10 de Março de
2008 - Juliana Maya - Repórter da Rádio
Nacional da Amazônia - Brasília - Invasores
terão de deixar a área onde está
sendo implantada a Reserva Extrativista (Resex)
do Médio Xingu, na Terra do Meio, no Pará.
A ação cautelar ajuizada pelo Ministério
Público Federal com a recomendação
da retirada imediata foi aceita pela Justiça
Federal no estado e prevê que o governo federal
e o Instituto Chico Mendes devem garantir a saída
dos grileiros e fazendeiros do local.
A reserva está em fase
final de implantação. De acordo com
o procurador da República em Altamira (PA),
Marco Antônio Delfino de Almeida, o atraso
na efetivação do projeto expõe
a população a ameaças e violências.
Almeida avalia que a falta de
ação do governo “acaba impelindo essas
pessoas a ameaçar populações
ribeirinhas tradicionais porque elas sabem que,
da mesma forma que o desmatamento e a invasão
não foi combatida, qualquer ato que elas
venham a praticar também não vai ser".
De acordo com o técnico
do Instituto Socioambiental (ISA) Marcelo Salazar,
a entidade tem pressionado o governo para que a
reserva saia do papel. Além disso, destacou
que o ISA busca apoiar a população
local, acompanhando as famílias. "A
coisa mais importante é a garantia da terra
para uma população que já vive
lá há mais de cem anos", ressalta.
O diretor de Unidades de Conservação
de Uso Sustentável do Instituto Chico Mendes,
Paulo Oliveira, afirma que o órgão
já vem atuando na fiscalização
da área e na organização das
comunidades. "Nós estamos agindo com
a maior presteza para que possamos atender à
demanda não somente da Justiça, mas
à demanda que nós consideramos justa
e legítima daquelas populações
do Médio Xingu."
Sobre as ameaças que a
população vem sofrendo, o procurador
Marco Antônio Delfino de Almeida informa que
há uma investigação em curso
da Polícia Federal para que se chegue aos
responsáveis. Ele conta que um líder
da comunidade foi rendido próximo de casa
e só foi libertado depois de garantir que
sairia da região.
A Reserva Extrativista do Médio
Xingu, que tem 303 mil hectares (o equivalente a
303 mil campos de futebol) é o último
trecho que aguarda decreto presidencial para composição
de um bloco contínuo de áreas protegidas
na Terra do Meio, no oeste do Pará. O pedido
para a criação da reserva está
na Casa Civil, com a recomendação
do Ministério do Meio Ambiente.
+ Mais
Operação Arco de
Fogo já fiscaliza madeireiras em Mato Grosso
10 de Março de 2008 - Marco
Antônio Soalheiro - Repórter da Agência
Brasil - Brasília - A Operação
Arco de Fogo, que combate a exploração
ilegal de madeira na Amazônia, foi deflagrada
hoje (10) no Mato Grosso com inspeções
realizadas por fiscais nos pátios de duas
madeireiras da cidade de Sinop. A informação
é da assessoria de imprensa do Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais
Renováveis (Ibama) que, devido ao grande
volume de madeira a ser medido, ainda não
tem dados sobre o total das apreensões e
sobre aplicação de multas.
O estado do Mato Grosso concentra
50% dos 36 municípios que mais desmatam a
Amazônia, conforme divulgado em janeiro pelo
Ministério do Meio Ambiente. Além
de Sinop, outra base de atuação da
operação no estado será montada
em Alta Floresta.
Com o efetivo enviado pela Polícia
Federal e pela Força Nacional de Segurança,
a equipe é composta por 20 agentes em cada
base e promoverá ações de fiscalização
em vários municípios da região
ao longo dos próximos meses. O Ibama contabiliza
a presença de cerca de 400 madeireiras e
serrarias, sem considerar as unidades ilegais.
O chefe de fiscalização
da gerência executiva do Ibama em Sinop, Evandro
Selva, não participará diretamente
das ações da operação.
Na última semana, o presidente do Ibama,
Bazileu Margarido, explicou que a estratégia
é adotada pelo instituto como forma de preservar
os agentes locais, diante de possíveis represálias.
O primeiro destino da Operação
Arco de Fogo foi a cidade de Tailândia, no
Pará, onde os fiscais já aplicaram,
desde o dia 26 de fevereiro, mais de R$ 5 milhões
em multas contra madeireiras que detinham em seus
pátios toras retiradas ilegalmente da floresta
e carvoarias que funcionavam sem autorização.
Além disso, 600 fornos de carvão vegetal
foram destruídos nas áreas urbana
e rural do município. Em seguida, a operação
foi estendida a Machadinho D`Oeste (RO), onde convive
com uma ação paralela do governo de
Rondônia.