20 de Fevereiro de 2008 - Luana
Lourenço - Repórter da Agência
Brasil - Elza Fiúza/Abr - Brasília
- O ministro interino das Relações
Exteriores, Samuel Pinheiro Guimarães, e
o presidente do Senado, Garibaldi Alves Filho, durante
encontro no Itamaraty sobre mudanças climáticas.
Brasília - Representantes do G8 - grupo que
reúne os sete países mais industrializados
e a Rússia - e do bloco de cinco países
de economia emergente, entre os quais o Brasil,
discutem hoje e amanhã (20 e 21) a elaboração
de um documento com propostas de enfrentamento das
mudanças climáticas.
O texto, que será levado
à próxima reunião do G8, em
julho, no Japão, vai tratar de questões
como biocombustíveis e estímulos financeiros
à redução do desmatamento.
O evento é organizado pela
Globe - Organização Mundial de Legisladores
para um Ambiente Equilibrado - e tem como foco a
contribuição do Legislativo dos países
envolvidos na busca de políticas globais
pela redução de gases de efeito estufa,
contra o aquecimento do planeta.
É a primeira vez que um
país de economia emergente sedia a reunião,
o que, na avaliação do porta-voz do
Banco Mundial para a América Latina e Caribe,
Sergio Jellinek, se deve ao papel do Brasil no cenário
mundial como "provedor de soluções
para a questão das mudanças climáticas",
em referência à matriz energética
limpa e aos investimentos brasileiros em biocombustíveis
Na abertura do fórum, o
presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo
Chinaglia (PT-SP), disse que o papel do parlamento
brasileiro na definição de medidas
de mitigação do impacto das mudanças
climáticas é fundamental, porque o
Congresso "é o segmento político
que melhor representa a sociedade". Chinaglia
disse que o debate sobre energia será tema
permanente na Câmara e anunciou a criação
de uma comissão especial para tratar de fontes
renováveis.
O ministro interino das Relações
Exteriores, Samuel Pinheiro Guimarães, também
ressaltou o papel dos legisladores na discussão
das mudanças climáticas. "Tudo
dependerá das políticas públicas
adotadas em relação aos padrões
de consumo e produção de energia e
a elaboração dessas políticas
caberá aos parlamentares."
O porta-voz do Banco Mundial destacou
que os parlamentares têm mais autonomia e
flexibilidade para decidir sobre políticas
públicas de enfrentamento das mudanças
climáticas que os governos. "Em uma
plataforma intergovernamental como a Organização
das Nações Unidas [ONU], os países
se encerram em suas posições. Os legisladores
podem facilitar consensos. Têm mais flexibilidade
que os governos, representam mais diretamente o
cidadão", afirmou Jellinek.
O Brasil é representado
no fórum pelos deputados Antonio Palocci
(PT-SP) e Augusto Carvalho (PPS-DF) e os senadores
Serys Slhessarenko (PT-MT), Cícero Lucena
(PSDB-PB) e Renato Casagrande (PSB-ES).