Pesquisa Científica - 12/02/2008
- Uma pesquisa desenvolvida por cientistas do Instituto
Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCT)
comprovou que a Amazônia
emite menos carbono do que imaginavam os especialistas.
Ou seja, os dados atuais sobre as emissões
de carbono pela floresta eram superestimados.
Isso é o que explica o
doutorando do Programa de Pós-graduação
em Ciências de Florestas Tropicais (CFT/Inpa),
Euler Melo Nogueira, que defende sua tese nesta
terça-feira (12), às 15h, no Instituto.
Ele diz que as informações podem ser
utilizadas pelo governo do estado na formulação
de políticas públicas, principalmente,
em relação aos serviços ambientais
da floresta.
Intitulado Densidade de madeira
e alometria de árvores em florestas do arco
do desmatamento: Implicações para
biomassa e emissão de carbono a partir de
mudanças de uso da terra na Amazônia
brasileira, o projeto foi desenvolvido sob a coordenação
do cientista Phillip Fearnside e objetivou determinar
o quanto a região do arco do desmatamento
(sul do Amazonas) emite, realmente, de CO²
para a atmosfera. O trabalho corresponde à
segunda tese de doutorado do Programa CFT, implantado
em 2004.
Segundo Nogueira, não havia
dados sobre as emissões de gases do efeito
estufa no arco do desmatamento, onde predomina as
emissões. Com a metodologia desenvolvida,
os números diminuíram em 24 milhões
de toneladas de carbono, o que equivale a duas vezes
as emissões de CO² emitido pelo município
do Rio de Janeiro, com todas as suas fábricas
e automóveis.
“Foram aplicadas uma série
de correções e cálculos para
determinar quanto de carbono existe armazenado na
floresta amazônica. Só o estado do
Amazonas tem uma reserva de 24 bilhões de
toneladas, tanto abaixo quanto acima do solo, enquanto
a Amazônia Legal concentra 54,9 bilhões
de toneladas”, explica.
Luís Mansuêto - Assessoria de Comunicação
do INPA