(08/03/2008) Mudanças
climáticas, aquecimento global e efeito estufa
são coisas diferentes, mas estão inter-relacionadas.
Diante de confusões comuns entre os três
termos, a observação foi feita pelo
glaciólogo da UFRGS, Jefferson Cardia Simões,
em seu painel na manhã deste sábado
(08) durante a etapa gaúcha da Conferência
Nacional do Meio Ambiente, que segue até
o final do domingo, em Porto Alegre.
Efeito estufa é um fenômeno
natural. No entanto, algumas atividades humanas
contribuem para a elevação dos gases
do efeito estufa e os principais são o dióxido
de carbono, o metano e o óxido nitroso. Conforme
Cardia Simões, o IPCC (Painel Intergovernamental
sobre Mudança do Clima) prevê que se
até 2010 nada for feito, os gases do efeito
estufa serão quatro vezes maior do que as
concentrações normais.
Quanto às mudanças
climáticas, o glaciólogo afirmou que
elas sempre ocorreram e vão continuar a acontecer.
“Por isso, há que se ter cuidado ao atribuir
ao homem os efeitos das mudanças climáticas,
por exemplo a seca de 2004”, falou Cardia Simões.
Especificamente para o Rio Grande do Sul ele apresentou
dados, mostrando que entre 1961 e 2006 a temperatura
aumentou 0,5° centígrados. “Mas há
épocas em que a temperatura caiu”, acrescentou.
Outra grande preocupação
e que costuma ser alardeada como catastrófica
é a elevação dos oceanos. Cardia
Simões disse que na previsão do IPCC,
até 2100, o aumento médio do nível
dos mares ficará entre 18 e 59 centímetros.
O doutor em ecologia e professor
do Departamento de Paleontologia e Estratigrafia
da UFRGS, Rualdo Menegat, falou sobre as cidades
e os distúrbios ambientais. “Precisamos rever
os conceitos de progresso e migrar para a visão
de desenvolvimento sustentável das cidades,
que tem a ver com a etno-cultura e tecnologias.
Essas estão sempre dentro de uma cidade/aldeia,
que, por sua vez, está inserida em um ecossistema”,
falou Menegat. Ele acrescentou que o consumo acontece
de uma maneira voraz e com tamanha velocidade que
não há engenharia capaz de dar conta
dos resíduos. Além disso, há
a transferência do custo ambiental, ou seja,
uma cidade joga para outra os seus dejetos. “Isso
acontece especialmente do primeiro mundo empurrando
para o terceiro mundo”, afirmou. Menegat ressaltou
que a questão ambiental é de formação,
mas é também de informação
de cada um.
O analista ambiental do Ministério
do Meio Ambiente, Luis Eduardo Tinoco, também
apresentou painel sobre efeito estufa. Ele destacou
o enfoque da mitigação, ou seja, ações
para reduzir os gases estufas, e da adaptação
às mudanças climáticas.
Pela tarde, foram formados grupos
de trabalho por eixos temáticos: Mitigação,
Adaptação, Pesquisa e Desenvolvimento
Tecnológico, Educação e Cidadania
Ambiental. Os subtemas dentro desses eixos são
florestas, agropecuária, energia, resíduos,
edificações, indústria, transporte,
saúde, recursos hídricos, zona costeira
e marinha, agropecuária, assentamentos humanos
e ecossistemas naturais. No domingo (09), durante
o dia, serão apresentados os relatórios
dos grupos de trabalho.
Depois, serão eleitos no
máximo 60 delegados, por setor, que irão
a Brasília, em maio, representar o Rio Grande
do Sul na Conferência Nacional do Meio Ambiente.
ASSECOM SEMA
Texto: Jornalista Jussara Pelissoli
Coordenação: Jornalista Eliane do
Canto
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Municípios poderão
solicitar verba do Fundo de Recursos Hídricos
(07/03/2008) Verbas do Fundo de
Investimentos em Recursos Hídricos poderão
ser utilizadas pelos municípios gaúchos
para a elaboração de projetos, ações
e obras que contribuam para a proteção,
melhoria e recuperação da qualidade
das águas nos seus territórios. Uma
minuta de resolução para isso foi
aprovada por unanimidade pelo Conselho Estadual
de Recursos Hídricos (CRH), em reunião
ordinária nesta semana. Agora, a proposta
será analisada por Câmaras Técnicas
do CRH para que depois a resolução
seja votada em plenário.
Conforme a proposta, para concorrem
aos valores, os municípios, entre outros
requisitos, deverão estar qualificados ao
licenciamento ambiental das atividades com impacto
local, contar com manifestação favorável
do Comitê de Bacia a sua pretensão
e apresentar declaração técnica
e informativa dos ganhos ambientais previstos ao
recurso hídrico. Além disso, será
necessário que esteja estabelecido o enquadramento
dos recursos hídricos da bacia hidrográfica
ao qual pertença o manancial a ser beneficiado,
devidamente aprovado pelo CRH.
Os projetos dos municípios
terão que ser compatíveis com o planejamento
do Estado, com o Plano Estadual de Recursos Hídricos
e com os Planos de Bacias.
Para obtenção da
verba, os projetos serão apreciados pelas
câmaras técnicas competentes do CRH,
entre elas a câmara da Bacia Hidrográfica
a qual pertença o recurso hídrico.
Após consulta à Secretaria Estadual
do Meio Ambiente, o CRH expedirá editais
aos municípios, visando dar-lhes ciência
de suas habilitações aos valores do
Fundo.
ASSECOM SEMA
Texto: Jornalista Jussara Pelissoli
Coordenação: Jornalista Eliane do
Canto