São Luis (12/02/2008) -
O Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS)
da Superintendência do Ibama no Maranhão
realizará nesta quinta-feira
(14) um momento simbólico na sua sede no
bairro da Maiobinha, em São Luís.
Cerca de 100 gaiolas serão destruídas
por tratores representando o combate contra o tráfico
da fauna e um modo de conscientizar a população
da importância da liberdade dos animais silvestres
no meio ambiente. É comum a manutenção
desses animais, principalmente aves, em cativeiros
em todo o país.
O tráfico de animais silvestres
é um dos principais crimes praticados contra
o meio ambiente. É proibido por lei a compra,
venda, criação em cativeiro, transporte
ou qualquer outro negócio envolvendo esses
espécimes da fauna brasileira sem autorização
do Ibama, resultando em multa e processo administrativo,
civil e penal.
A maioria da comercialização ilegal
de espécies da fauna silvestre brasileira
provém das Regiões Norte, Nordeste
(com grande ocorrência no estado do Maranhão)
e Centro-Oeste, tendo como principais destinatários
os Estados de São Paulo e Rio de Janeiro.
O tráfico de animais no Brasil possui características
e destinos peculiares de acordo com os objetivos
do acesso e uso ilegal dessas espécies. Algumas
são destinadas ao mercado ilegal de estimação,
outras para colecionadores particulares e zoológicos
ou para comercialização internacional
em pet shops.
Os animais traficados são anestesiados pelos
traficantes para que pareçam dóceis
e mansos, ocorre até de furarem os olhos
das aves para elas não enxergarem a luz do
sol e não cantarem, evitando chamar a atenção
da fiscalização. Muitos bichos morrem
durante o transporte por serem escondidos em espaços
diminutos, como meias, caixas de sapato, fundos
falsos de bagageiros, etc. A criação
em cativeiro diminui a capacidade de eles buscarem
seus alimentos, de se defenderem de predadores,
ou até mesmo de se protegerem de situações
adversas no habitat natural.
O Núcleo de Fauna da Superintendência
do Ibama em São Luís apresentou o
relatório de suas atividades no ano de 2005
contabilizando o registro de entrada de 651 animais,
na sua maioria aves (348, o que representa 55,2%
do total), em seguida aparecem os mamíferos
(155) e os répteis (148). Em 2006, o CETAS
registrou a entrada de 470 animais, na maioria aves
(256, o que significa 54,47% do total), depois vieram
os mamíferos (137) e os répteis (76).
Esses espécimes são oriundos de apreensões,
entrega voluntária e resgates feitos por
diversas instituições como a Polícia
Rodoviária Federal, o Batalhão Ambiental
da Polícia Militar do estado, o Corpo de
Bombeiros, a fiscalização do Ibama
e o próprio CETAS. A maioria dos animais
foi encaminhada para soltura ou para criadouros
credenciados, sendo que a maior parte das solturas
foi feita dentro do Sítio Aguahi da Merck,
em São José de Ribamar, e no próprio
Horto Florestal do Ibama.
Para denúncias de comercialização
ilegal de animais silvestres, ligue 0800618080 linha
verde.