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MAIOR RIGOR PARA CONCEDER CRÉDITO RURAL PODE FREAR DESMATAMENTO NA AMAZÔNIA, AVALIA SECRETÁRIO

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Março de 2008

3 de Março de 2008 - Hugo Costa - Repórter da Agência Brasil - Brasília - A decisão de exigir documentos que comprovem a regularidade ambiental na hora de conceder crédito rural pode ser útil para combater o desmatamento na região Amazônica, avalia o secretário-adjunto de Microfinanças e Política Agrícola do Ministério da Fazenda, Gilson Bittencourt. Na última quinta-feira (28), o Conselho Monetário Nacional (CMN) publicou resolução para condicionar as verbas destinadas ao fomento de atividades agropecuárias nos estados abrangidos pela floresta.

“Nós já temos uma legislação ambiental bastante efetiva no Brasil e temos uma legislação de crédito rural. O que o Conselho Monetário fez foi uma unificação das ações observando que também seja considerada a questão ambiental na concessão de crédito. Entendemos que na medida em que você reduz o financiamento para o desmatamento ou, principalmente, para áreas que vem a seguir, nós vamos contribuir para a redução do desmatamento”.

Apesar do apoio à resolução, o secretário reconhece que não há dados precisos sobre áreas produtoras beneficiadas por financiamento do governo que promoveram a degradação no bioma amazônico.

"Não temos uma avaliação de que está sendo [o crédito rural] utilizado de forma maléfica. O que temos é uma avaliação de que está acontecendo o desmatamento e que nós temos uma expansão da atividade agrícola. Agora a relação entre as duas coisas, nós ainda não temos de forma precisa. Estamos entendendo essa medida como adicional às medidas adotadas pelo Estado na forma de repressão ao desmatamento e da venda ilegal de seus produtos”.

As medidas anunciadas pelo CMN vão obrigar, a partir de 1º de julho, a apresentação do Certificado de Cadastro do Imóvel Rural (CCIR) – documento expedido pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) – e documento comprobatório de regularidade ambiental do órgão estadual responsável para a solicitação de crédito rural.

Produtores do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) com renda anual de até R$ 4 mil estão dispensados das exigências.

Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia e Roraima são os estados que integralmente serão submetidos aos novos requerimentos. Produtores de municípios do Maranhão, Mato Grosso e de Tocantins em áreas da floresta também precisarão estar em dia com os documentos necessários para obter empréstimo.

Hoje (3), o Incra começou a recadastrar os imóveis rurais dos 36 municípios que mais desmatam na Amazônia Legal. A medida, segundo o diretor de Ações da Amazônia do Ministério do Meio Ambiente, André Lima, também pode “contribuir para o combate à grilagem”.

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Regras ambientais para financiamentos na Amazônia não afetarão soja, avalia ONG

3 de Março de 2008 - Luana Lourenço - Repórter da Agência Brasil - Brasília - A decisão do Conselho Monetário Nacional (CMN) de condicionar a concessão de financiamentos rurais ao cumprimento de critérios ambientais nos cerca de 700 municípios da Amazônia Legal deverá inibir o avanço da exploração predatória da floresta pelos pecuaristas, mas não será tão efetiva em relação aos produtores de soja e madeireiros. A avaliação é da coordenadora da Iniciativa Amazônia do Instituto Socioambiental (ISA), Adriana Ramos.

Pelas novas regras, que já valerão para a safra 2008/2009, ao pedir empréstimos, os produtores rurais da região terão de apresentar o Certificado de Cadastro de Imóvel Rural (CCIR), certidões ou licença ambiental do imóvel onde o projeto será executado. A regra será aplicada em empréstimos concedidos por bancos públicos e privados.

No entanto, segundo Ramos, a maior parte dos financiamentos para produção de soja não é feita por instituições bancárias, mas por empresas que não estão subordinadas às resoluções do CMN.

“A medida vai atingir diretamente o setor da pecuária que é um dos setores que mais se beneficiam dos créditos, mas temos uma preocupação de como isso pode ser eficaz para outros setores agrícolas, como a produção de soja e de milho, que normalmente são pré-financiadas por grandes empresas comercializadoras. E essas empresas não se enquadram como agentes financeiros, portanto as regras do CMN não se aplicam a elas”, aponta.

A exploração madeireira também não está diretamente vinculada a mecanismos financeiros tradicionais, além de “não ser o principal vetor do desmatamento”, segundo Ramos.

Na avaliação da representante do ISA, a decisão do CMN “é uma das medidas mais importantes recentemente anunciadas, além de ser uma demanda antiga dos movimentos ambientais”. A expectativa, segundo ela, é que a restrição financeira pressione o cumprimento das leis ambientais e contribua para o controle das atividades predatórias na Amazônia.

“Mas é preciso que a aplicação seja bem acompanhada pelos órgãos públicos e que haja também treinamento dos agentes financeiros no campo para que as regras sejam efetivamente cumpridas”, destacou.

Em janeiro, um estudo do Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) concluiu que as facilidades de crédito concedidas pelo Banco da Amazônia podem ter influenciado o crescimento do desmatamento na região.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras

 
 
 
 

 

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