10/03/2008 - O comparativo das
safras 2006/2007 e 2007/2008 mostrou uma redução
de 110 mil hectares na área de queima da
palha de cana-de-açúcar no Estado
de São Paulo. Essa área corresponde
a 155 mil campos de futebol. Por outro lado, a área
de colheita mecanizada expandiu
657 mil hectares. Estas e outras informações
foram divulgadas nesta segunda-feira (10/03), no
Palácio dos Bandeirantes, pelo Governo do
Estado durante o evento de assinatura do Protocolo
Agroambiental pela Orplana - Organização
de Plantadores de Cana da Região Centro-Sul
do Brasil, que contou com a presença do governador
José Serra e de diversas autoridades e representantes
do setor sucroalcooleiro.
O secretário estadual do
Meio Ambiente, Xico Graziano, apresentou os dados
da queima da palha da cana-de-açúcar
nas safras de 2006 e de 2007. Utilizando-se de mapas,
elaborados pelo INPE (Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais), Graziano expôs as áreas
totais de queima nos dois períodos, com ênfase
para a redução da área de queima
e, ao mesmo tempo, do avanço da mecanização
nos canaviais. Na última safra, aproximadamente
50% da colheita foi feita mecanicamente, ante 35%
da safra anterior à criação
do protocolo. “Se continuarmos neste ritmo, a mecanização
total em áreas com inclinação
menor que 12% se dará em 2012, antes do prazo
final estipulado pelo protocolo, que é 2014”,
afirmou o secretário ao exibir um gráfico
com o desempenho do setor na última safra.
Além disso, o secretário
do Meio Ambiente destacou que o protocolo incentiva
a recuperação das matas ciliares em
áreas de canaviais. A estimativa é
que 600 mil hectares de mata ciliar serão
recuperados. Outro benefício ambiental citado
no evento foi o uso da biomassa para a geração
de energia. Estima-se que, até 2020, dois
mil megawatts sejam gerados a partir da biomassa
da cana-de-açúcar.
Já o presidente da Orplana,
Ismael Perina Júnior, resumiu a assinatura
do Protocolo Agroambiental pelos fornecedores de
cana-de-açúcar do Estado com a seguinte
declaração: “Estamos tornando a atividade
agrícola no Estado de São Paulo ainda
mais sustentável” O Protocolo Agroambiental
é um acordo que antecipa os prazos para o
fim das queimas nos canaviais do Estado de São
Paulo e estipula ações de sustentabilidade
ambiental. Treze mil fornecedores do setor sucroalcooleiro,
representados pela Orplana, assinaram o documento.
O evento foi organizado pelo Governo
do Estado de São Paulo, Secretaria de Estado
do Meio Ambiente, Secretaria de Estado da Agricultura,
Orplana e Unica (União da Indústria
de Cana de Açúcar) e contou também
com a presença do secretário estadual
da Agricultura, João Sampaio, do presidente
da Unica, Marcos Jank, e do presidente do Ibama
(Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis), Bazileu Alves Margarido
Neto. O Protocolo Agroambiental é uma iniciativa
no âmbito do “Etanol Verde”, um dos 21 Projetos
Ambientais Estratégicos do governo paulista
Os fornecedores representam 28%
da produção total de cana-de-açúcar
no Estado de São Paulo, que é o principal
estado produtor de cana do País, respondendo
por mais de 50% da produção nacional.
Com esta adesão, toda a linha de produção
de açúcar e álcool do Estado
passa a ser coberta pelo Protocolo Agroambiental.
Em junho do ano passado, a Unica, representando
as indústrias de açúcar e álcool
do Estado, assinou o protocolo. Até agora,
141 das 170 indústrias do setor aderiram
ao acordo.
Redução na emissão
de poluentes pela diminuição da queima
da palha da cana (considerando 140 kg de palha/tonelada
de cana e fatores de emissão recomendados
pela Agencia Ambiental dos EUA1 ):
- Material Particulado: menos
3.900 toneladas (equivalente a 28% da emissão
de partículas geradas pela combustão
de óleo diesel por veículos na região
da Grande São Paulo em 2006)
- Hidrocarbonetos: menos 6.500
toneladas (equivalente a 11% da emissão de
hidrocarbonetos gerados pela combustão de
óleo diesel por veículos na região
da Grande São Paulo em 2006)
Geração de Empregos
Apesar da redução
da área de colheita manual, a geração
de empregos no setor cresceu na última safra.
Com a mecanização da colheita, 8 mil
cortadores de cana deixaram de ser contratados.
Mas, a ampliação da frota de colheitadeiras
exigiu maior qualificação e pagando
melhores salários. 1.5 mil cargos foram gerados
para atender a nova demanda, que em sua maioria,
foram ocupados por ex-colhedores de cana-de-açúcar.
Além disso, 6 mil empregos foram criados
para atender a expansão da área plantada
e o funcionamento de 10 novas usinas no Estado resultou
em aproximadamente 3 mil contratações.
1 - Material particulado: 3 kg/t
palha; monóxido de carbono: 35 kg/t palha;
hidrocarbonetos: 5 kg/t palha.
Investimentos realizados na mecanização
do corte
- Frota total de colheitadeiras no Estado de São
Paulo: aproximadamente 1.9 mil
- Estimativa de investimento direto
realizado para a colheita mecanizada no Estado de
São Paulo: R$ 2.5 bilhões2
(Fonte: Unica)
2 - Considerando um custo médio
de R$ 1.300.000,00/conjunto.
• Dados da apresentação
• Cópia do Protocolo Agroambiental assinado
com a Orplana
Texto: Evelyn Araripe
Foto: Zé Jorge