24 de Fevereiro de 2008 - Luana
Lourenço - Repórter da Agência
Brasil - Wilson Dias/Abr - Brasília - Governo
do Distrito Federal pretende construir novo bairro
residencial nessa área de 200 hectares em
Brasília. Licitação deve sair
sair em 90 dias
Brasília - O que para o governo do
Distrito Federal será um novo bairro de alto
padrão de Brasília, é considerado
um “santuário de pajés” para uma comunidade
indígena que atualmente ocupa o local. Índios
das etnias Fulni-ô, Kariri-Xocó, Korubo,
Guajajara, Pankararu e Tuxá reivindicam a
permanência na área apesar dos preparativos
adiantados do governo para licitação
dos lotes residenciais do Setor Noroeste, que deverá
ocorrer nos próximos 90 dias.
O plano urbanístico do
novo bairro prevê a construção
de 20 quadras residenciais para cerca de 40 mil
moradores.
Um vídeo produzido pelo
Centro de Mídia Independente (CMI) para o
quadro Outro Olhar, do Repórter Brasil, noticiário
da TV Brasil, mostra a situação atual
da região – que ainda preserva a vegetação
original do cerrado – e as reivindicações
dos índios. No entanto, o vídeo não
traz nenhuma informação sobre a origem
ou o tamanho da comunidade.
De acordo com a Fundação
Nacional do Índio (Funai), 32 indígenas
de nove famílias estão no local, vindos
do Nordeste do país. O órgão
não reconhece a área como território
indígena. O governo do Distrito Federal também
não. “Há uma comunidade indígena
que tem que ser rebocada, que na verdade não
é autóctone [nativa], é uma
ocupação indevida”, de acordo com
o secretário de Desenvolvimento Urbano e
Meio Ambiente, Cássio Taniguchi.
No vídeo do CMI, o governador
do Distrito Federal, José Roberto Arruda,
questionado sobre a retirada dos índios para
a construção dos edifícios,
afirma que a “democracia exige controvérsias”
e que o governo não vai abrir mão
da construção do bairro para que os
índios permaneçam na área.
A questão indígena
é uma das condicionantes apresentadas pelo
Ministério Público do Distrito Federal
e pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos
Renováveis (Ibama) para aprovação
da licença ambiental de instalação
do empreendimento. De acordo com Taniguchi, o governo
já apresentou uma solução,
que deve concretizar em breve: vai transferir os
índios para uma área próxima
ao local que ocupam atualmente, “praticamente lindeira”,
segundo o secretário.
+ Mais
Índios do Xingu discutem
funcionamento de hidrelétrica com Funai
28 de Fevereiro de 2008 - Paloma
Santos - Da Agência Brasil - Marcello Casal
Jr./Abr - Brasília - Indígenas Ikpeng,
que vivem no Parque do Xingu (MT), aguardam encontro
com presidente da Fundação Nacional
do Índio (Funai), Márcio Meira, para
discutir os impactos ambientais causados por uma
usina hidrelétrica
Brasília - Cerca de 70 índios das
etnias Kalapalo, Matipu, Kamayura, Waura, Ruikuru,
Yawalapity e Ikpeng se reúnem hoje (28),
em Brasília, com o presidente substituto
da Fundação Nacional do Índio
(Funai), Aloysio Guapindaia, para discutir o funcionamento
da Pequena Central Hidrelétrica (PCH) Paranatinga
II, entre os municípios de Campinápolis
e Paranatinga (MT), próximo ao Parque Nacional
do Xingu.
Na semana passada, os indígenas
sequestraram oito pesquisadores que faziam estudos
de impacto ambiental na região e quatro funcionários
da Funai. Todos já foram liberados.
Os índios protestavam contra
o funcionamento da hidrelétrica. Eles alegam
que a construção prejudica o abastecimento
de água nas aldeias e a principal fonte de
alimentação, os peixes do Rio Kuluene.
Hoje, os índios vão
apresentar as reivindicações. Segundo
a assessoria de imprensa da Funai, serão
discutidas medidas compensatórias, que podem
ser financeiras, ou não, como a construção
de postos de saúde, escolas, distribuição
de sementes para plantio, entre outras.
Em nota, a Paratininga Energia
S/A, empresa responsável pela obra, informou
que tem cumprido o Programa Ambiental definido pela
Secretaria de Meio Ambiente de Mato Grosso (Sema-MT)
após análise do estudo de impacto
ambiental. A empresa também afirmou que continuará
cumprindo todas as exigências legais, administrativas
e ambientais.
A hidrelétrica começou
a funcionar em janeiro deste ano, e já abastece
três municípios de Mato Grosso: Gaúcha
do Norte, Ribeirão Cascalheira e Barra das
Garças. Ainda de acordo com a empresa, em
breve, deve ter início novas obras para a
construção de redes de transmissão
que vão levar energia a mais 16 municípios
mato-grossenses.
+ Mais
Sipam leva disque-intoxicação
a aldeias indígenas da Amazônia
28 de Fevereiro de 2008 - Amanda
Mota - Repórter da Agência Brasil -
Manaus - A partir desta semana, indígenas
de diversas etnias - entre elas Marubo, Maiurana,
Massapê e Korubo - poderão ter um apoio
importante na hora de lidar com os diversos casos
de intoxicação por plantas, alimentos
ou por picadas de animais peçonhentos.
De acordo com a coordenadora do
Centro de Informações Toxicológicas
do Amazonas (CIT), Taís Galvão, nessa
quarta-feira (27), representantes de uma comunidade
indígena de Roraima e de três do Amazonas,
incluindo o Vale do Javari, participaram de conferência
por telefone para resgatar o contato com o CIT e
estabelecer o acesso ao serviço Disque Intoxicação.
As comunidades participantes da
fonoconferência são isoladas, mas o
contato entre elas e o CIT pôde ser viablizado
por meio de telefones instalados pelo Sistema de
Proteção da Amazônia (Sipam)
nas aldeias. Os aparelhos fazem parte de uma rede
de comunicação por satélite,
a VSAT, que desde 2002 permite a integração
das populações indígenas e
ribeirinhas da Amazônia com as sedes dos municípios
e órgãos federais, como o próprio
Sipam, e ainda com a Polícia Federal e o
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis (Ibama).
A idéia é aproveitar
a tecnologia do Sipam para levar aos povos que vivem
longe dos centros urbanos - e que às vezes
nem falam o português - as orientações
necessárias para o atendimento básico
diante de uma intoxicação ou envenenamento.
As ligações para o Disque Intoxicação
não terão nenhum custo para os indígenas.
"Através dos telefones
do Sipam, que ficam disponíveis em cada aldeia,
conseguimos estabelecer um link direto com os indígenas.
Tem um número que eles podem discar e cair
direto em nossa central de atendimento. Sem essa
parceria, eles dificilmente teriam acesso a esse
serviço", disse Taís.
A fonoconferência realizada
ontem é uma iniciativa inédita. Para
tentar alcançar o maior número de
pessoas, participaram agentes da Fundação
Nacional de Saúde (Funasa) que já
trabalham nessas aldeias e indígenas das
comunidades Wai Wai, de Roraima, e Igarapé
Lobo, do Amazonas. "A partir de agora, o que
se espera é aumentar ainda mais o número
de atendimentos e que eles possam nos acionar e
ter a informação adequada diante de
um caso de intoxicação, levando em
consideração as limitações
que têm,", acrescentou a coordenadora
do CIT.
O Centro de Informações
Toxicológicas do Amazonas tem sede em Manaus
e atende gratuitamente ligações de
todo o país, mas sobretudo da Região
Norte. Os atendimentos são feitos por farmacêuticos
e outros profissionais da área de medicina
e enfermagem. Em todo o país, existem cerca
de 35 centros toxicológicos. O problema atinge,
sobretudo crianças de 0 a 5 anos e adultos
com idade entre 18 e 30 anos.