Operação Arco de
Fogo começa em municípios
do Mato Grosso na próxima semana
7 de Março de 2008 - Marco
Antônio Soalheiro - Repórter da Agência
Brasil - Brasília - A Operação
Arco de Fogo, que combate a exploração
ilegal de madeira na Amazônia, será
deflagrada a partir de segunda-feira (10) no Mato
Grosso, com bases nos municípios de Sinop
e Alta Floresta. Iniciada em Tailândia (PA)
em 26 de fevereiro, a operação também
já foi estendida a Machadinho D`Oeste (RO).
“Recebemos a visita do pessoal
da Polícia Federal e da Força Nacional
[de Segurança] para acertar os detalhes finais.
O deslocamento dos agentes já deve ocorrer
neste fim de semana e na segunda-feira já
queremos estar atuando nos locais”, informou hoje
(7) à Agência Brasil o chefe de fiscalização
da gerência executiva do Instituto Brasileiro
do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis
(Ibama) em Sinop, Evandro Selva.
O estado do Mato Grosso concentra
50% dos 36 municípios que mais desmatam a
Amazônia, conforme divulgado em janeiro pelo
Ministério do Meio Ambiente. Alta Floresta
ocupa a 23ª posição na lista.
A intenção é que 20 agentes
se concentrem no município e outros 20 em
Sinop. A equipe será bastante inferior aos
300 agentes enviados a Tailândia, mas segundo
o representante do Ibama, “a situação
nesta região atualmente é mais tranqüila”,
sem perspectiva de reações agressivas
contra o trabalho dos fiscais.
O foco inicial da atuação
dos agentes no Mato Grosso abrange a verificação
de pátios e estoques das madeireiras e serrarias
da região. O Ibama contabiliza 400 unidades
legalizadas, mas também relata uma presença
forte da clandestinidade.
“Existem carvoarias e serrarias
ilegais que não têm nenhum tipo de
documento. Recebem madeira principalmente de projetos
de assentamento e esquentam [conseguem comercializar]
com notas de outras empresas. Elas acabam gerando
um consumo de matéria-prima que faz o crime
ambiental compensar”, explicou Selva.
As espécies mais visadas
para exploração ilegal no Mato Grosso
são a itaúba, cambará, cedrinho
e cumaru. A maior parte, informa o Ibama, vem de
áreas próximas ao Parque Indígena
do Xingu e também de propriedades particulares
onde os donos resolvem explorar sem autorização.
A prática ocorre há pelo menos três
décadas e é agravada pela indefinição
de questões fundiárias.
“As terras que não foram
legalizadas com títulos de posse têm
sido base para a ocorrência de crimes ambientais.
É a famosa terra de ninguém, onde
todo mundo se aproveita, explora de maneira irregular,
empobrece o solo e a floresta”, disse Selva.
O fiscal do Ibama em Sinop prevê
que, até julho, 90% das madeireiras e serrarias
da região tenham sido visitadas por agentes
que integram a Operação Arco de Fogo.
Evandro Selva lembrou, entretanto,
que o reforço de fiscalização
não é suficiente para solucionar de
forma definitiva problemas relacionados ao desmatamento
ilegal na Amazônia. “O governo tem que entrar
com contrapartidas de incentivo ao manejo florestal
e valorizar a floresta em pé.”
Nos dez primeiros dias em Tailândia
(PA), a Operação Arco de Fogo contabilizou
mais de R$ 3 milhões em multas. Seis madeireiras
foram autuadas e cinco delas tiveram máquinas
lacradas e apreendidas, de acordo com a assessoria
de imprensa do Ibama, em Brasília.
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Fogo chega a Rondônia amanhã, diz presidente
do Ibama
4 de Março de 2008 - Marco
Antônio Soalheiro - Repórter da Agência
Brasil - Brasília - A Operação
Arco de Fogo, criada pelo governo federal para combater
o desmatamento ilegal na Amazônia, tem início
amanhã (5) em Machadinho D'Oeste (RO). Foi
o que informou hoje (4) o presidente do Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais
Renováveis (Ibama), Bazileu Margarido. A
ação foi deflagrada há pouco
mais de uma semana em Tailândia (PA).
“Estamos com a operação
em Tailândia já num estágio
avançado, iniciando em Rondônia e possivelmente
também no Mato Grosso ainda esta semana”,
afirmou Margarido.
Machadinho D'Oeste ocupa a 32ª
posição na lista dos 36 municípios
apontados como os maiores responsáveis pelo
desmatamento na Amazônia. Segundo o presidente
do Ibama, as ações ostensivas de fiscalização
só não começaram ainda no município
porque fortes chuvas na região prejudicaram
o deslocamento dos agentes.
“O pessoal de Tailândia
permanece lá. Para as ações
em Rondônia e Mato Grosso serão enviadas
outras equipes de fiscalização”, explicou.
Em Tailândia, a Operação
Arco de Fogo fechou três madeireiras e cinco
carvoarias, com destruição de 107
fornos, segundo o Ibama. Foram apreendidos mais
de 16 mil metros cúbicos de madeira ilegal
e as multas aplicadas chegam a R$ 1,79 milhão.
Para dar suporte ao trabalho dos
fiscais ambientais, agentes da Polícia Federal
e da Força Nacional de Segurança também
participam da operação.