Biossegurança avaliam
se liberam a comercialização de milho
transgênico no Brasil, integrantes de movimentos
sociais realizam uma manifestação
em frente ao Palácio do Planalto pedindo
a proibição.
Com uma faixa onde se lê
"Milho Transgênico: Ibama e Anvisa reprovam.
Os ministros vão liberar?" representantes
de organizações como a Via Campesina
e do Fórum Nacional de Reforma Agrária
enviaram aos participantes do conselho uma cesta
com produtos orgânicos como manga, milho,
cana-de-açúcar e mandioca.
Eles alegam que ainda não
foram feitos estudos suficientes pela comunidade
científica para comprovar que os transgênicos
não fazem mal à saúde humana.
"Uma vez que a transgenia
introduz um novo gen numa nova planta, a comunidade
científica ainda não fez estudos de
quantas reações são produzidas
dentro dessa nova planta e se ela produz reações
tóxicas ou não", afirma o integrante
da Comissão Pastoral da Terra (CPT), Isidoro
Revers.
No manifesto contra o milho transgênico
que os integrantes dos movimentos sociais trouxeram
para que seja entregue ao presidente Luiz Inácio
Lula da Silva eles argumentam ainda que há
riscos para o meio ambiente.
"Nem as empresas, nem o governo
brasileiro realizaram estudos para subsidiar normas
que garantam a não contaminação
das variedades locais ou tradicionais e o direito
de escolha dos consumidores e dos agricultores.
Assim, não há base científica
para garantir que a contaminação não
ocorrerá", afirma o texto.
O presidente da CPT, Dom Tomás
Balduíno, afirma que a liberação
do milho transgênico significa o "monopólio
da semente" e irá prejudicar a agricultura
familiar.
"Qual o agricultor que pode
competir com o transgênico, que pode ter a
usina que tem a Monsanto de processamento dos transgênicos",
questiona.
A Comissão Técnica
Nacional de Biossegurança (CTNBio) aprovou
no ano passado o plantio e a comercialização
de três variedades de milho transgênico.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente
e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama)
apresentaram recursos contra a liberação
que serão analisados hoje (29) pelo Conselho
Nacional de Biossegurança.
*Colaborou Carolina Pimentel
+ Mais
Conselho adia decisão sobre
comercialização de milho transgênico
29 de Janeiro de 2008 - Yara Aquino
- Repórter da Agência Brasil - Brasília
- A decisão sobre a liberação
de milho transgênico para comercialização
foi adiada para o próximo mês. A reunião
do Conselho Nacional de Biossegurança que
discutiu hoje (29) o assunto terminou sem deliberação
e um novo encontro está previsto para o dia
12 de fevereiro, segundo a assessoria de imprensa
do Ministério de Ciência e Tecnologia.
Até lá, o Conselho
deverá fazer uma consulta à Advocacia
Geral da União (AGU) sobre questões
de competência. A assessoria, no entanto,
não soube precisar quais foram as pendências
em relação ao tema.
No ano passado, a Comissão
Técnica Nacional de Biossegurança
(CTNBio) aprovou o plantio e comercialização
de três variedades de milho transgênico.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente
e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama)
apresentaram recursos contra a liberação
de duas variedades de milho, o da Bayer e o da Monsanto.
Os recursos estavam na pauta de
discussão da reunião de hoje, com
a participação dos ministros de Ciência
e Tecnologia, Sérgio Rezende; da Agricultura,
Reinhold Stephanes; do Meio Ambiente, Marina Silva;
e da Casa Civil, Dilma Rousseff, que preside o Conselho
Nacional de Biossegurança.