Panorama
 
 
 

DOM CAPPIO DIZ QUE TRANSPOSIÇÃO DO SÃO FRANCISCO É “PROPAGANDA ENGANOSA”

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Fevereiro de 2008

14 de Fevereiro de 2008 - Kelly Oliveira - Repórter da Agência Brasil - Antonio Cruz/Abr - Brasília - O bispo de Barra (BA), dom Luiz Flávio Cappio, fala durante reunião no Congresso sobre o projeto de transposição do Rio São Francisco.

Brasília - O bispo de Barra (BA), dom Luiz Flávio Cappio, disse hoje (14) que o governo “faz propaganda enganosa” ao informar que a transposição do Rio São Francisco servirÁ para acabar com a falta de água que atinge as populações por onde os canais vão passar.

“O projeto de transposição tem fins econômicos, para a produção de frutas para exportação e criação de camarão em cativeiro; para incremento do capital. Se esse projeto fosse para dessendentação [saciar a sede] humana e animal eu seria a favor, mas esse não é o objetivo”, disse o bispo à Agencia Brasil ao chegar para audiência pública no Senado.

Sobre a possibilidade de o projeto gerar desenvolvimento econômico e social na ragião, dom Cappio afirmou que isso deveria estar em segundo plano. “Primeiro é garantir água para quem tem sede e depois o multiuso do rio.”

Para o bispo, que já fez greve de fome contra a transposição, antes de distribuir a água do São Francisco é preciso fazer a revitalização corretamente. “Primeiro, vamos revitalizar o rio, porque anêmico não doa sangue. Vamos garantir a vida dele [do rio] para depois garantir o multiuso.”

O secretário de Infra-Estrutura Hídrica do Ministério da Integração Nacional, João Reis Santana Filho, lembrou que o projeto já estava previsto no programa de governo, portanto não pode ser propaganda enganosa.

Ele destacou a existência de estudos técnicos para garantir a viabilidade do projeto. “Os técnicos do Ibama [Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis] sabem menos que o bispo?”

Santana Filho rebateu a crítica de dom Cappio de que a prioridade do projeto seja beneficiar o capital. “Seria um absurdo levar água para o Semi-Árido e não dar para o povo beber. Uma estupidez maior é achar que uma pessoa vive só bebendo água.”

O secretário também lembrou que a decisão sobre o uso da água caberá aos comitês gestores de bacias nos estados por onde o rio passará. Os comitês de bacias Hidrográficas são colegiados instituídos por lei, no âmbito do Sistema Nacional de Recursos Hídricos e dos Sistemas Estaduais.

Considerados a base da gestão participativa e integrada da água, têm papel deliberativo e são compostos por representantes do Poder Público, da sociedade civil e de usuários de água e podem ser oficialmente instalados em águas de domínio da União e dos estados. Existem comitês federais e comitês de bacias de rios estaduais, definidos por sistemas e leis específicas.

Dom Cappio e Santana Filho participam de audiência pública na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) do Senado para discutir o Projeto de Integração do Rio São Francisco com as Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional.

Também foram convidados para os debates o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, e o deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE), que era ministro da Integração Nacional quando o projeto foi lançado.

+ Mais

Transposição "foi evoluindo" até se tornar proposta merecedora de apoio, diz ministro

14 de Fevereiro de 2008 - Kelly Oliveira - Repórter da Agência Brasil - Brasília - O projeto de transposição do Rio São Francisco "foi evoluindo" até se transformar em uma proposta merecedora de apoio. A afirmação foi feita pelo ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, em audiência pública no Senado para debater sobre o projeto de transposição do Rio São Francisco.

No discurso, o ministro citou o senador Cesár Borges (PR-BA) que o criticou por ter mudado de posição em relação ao projeto de transposição do Rio São Francisco. Segundo o ministro, as pessoas têm o direito de mudar de idéia, depois de ouvir argumentos.

O senador respondeu que tem o ministro como "pessoa séria e não leviana", que se posicionou contra o projeto, inicialmente, por conhecer as falhas. O senador acrescentou que Geddel mudou de opinião pelo "Diário Oficial, quando foi nomeado ministro". O presidente do Senado, Garibaldi Alves Filho, tentou impedir que a discussão continuasse, mas o ministro respondeu que não acreditava que o senador tenha mudado de partido "por Diário Oficial".

Geddel também afirmou que não tem nada pessoal contra o bispo de Barra (BA), dom Luiz Flávio Cappio, que é contrário à tranposição. Ele disse que as diferenças entre os dois se restringem ao campo das idéias.

O ministro também rebateu a afirmação do bispo de que as obras de revitalização estão paradas. Segundo ele, estão sendo realizadas obras de esgotamento sanitário, replantio de matas ciliares, recuperação de microbacias, entre outras. O ministro acrescentou que, ao contrário das afirmações dos críticos, o governo também está investindo na construção de cisternas e perfuração de poços artesianos "onde é possível".

De acordo com o ministro, o projeto vai oferecer segurança hídrica ao semi-árido nordestino, ou seja, garantir que se tenha água. Ele argumentou que açudes não oferecem essa segurança porque apenas cerca de 20% da água acumulada são aproveitados, devido ao processo de evaporação característico da região. Ele citou a expressão citada por moradores da região de que no semiárido "chove mais para cima do que para baixo".

Geddel disse ainda que o projeto, além de suprir o consumo humano e animal de água, também visa o desenvolvimento integrado da região. "Ninguém vive só bebendo água" Ele disse ainda que é evidente que a obra vai beneficiar empreiteiras, porque são elas que vão fazer as construções. Segundo ele, o que se tem que observar é se as empreitaras estão sendo beneficiadas da forma correta.

Geddel disse ainda que o governo enfrentará as críticas, como representante legítimo dos brasileiros e brasileiras. O bispo, que falou antes do ministro, disse que era representante de índios, quilombolas, brasileiros e brasileiras que se preocupam com a vida.

Enquanto falava em favor do projeto de transposição, o deputado e ex-ministro da Integração Nacional Ciro Gomes (PSB-CE) cobrou atenção do bispo. "Olhe para mim, dom Cappio". Ciro afirmou ainda que não era possível "opor superioridade moral". "Não é possível que vossa excelência [dom Cappio] se considere intérprete superior do valor moral e ponha um modesto militante de 30 anos de vida pública, a partir de uma base nordestina, como alguém que esteja com interesses subalternos".

Segundo Ciro Gomes, todos os projetos de integração de bacias no Brasil e no mundo geraram polêmica. Ele citou o exemplo de São Paulo que, conta com a transposição de mais de 70% da vasão do Rio Piracicaba.

+ Mais

Camargo Corrêa vai construir lote 9 do Projeto de Integração do São Francisco

7 de Fevereiro de 2008 - Agência Brasil - Brasília - A empresa Camargo Corrêa venceu a concorrência para a execução das obras civis do lote 9 do Projeto de Integração da bacia do São Francisco às bacias do Nordeste Setentrional, coordenado pelo Ministério da Integração Nacional.

O valor global das obras civis do lote 9, que corresponde ao Eixo Leste, apresentado pela empresa vencedora é de R$ 213, 1 milhões. O orçamento estimado pelo ministério para a execução da obra era de R$ 257 milhões.

A proposta da Camargo Corrêa representa uma economia de quase 17% em relação ao valor de referência da concorrência.

O resultado da licitação foi publicado ontem (6) no Diário Oficial da União. Segundo informou o Ministério da Integração, a Camargo Corrêa será responsável, entre outras obras, pela construção de sete segmentos de canal, sistema de drenagem interna, muretas laterais e estrutura de controle no reservatório de areias.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras

 
 
 
 

 

Universo Ambiental  
 
 
 
 
     
SEJA UM PATROCINADOR
CORPORATIVO
A Agência Ambiental Pick-upau busca parcerias corporativas para ampliar sua rede de atuação e intensificar suas propostas de desenvolvimento sustentável e atividades que promovam a conservação e a preservação dos recursos naturais do planeta.

 
 
 
 
Doe Agora
Destaques
Biblioteca
     
Doar para a Agência Ambiental Pick-upau é uma forma de somar esforços para viabilizar esses projetos de conservação da natureza. A Agência Ambiental Pick-upau é uma organização sem fins lucrativos, que depende de contribuições de pessoas físicas e jurídicas.
Conheça um pouco mais sobre a história da Agência Ambiental Pick-upau por meio da cronologia de matérias e artigos.
O Projeto Outono tem como objetivo promover a educação, a manutenção e a preservação ambiental através da leitura e do conhecimento. Conheça a Biblioteca da Agência Ambiental Pick-upau e saiba como doar.
             
       
 
 
 
 
     
TORNE-SE UM VOLUNTÁRIO
DOE SEU TEMPO
Para doar algumas horas em prol da preservação da natureza, você não precisa, necessariamente, ser um especialista, basta ser solidário e desejar colaborar com a Agência Ambiental Pick-upau e suas atividades.

 
 
 
 
Compromissos
Fale Conosco
Pesquise
     
Conheça o Programa de Compliance e a Governança Institucional da Agência Ambiental Pick-upau sobre políticas de combate à corrupção, igualdade de gênero e racial, direito das mulheres e combate ao assédio no trabalho.
Entre em contato com a Agência Ambiental Pick-upau. Tire suas dúvidas e saiba como você pode apoiar nosso trabalho.
O Portal Pick-upau disponibiliza um banco de informações ambientais com mais de 35 mil páginas de conteúdo online gratuito.
             
       
 
 
 
 
 
Ajude a Organização na conservação ambiental.