12 de Março de 2008
- São Paulo (SP), Brasil — Manifestantes
querem que o Ibama refaça o processo de licenciamento
ambiental da usina, que pouco beneficiará
a comunidade local.
Ambientalistas, quilombolas, integrantes
de movimentos sociais, agricultores familiares e
pescadores promoveram hoje (12/03), em frente ao
prédio do Ibama (Instituto Brasileiro do
Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis)
em São Paulo, uma manifestação
contra o parecer técnico do instituto que
indicou a viabilidade ambiental da Usina Hidrelétrica
de Tijuco Alto, no Vale do Ribeira, em São
Paulo. O Greenpeace esteve presente na manifestação
em apoio à campanha, cujo objetivo é
conseguir o compromisso do Ibama de refazer o processo.
Para os manifestantes, a usina,
se construída, irá gerar energia apenas
para a Companhia Brasileira de Alumínio (CBA).
Segundo as entidades, a população
da região não será beneficiada
e os impactos sociais e ambientais que serão
causados nas comunidades não estão
sendo levados em consideração.
“O Brasil não quer e nem
precisa de propostas de geração de
energia com impactos ambientais e sociais tão
altos. Podemos utilizar a eficiência energética
e a geração em menor escala para atender
nossas necessidades de desenvolvimento com sustentabilidade”,
afirmou Marcelo Furtado, diretor de campanhas do
Greenpeace Brasil, que esteve presente à
manifestação.
De acordo com os representantes
da sociedade civil, a usina causará, além
da retirada de comunidades da área, inundação
de sítios arqueológicos e até
de três cavernas, além da perda de
biodiversidade.
Representantes do Ibama e das
entidades se reuniram nessa tarde. Porém,
de acordo com a assessoria de imprensa do instituto
em São Paulo, qualquer decisão sobre
o assunto sairá de Brasília, onde
as questões são deliberadas.