Desde o
final de dezembro, quatro lojas franqueadas à
rede Pizza Hut em Curitiba vinham ofertando sacolas
plásticas para o transporte de seus produtos
em uma nova ação de marketing. Na
última terça-feira (12), a Secretaria
do Meio Ambiente e Recursos Hídricos e Ministério
Público Estadual convocaram a gerente de
marketing responsável pela ação,
Cibele Andreata, para discutir alternativas às
sacolas.
Em menos de 24 horas, as 8 mil
sacolas encomendadas para a nova ação
da pizzaria foram recolhidas e encaminhadas para
reciclagem. “Enquanto algumas redes de supermercados
resistem em apresentar propostas para substituição
das sacolas plásticas convencionais, outros
estabelecimentos comerciais dão exemplo de
comprometimento sócio-ambiental”, comentou
o secretário do Meio Ambiente e Recursos
Hídricos, Rasca Rodrigues.
A gerente de marketing explicou
que a ação tinha como objetivo facilitar
o transporte das caixas, beneficiando, assim, os
consumidores. “No início, não atentamos
à questão ambiental, pensamos apenas
em nossos clientes”, justificou. Ela destacou que,
assim que recebeu o comunicado da Secretaria do
Meio Ambiente e do Ministério Público
Estadual, percebeu a falha que haviam cometido.
“Imediatamente retiramos as sacolas de circulação”,
afirmou.
Das 8 mil sacolas, 1,5 mil foram
distribuídas. As outras 6,5 mil foram encaminhadas
para reciclagem. Cibele ainda se comprometeu a apresentar
um comprovante de que todas as sacolas teriam recebido
a destinação adequada.
Rosalvo Prates, proprietário
da Mennopar, empresa recicladora de plástico
que recebeu o material encaminhado pela pizzaria,
informou que as 6,5 mil sacolas correspondem a 186
quilos de plástico. “Agora esse material
será manufaturado e ficará granulado,
pronto para seu reaproveitamento”, explicou. “Com
os 186 quilos poderão ser confeccionados
cerca de 23 mil sacos de lixo de 15 litros ou lonas
agrícolas, por exemplo”, completou.
Outra franquia da rede de pizzarias,
instalada em Foz do Iguaçu, também
já foi informada das recomendações
da Secretaria do Meio Ambiente para utilização
de sacolas ecologicamente corretas no Estado. “Em
Foz as sacolas também deixaram de ser distribuídas.
Também sugerimos à direção
nacional da franquia que esta iniciativa comprometida
com o meio ambiente seja adotada nas demais lojas
brasileiras”, disse Cibele Andreatta.
SUBSTITUIÇÃO – Desde
março do ano passado a Secretaria do Meio
Ambiente e Ministério Público Estadual
vem solicitando aos supermercados que atuam no Paraná
a apresentação de alternativas às
sacolas plásticas convencionais disponibilizadas
em seus estabelecimentos.
O primeiro passo foi buscar o
apoio da Associação Paranaense de
Supermercados (Apras) – que, na ocasião,
limitou-se a informar o número de sacolas
disponibilizadas mensalmente no Estado. Segundo
a Associação, seriam 80 milhões
de sacolas - que, também conforme a APRAS,
seriam equivalentes a 20 toneladas de plástico.
Para o secretário Rasca
Rodrigues, este número é ainda maior.
“Estima-se que sejam consumidas no Paraná
cerca de 180 milhões de sacolas mensalmente
– o que corresponde a 900 toneladas de plástico
descartadas no meio ambiente, seja em aterros sanitários
ou abandonadas em fundos de vale, rios e terrenos
baldios”, destacou.
Sem o apoio da Associação,
Secretaria e Ministério Público decidiram
por convocar as redes de supermercados individualmente.
“Solicitamos propostas a 734 supermercados e apenas
242 encaminharam respostas, observando que menos
da metade, aproximadamente 33% das empresas do setor,
responderam ao questionamento ambiental que lhes
foi feito”, detalhou o coordenador do Centro de
Apoio Operacional às Promotorias de Proteção
ao Meio Ambiente do Ministério Público,
Saint-Clair Onorato Santos.
Na última quinta-feira
(14), três redes de supermercados que atuam
em Curitiba foram multadas pelo Instituto Ambiental
do Paraná (IAP) por não atenderem
a solicitação da Secretaria do Meio
Ambiente e Ministério Público. Cada
uma delas foi autuada em R$ 70 mil – totalizando
R$ 210 mil em multas.
As redes têm até
20 dias para protocolar defesa junto ao IAP. “Mas
se dentro de 30 dias elas não apresentarem
propostas para substituição das sacolas
convencionais, o valor da autuação
triplicará”, alertou Rasca.