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PROCURADORIA DE RORAIMA TENTARÁ NOVA AÇÃO CONTRA HOMOLOGAÇÃO DE TERRA INDÍGENA

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Fevereiro de 2008

24 de Fevereiro de 2008 - Gilberto Costa - Repórter da Rádio Nacional da Amazônia - Brasília - Após o Supremo Tribunal Federal (STF) ter negado recurso ao estado de Roraima e ter mantido a homologação da terra indígena Raposa Serra do Sol, a Procuradoria do estado vai tentar nova ação contra a demarcação da reserva e a retirada de não-índios da área de 1,7 milhão de hectares.

A intenção da Procuradoria é entrar com uma ação cível originária e suspender os efeitos do decreto presidencial de 2005 que delimitou a reserva. A estratégia é fazer com que em novo julgamento o STF acabe por determinar perícia dos documentos da homologação e considere nulo o laudo antropológico que baseou a demarcação, segundo o procurador Régis Gurgel.

"Temos a certeza de que, se o Supremo vier analisar a formação do laudo antropológico, esse lauda daria respaldo a uma ação julgada favorável ao estado.” O procurador não informou o prazo para apresentação da ação cível.

Para o coordenador-executivo do comitê gestor interministerial responsável pelo acompanhamento da homologação, José Nagib Lima, as consultas ao STF têm dado respaldo à decisão do governo federal. "Todas as ações junto ao Supremo só serviram para o reconhecimento e legitimidade do governo federal diante deste processo. Reforça a tese de que é um ato jurídico perfeito e acabado", avaliou.

Na sessão plenária da última quinta-feira (21), o Supremo indeferiu agravo regimental (nº 3.755) impetrado pelo estado de Roraima, recorrendo contra decisão do Tribunal que encerrou ação civil sobre a remoção de um não-índio da Reserva Raposa Serra do Sol.

No seu voto, o relator, ministro Carlos Ayres Britto, afirmou que não caberia recurso ao estado (assistente no processo) e que uma perícia técnica já teria constatado que as terras em litígio não pertencem à Roraima.

No recurso, a Procuradoria do estado defendia que o processo deveria continuar a ser julgado e deveria ser determinada a realização de novos estudos ambientais, antropológicos, jurídicos, cartográficos e fundiários sobre a área de disputa que envolve índios e produtores de arroz.

A avaliação da Procuradoria é de que se esses estudos forem realizados ficará demonstrado que a terra é "devoluta, integrante do patrimônio do estado de Roraima, e não tradicionalmente ocupadas por indígenas".

Para o procurador-geral do estado de Roraima, Luciano Queiroz, a demarcação da terra indígena Raposa Serra do Sol foi baseada em laudo antropológico que deve ser anulado. "A tese é a nulidade da demarcação tendo em vista que ela tomou como suporte, como fundamento, um laudo viciado um laudo nulo."

Na opinião do advogado da Associação de Produtores de Arroz de Roraima, o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Ilmar Galvão, o tribunal deve ser envolvido quando houver conflito entre estado e União, mas a questão de posse da terra deveria ser debatida em instância inferior.

"Essas ações possessórias de antecipação de prova, de avaliação das benfeitorias, demandam audiência com oitiva de rol de testemunha, depois perícia judicial. Todos esses atos são incompatíveis com sistema de julgamento do Supremo Tribunal Federal."

O prazo de saída dos não-índios terminou em abril de 2006. Em junho do ano passado, o Supremo cassou mandado de segurança de arrozeiros, confirmando a homologação da reserva de 1,7 milhão hectares, de acordo com o decreto da Presidência da República de maio de 2005.

De acordo com o coordenador-executivo do comitê gestor interministerial responsável pelo acompanhamento da homologação, a operação para a retirada dos não-índios "está em curso" e a Polícia Federal faz o levantamento do que será necessário para efetuar a operação.

Além da nova ação da Procuradoria do Estado de Roraima, está em andamento no STF uma outra ação cautelar, ainda não julgada, contra a homologação.

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Líder indígena discutirá com Funai impactos ambientais causados por usina

27 de Fevereiro de 2008 - Cilene Figueredo - Da Agência Brasil - Brasília - O presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Márcio Meira, deve receber amanhã (28) lideranças indígenas Ikpeng, que vivem no Parque do Xingu, no nordeste de Mato Grosso. A informação é do líder da comunidade, Kumaré Txicão, que afirmou que o motivo do encontro é discutir os impactos ambientais causados por uma usina hidrelétrica construída no Rio Culuene, afluente do Rio Xingu.

Em entrevista hoje (27) ao programa Amazônia Brasileira, da Rádio Nacional Amazônia, o líder Ikpeng informou que as obras são prejudiciais aos rios do Xingu, uma vez que danificam as nascentes e comprometem a pesca, principal base alimentar dos índios da região.

Na entrevista, Kumuré disse que desde o mês de junho a comunidade não utiliza barcos para navegar, por causa do nível da água.

Na semana passada, os índios da etnia Ikpeng, fizeram 12 reféns - oito pesquisadores que prestavam serviço à empresa Paranatinga Energia S/A e quatro funcionários da Funai. Os indígenas protestavam contra os impactos ambientais causados pela usina hidrelétrica construída pela Paranatinga. Os últimos reféns foram liberados ontem (26).

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Funasa inicia operação no Vale do Javari no dia 18 de março

27 de Fevereiro de 2008 - Deborah Souza - Da Agência Brasil - Brasília - Representantes da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e do Ministério da Defesa se articulam para dar início, no dia 18 de março, à operação de atendimento a populações indígenas no Vale do Javari (AM), atingidas por doenças como hepatite, malária e tuberculose. Entre as questões que precisam ser definidas está o acesso ao Vale de Javali por meio de pistas de pouso.

As hipóteses em estudo são a regularização, construção ou ampliação das pistas. O diretor do Departamento de Saúde Indígena da Funasa, Wanderley Guenka, afirmou, em entrevista ao programa Amazônia Brasileira, da Rádio Nacional da Amazônia, que a Funasa aguarda uma resposta do Ministério da Defesa sobre a colaboração da Marinha, do Exército e da Aeronaútica no que se refere a soluções logísticas.

“Uma das dificuldades que o Vale do Javari enfrenta é o deslocamento da equipe até a área de atuação e o deslocamento dos pacientes que precisam ser referenciados para os hospitais da região”, destacou.

De acordo com ele, foram adquiridos 37 barcos motorizados e duas vans. “Não é o suficiente, mas pelo menos atenua a questão dos problemas existentes lá. Estamos buscando também outras alternativas para adquirirmos outros equipamentos, para ajudar de imediato o Vale do Javari.”

O Departamento de Saúde Indígena da Funasa já mobilizou uma equipe de colaboradores na região para combater a hepatite, uma das doenças que mais atingem os povos indígenas.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras

 
 
 
 

 

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