11 de Março de 2008 - Daniel
Mello - Da Agência Brasil - Brasília
- A mortalidade de crianças indígenas
"sempre será maior do que na
população não-índia".
A avaliação é do diretor do
Departamento de Saúde Indígena (Desai),
Wanderley Guenka, que participou hoje (11) de audiência
pública na Comissão Parlamentar de
Inquérito (CPI) da Câmara dos Deputados
que investiga a Subnutrição de Crianças
Indígenas.
“Quando o índio precisa
de assistência, ele está em um lugar
muito distante. E na maioria das vezes o município
mais próximo é um município
pequeno”, afirmou o diretor, que completou explicando
que os municípios pequenos possuem uma série
de problemas na infra-estrutura de saúde.
Segundo o diretor do Desai, a
taxa de mortalidade de crianças indígenas
se situa na média de 48 para cada mil nascidos
vivos, em contrapartida aos cerca de 23 por mil
nascimentos da população não-índia.
A nutricionista da Fundação
Nacional de Saúde (Funasa), Aline Caldas,
que também esteve presente na audiência
pública afirmou que os problemas de saúde
na população indígena - entre
eles a desnutrição - estão
ligados a “pressões da população
envolvente”, como degradação dos territórios,
conflitos com garimpeiros, contaminação
das águas por mercúrio e mudanças
no estilo de vida.
Esses problemas, segundo ela, causam desestruturação
das comunidades e são apontados como responsáveis
pelo alto índice de enfermidades mentais
em indígenas, como suicídio e o alcoolismo.
O presidente do Conselho Indigenista
Missionário (Cimi), dom Erwin Krautler, também
deveria ter sido ouvido hoje (11), mas enviou um
ofício dizendo que não poderia comparecer.
Amanhã (12), a CPI deverá
ouvir o presidente da Fundação Nacional
do Índio (Funai), Márcio Meira.