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USINA DE TIJUCO ALTO PODE ABRIR CAMINHO PARA MAIS TRÊS, ALERTAM AMBIENTALISTAS

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Março de 2008

12 de Março de 2008 - Paulo Montoia - Repórter da Agência Brasil - São Paulo - Entidades ambientalistas e civis, de assistência comunitária e social do Vale do Ribeira (nos estados de São Paulo e Paraná) opõem-se à construção da Usina Hidrelétrica Tijuco Alto devido aos impactos que poderá ter sobre o meio ambiente e a economia das comunidades locais, incluindo os pescadores.

As entidades protestaram hoje (12) diante da sede do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) na capital, por ter concedido ao projeto dessa usina um parecer técnico que a considera víavel ambientalmente.

A Hidrelétrica de Tijuco Alto pretende gerar 150 megawatts de energia para uso exclusivo da unidade da Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) na cidade de Alumínio. Ela ficará entre as cidades de Ribeira (SP) e Adrianópolis (PR), com a vertente no lado paulista e a usina de força do lado paranaense. O lago previsto terá 51,8 quilômetros quadrados e os ambientalistas disseram temer que a autorização abra caminho para a construção das três outras usinas previstas para o mesmo Rio Ribeira do Iguape – as de Funil, Itaoca e Batatal.

As entidades questionam esse projeto até por sua destinação, já que a região é uma das mais pobres do estado, mas a energia gerada será de uso exclusivo da empresa. Segundo dados da organização Instituto Socioambiental (ISA), que luta contra os projetos dessas barragens, o Vale do Ribeira concentra a maior reserva contínua de Mata Atlântica do país, com 2,1 milhões de hectares de florestas, 21% do total remanescente.

O rio fica na Serra de Paranapiacaba, que divide as bacias do Ribeira do Iguape e do Paranapanema, e abriga dois parques estaduais ambientais: o Parque Estadual Turístico do Alto do Ribeira (Petar) e o Intervales, com mais de 300 cavernas. Depois de cortar a Serra do Mar, o Ribeira do Iguape deságua no litoral sul e sua foz deu origem à Ilha Comprida. Essa região do litoral, o Lagamar, compreende a Estação Ecológica da Juréia-Itatins (estadual). Segundo o ISA, a região reúne 150 mil hectares de restingas e 17 mil hectares de manguezais.

O Vale do Ribeira está incluído nos Territórios da Cidadania, programa lançado pelo governo federal neste ano. As principais atividades econômicas da região são o plantio da banana e de chá, e a pesca. No local estão 40 comunidades quilombolas, três terras indígenas e grande quantidade de pequenas propriedades de agricultura familiar.

Entre as questões ambientais envolvidas, o ISA cita preocupações quanto ao assoreamento do rio, prejuízo às espécies de peixes que sobem o rio para se reproduzir, mudanças no microclima, dos regimes hídricos em função da mudança de nível freático e impactos não previstos sobre os ecossistemas do Lagamar, no litoral e na vida dos pescadores. Citando o próprio Relatório de Impacto sobre o Meio Ambiente da empresa, o ISA afirma que 689 famílias serão atingidas.

Assinam o movimento 12 entidades, entre elas a Fundação SOS Mata Atlântica, Movimento dos Ameaçados por Barragens do Vale do Ribeira (Moab), Equipe de Assessoria e Articulação das Comunidades Negras (Eaacone), Coletivo Educador do Lagamar e Sindicato dos Trabalhadores na Agricultura Familiar do Vale do Ribeira (Sintravale).

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Barragem de Tijuco Alto vai prejudicar populações tradicionais, diz manifestante

12 de Março de 2008 - Flávia Albuquerque - Repórter da Agência Brasil - São Paulo - A construção da Usina Hidrelétrica de Tijuco Alto, no Vale do Ribeira, em São Paulo, deve gerar um grande malefício a toda a população que vive na área, afirmou um dos organizadores da manifestação realizada hoje (12) em frente ao prédio do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) na capital paulista, Cleber Rocha Chiquinho. Ele integra também o Coletivo Educador do Lagamar, grupo que faz parte da Campanha em Defesa do Rio Ribeira.

Segundo ele, a manifestação tinha o objetivo de mostrar a indignação da população daquela região por causa de parecer do Ibama que apontou a construção da usina como viável ambientalmente. Eles também protestam pelo fato de a hidrelétrica ter como principal objetivo a produção de energia para a Companhia Brasileira de Alumínio (CBA).

“O Ibama deu um parecer favorável e nós viemos questionar esse parecer, reivindicar uma outra posição porque estamos sofrendo muito por causa disso. O malefício ocorrerá em todas as áreas, desde a social, ambiental, cultural, porque vai tirar populações tradicionais ribeirinhas e quilombolas de suas áreas.”

Chiquinho reforçou que além do impacto ambiental causado pela inundação de cavernas, o impacto cultural será grande, já que pessoas que nasceram na região, vivem lá e têm sua história ligada à terra, terão de deixar a área para morar em outros locais.

“Nós estudamos a história de outras barragens que foram construídas e as populações que saíram dessas áreas estão em péssimas condições hoje.”

Entre as reivindicações dos manifestantes está a realização de uma audiência pública em Cananéia, que segundo Chiquinho foi solicitada ao Ibama e não foi realizada, e a análise tanto do Plano de Desenvolvimento Regional e da Agenda 21 do Vale do Ribeira firmados pelos 32 municípios que compõem a região.

“Dessa forma participativa a população disse que não é a favor da construção da barragem. Nós temos esse documento e ele não foi levado em consideração pelo Ibama ao dar o parecer.”

Chiquinho ressaltou ainda que a própria CBA admitiu em uma de suas apresentações que a energia gerada na hidrelétrica seria de uso exclusivo da indústria de alumínio.

“Isso é utilizar o rio, que é um patrimônio da humanidade, para gerar lucro para uma única empresa, um único empresário.”

De acordo com ele, o projeto inicial contempla a construção de quatro barragens e o principal temor é que, com a permissão da primeira, as outras três sejam necessárias para o desenvolvimento da CBA.

Hoje (12), integrantes de movimentos sociais também se reuniram com o Ibama em Brasília, de onde, segundo a assessoria de imprensa do órgão, sairá a decisão final.

A assessoria de imprensa do Ibama informou ainda que o parecer liberado indica que há viabilidade ambiental para construir a usina naquela área, mas que a licença final será dada depois da avaliação do Instituto Chico Mendes, que analisará a possibilidade ou não de inundar algumas cavernas da região. Além disso, a Agência Nacional das Águas também deve dar permissão para que a usina utilize a água para geração de energia.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras

 
 
 
 

 

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