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QUILOMBOLAS CONCILIAM PRESERVAÇÃO CULTURAL E AMBIENTAL NO AMAPÁ

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Março de 2008

2 de Março de 2008 - Alex Rodrigues - Enviado especial - Wilson Dias/Abr - Macapá (AP) - O quilombola Joaquim Araújo da Paixão, com a imagem de São Joaquim, na igreja da Comunidade do Curiaú, onde cerca de 4 mil pessoas vivem da agricultura, da pesca, do cultivo de búfalos e do turismo.

Macapá - A apenas doze quilômetros do centro da capital amapaense, Macapá, uma comunidade quilombola preserva seus costumes e crenças enquanto luta para conservar a Área de Proteção Ambiental (APA) em que vive. Importante sítio histórico e ambiental, a APA de Curiaú é uma das principais atrações turísticas da região, atraindo moradores do estado e turistas.

De Macapá, o acesso até a área de 21.676 hectares onde vivem os cerca de 4 mil moradores da primeira comunidade quilombola reconhecida no estado é feito pela Rodovia do Curiaú. Logo após a entrada da APA e as primeiras casas de alvenaria, o visitante chega à igreja onde, anualmente, a comunidade celebra uma das mais importantes festas religiosas do Amapá.

“Em agosto nós festejamos a Folia de São Joaquim. São nove noites de novena com folia. Vem muita gente de fora”, diz Joaquim Araújo da Paixão, guardião da chave da igreja.

Além das belezas naturais do local, o quilombola destaca a importância das manifestações culturais preservadas pela comunidade. “Temos nosso batuque, a ladainha e o marabaixo”, destaca o quilombola. O marabaixo é uma dança típica que se tornou tão conhecida no estado que virou nome de bairro e de sorvete em Macapá.

“A cultura do marabaixo, do batuque, é uma das manifestações da comunidade que têm atraído um público muito grande ao Curiaú”, garante o secretário estadual extraordinário de Políticas para os Afrodescendentes, Josivaldo da Silva Libório.

Na comunidade, a Escola Estadual José Bonifácio, busca valorizar a cultura afrodescendente, afirma a supervisora Sheila Cristina Cunha Maués. “Temos projetos que valorizam o batuque, outro de resgate aos costumes locais. Os alunos sabem dançar carimbó, batucar, cantar as cantigas dos santos. Em outras escolas não há isso”. Bem estruturada, a unidade de ensino conta com laboratório de informática, biblioteca e uma quadra de esportes coberta e atende a crianças de localidades próximas a Curiaú.

Com disponibilidade de professores, a direção da escola decidiu incluir aulas de francês na grade escolar de 1ª à 4ª série. “O francês é por causa da nossa fronteira com a Guiana Francesa. Isso vai ajudar muito às crianças no mercado de trabalho”, comenta a professora Claudeci Ferreira da Silva Rodrigues.

A exemplo da escola, o posto de saúde do Curiaú também atende a pacientes de outras comunidades. Além de oferecer exames preventivos, pré-natal e planejamento familiar, a médica responsável faz cerca de 20 visitas residenciais a cada semana. De segunda a quarta-feira, o atendimento é no próprio posto que registra cerca de 15 consultas diárias. “O pessoal daqui é bastante responsável em termos de saúde, mas há um problema muito grande com o álcool. Temos vários casos de alcoolismo”, comenta a enfermeira Rejane Santos da Cunha.

O quilombola Joaquim Araújo confirma os casos de alcoolismo. E diz que o número de casos aumentou depois que os moradores começaram a abrir bares para atender aos turistas.

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Fundação Palmares denuncia construção de estrada em área quilombola

3 de Março de 2008 - Flávio Gusmão - Da Rádio Nacional da Amazônia - Brasília - A Fundação Palmares, entidade de defesa da cultura afro-brasileira ligada ao Ministério da Cultura, constatou que a empresa Alcântara Cliclone Space (ACS) está construindo uma estrada em terras ocupadas tradicionalmente por comunidades quilombolas, em Alcântara, no Maranhão. Por causa disso, a empresa foi multada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

No dia 25 de fevereiro, a comunidade Mamuna havia denunciado a devastação da área onde mora. Como forma de protesto, eles bloquearam o acesso à estrada.

A ACS é um consórcio de empresas brasileiras e ucranianas que trabalham no desenvolvimento de projetos para viabilizar o lançamento de foguetes da Base de Alcântara. O consórcio já havia formalizado uma reclamação junto a órgãos governamentais alegando que estaria apenas realizando estudos para a construção da via, já que o Ibama não tinha liberado o
início das obras.

A diretora de Proteção do Patrimônio Afro-Brasileiro da Fundação Palmares, Maria Bernadete Silva, que esteve em Alcântara, contesta. "Lá nós verificamos que não era apenas uma picadinha. É uma estrada. De fato, foram derrubadas árvores, que a comunidade chama de pau-amarelo, usadas para a demarcação de terras"

A assessoria de imprensa da ACS nega que esteja construindo a estrada e diz que se houve desmatamento na região, o consórcio não tem responsabilidade.

Apesar de não ter data definida para ocorrer, representantes do governo, da ACS e defensores das comunidades quilombolas devem realizar uma reunião de conciliação. No encontro, serão discutidas ações para resolver o conflito em Alcântara.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras

 
 
 
 

 

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